sexta-feira, 20 de setembro de 2024

AC/DC no séc XXl

 Os tempos mudam. As siglas, também. Uma atualização da conhecida sigla AC/DC (antes de Cristo/depois de Cristo pode muito bem ser:

Antes do Covid / Depois do Covid

Explico-me:

Cada dia mais me convenço que a epidemia de Covid foi um marco na história da Humanidade.

Primeiro, pelo número de vítimas;

Segundo, pelas mudanças de comportamento que provocou (isolamento, trabalho remoto, comunicação à distância em grupos - tipo Teams, Zoom, etc);

Terceiro, e o que me fez pensar, foi as sequelas que deixou - em grande número, em variados graus e que ainda estamos descobrindo: físicas, mentais, sociais e culturais.

Ainda estamos desvendando o mundo que o Covid nos deixou...

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A supremacia do Amor

 Jim Palmer:

Aquela icônica canção dos Beatles, "All You Need is Love", merece consideração. Søren Kierkegaard escreveu: "Quando alguém entra por inteiro no reino do amor, o mundo - não importa quão imperfeito - torna-se rico e lindo, consiste apenas de oportunidades de amor." Sentei-me, um dia, e escrevi alguns dos caminhos que vim a entender sobre o significado do amor:

* A maior necessidade e desejo da humanidade é amor.
* Toda pessoa merece receber amor.
* Não há momento no qual você não pode amar.
* O maior poder que possuímos é o poder de amar.
* Qualquer pensamento, palavra, ato e expressão motivada por amor, importa.
* Liberdade é sempre ser capaz de escolher o amor.
* O amor é a mais alta expressão e realização de qualquer filosofia, religião e espiritualidade verdadeira.
* Nosso mais profundo trabalho pessoal é remover as barreiras contra o amor que construímos dentro de nós.
* Não há maior vocação do que ser amor.
* Amor - doando ou recebendo - é transformador.
* A pedra de toque da plenitude é amar a si próprio.
* Se alguma vez ficarmos confusos sobre o que fazer, pare e pergunte: "O que o amor faria?"
* O mundo não está longe demais para ser transformado pelo amor.
* A mais profunda afirmação religiosa é "Deus é Amor".

Algumas vezes procuramos uma eternidade por respostas a perguntas que nós somos a única resposta.

"A sabedoria me diz que não sou nada. O amor me diz que sou tudo. E entre os dois, minha vida flui" - Nisargadatta Mahara



segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Olimpíadas e os brasileiros pretos

O sucesso das atletas brasileiras Rebeca e Bia levantou o ânimo da população preta no país e foi utilizada ad nauseam pelas mídias e empresas de publicidade para louvar o "avanço" dos pretos nas conquistas da sociedade brasileira.

Por mais que eu me emocione - e como me emocionei! - com o desempenho das nossas atletas, fico muito contrariado com esse "oba, oba" de exaltação da população negra. Não que eu não concorde que essa parcela - enorme - da sociedade brasileira mereça nossa admiração e aplauso. E realmente merece.

No entanto, nada mudou. O racismo estrutural continua firme e forte. As vergonhosas desigualdades de condição de vida que castigam os brasileiros negros não mudaram com as vitórias de Rebeca e Bia.

E mais, a afirmação "sacana", maldosa, verdadeiramente vil, de que os resultados das mulheres confirmam a validade da falácia da "meritocracia" é revoltante e digna de repulsa, que, no entanto, não vi com a veemência e volume que necessita.

Temo que essas vitórias, tão suadas, sofridas e merecidas, sirvam para os poderosos, os "senhores" que determinam os destinos da nação, as utilizem apenas para beneficio próprio, sem se importar com o sofrimento diário da população pobre, sofrida e valorosa.

Não! Não é oba, oba que a população preta merece e precisa!!! É justiça social, é reconhecimento de dívida histórica do país com os descendentes de escravizados, é compaixão e não migalhas publicitárias.

sábado, 3 de agosto de 2024

Impostos!!!!

Tenho lido um bocado sobre a carga tributária brasileira, sobre a (má) intenção do ministro Haddad de "aumentar" os impostos, e como isso é "ruim" para o país, e, portanto, será ruim para o povo. E como as despesas do governo tem aumentado (quando deviam diminuir). E como tudo isso vai dar errado e o país vai "sofrer" por isso.

Tem até um "videozinho" rolando pelo TikTok e Instagram, parodiando um super-vilão conversando com o super-herói (acho que Homem Aranha), no qual ele fala como o imposto é uma vilania, como o povo é roubado pelos impostos, como a carga de impostos é enorme e apenas prejudica a sociedade.

Muito bem. A carga de impostos no Brasil é alta. Os governos frequentemente gastam mal, não beneficiando a sociedade devido a ineficácia, burocracia e corrupção.

Qual é a alternativa sugerida? Nas entrelinhas, sem mencionar claramente, sugestiona-se que esses recursos nas mãos dos empresários, nas empresas, promoveria o bem-estar social e o avanço econômico da sociedade. 

Esse o grande problema: a ilusão de que qualquer governo é mau, que toda iniciativa privada é positiva. Uma crença insana, sem um mínimo embasamento factual, eivada de malícia e segundas intenções.

Solução? Obrigar o governo a gastar bem, a escolher bem as prioridades; acompanhar a execução orçamentária, fiscalizar gastos; impor ao governo limites de atuação e objetivos claros. E às empresas, impor medidas que as tornem justas, distributivas, benéficas social e ambientalmente.

Como? Não sei, mas com o capitalismo neoliberal vigente não será.

sábado, 13 de julho de 2024

Amor e Justiça

 “Never forget that justice is what love looks like in public.” (Cornel West)

Nunca se esqueça que justiça é como o amor se apresenta em público.

Ponto final.


quarta-feira, 10 de julho de 2024

O que te define?

 Assisto, embevecido, o documentário "Tour de France", na Netflix.

Logo no primeiro episódio do tour de 2023 há um acidente com o ciclista mais esperado para enfrentar os vencedores de 2021-2022: R. Carapaz. E ele tem um acidente, sofre lesão no joelho e está fora da competição.

Mas o que me chama a atenção é o desempenho de outro grande ciclista - Tom Pidcock -, um jovem e ainda uma promessa de vencedor. A primeira etapa não acontece como ele queria (previa?) e seu desempenho é pífio. Além da equipe e dos patrocinadores, o maior desapontado é ele mesmo. Sentiu a pressão de obter resultado, o que não ocorria no passado, pois não era reconhecido como um "craque". Enquanto recebe a massagem necessária para aliviar a musculatura exausta do esforço, ele recebe a visita de um membro da equipe técnica que o questiona: 

"Como você está?" 

Ao que ele responde: "Me sinto um merda"

"Por que?", questiona o diretor. "Pense nos grandes resultados que você já teve na carreira e esta competição está apenas começando" (e dura 3 semanas!)

"Porque a última (ou mais recente) corrida é a que te define."

"Isso é besteira." Retruca firme o diretor. "Nenhuma prova isolada te define. Esquece isso."

Parei de ver o episódio para escrever aqui... 

O que é que me define? Com certeza, depois de 72 anos, não é e não será "a última corrida". Sejam os "patrocinadores", sejam "os técnicos", seja a opinião dos que me conhecem, não serei definido por meu último ato. 

Espero que Tom também tenha se convencido disto e mostre quem realmente é nos próximos episódios.

Veremos.


terça-feira, 9 de julho de 2024

Os Últimos serão os... Últimos.

Há uma característica do Capitalismo que passa desapercebida por muita gente.

Mark Fisher, em um livro chamado "Realismo Capitalista - há uma alternativa?" (Capitalist Realism, Zero Books, 2009) afirma que o capitalismo se tornou tão hegemônico, tão global e tão entranhado na psiquê humana que não conseguimos mais ver alternativa ao sistema neoliberal capitalista vigente. O capitalismo se tornou a realidade... você pode até não gostar dela, mas é o que temos, engula.

Se você não concorda que seja assim, você é mais um que adotou o "realismo capitalista"... sinto muito.

terça-feira, 25 de junho de 2024

"O Acaso Vai Me Proteger"...

Linda música, não? 

Um dos grandes sucessos  dos Titãs traz conselhos preciosos: ver mais pôr-do-sol, preocupar-se menos com problemas pequenos, aceitar as pessoas como elas são... e outros.

Aí, vem o refrão "o acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído"... Que bobagem!!!

O "acaso" não protege (nem prejudica) ninguém! É a-ca-so, um acontecimento casual, incerto e imprevisível. Não tem como "proteger" ninguém, simplesmente por "andar distraído"!

Alguma pessoas, pra fugir da pecha de "ateísta" com a palavra "acaso", dão à palavra o peso de "Deus", "Jeová", "Shiva", "Alá", "Olorum", etc, o que é igualmente insensato, pois não temos como saber se essa divindade, caso exista, protege os distraídos. Estes tem até mais probabilidade de sofrer acidentes, tragédias e infortúnios do que os precavidos.

Portanto, siga os bons conselhos dos Titãs, mas não pense que se distrair vai protegê-lo. A responsabilidade de ser precavido é sua, de mais ninguém.

domingo, 23 de junho de 2024

It's the Law

Uma frase que ouvi várias vezes, quando morei nos EUA foi: "É a Lei!" Servia pra explicar porque tal coisa não podia ser feita ou porque você não poderia fazer o que pretendia.

A frase tem muito valor, afinal se não vivermos sob o império da Lei, a sociedade se esfacela. É imprescindível viver submisso à ela...

Mas, não a qualquer Lei, nem a qualquer preço.

O (des)governo em S. Paulo extrapola esse limite quando apregoa em outdoors pela cidade de S. José dos Campos, onde resido: "Agora é Lei! Escolas cívico-militares são parte do sistema educacional!"

Está aí um bom exemplo de lei que não é Lei, lei nefasta, absurda, e insensata. Essa justaposição de educação com militarismo é desumana e contra os princípios da Paz, Democracia, e Convivência social.

E não é a única, infelizmente. No Brasil, abundam leis que ou não ajudam a sociedade ou, pior, impedem o desenvolvimento social e promovem a injustiça.

O que fazer? Como eliminar ou, pelo menos minorar esse problema?

Votando bem, exigindo aperfeiçoamento do sistema democrático vigente, que permitiu o sequestro da Democracia pelo poder econômico e grupos fundamentalistas.

Enfim, não desistindo.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Conhecer e desconhecer

"Parece que quanto mais a gente estuda, mais desconhece", disse uma amiga à minha esposa.

Comentei, "parece que quanto mais a gente vive, menos sabe da vida".

A Vida é complexa, mesmo se não levarmos em conta a "contribuição" humana. São bilhões de anos, bilhões de galáxias, bilhões de seres humanos... como não ser complexa?

Talvez, a solução seja a que li em alguma rede social: "o jeito é parar de tentar entender a vida, e procurar vivê-la, da melhor forma que conseguirmos."

Não é?