domingo, 30 de outubro de 2022

"Hay Gobierno?!?! Soy Contra!!!

Passada a eleição de Lula, pela qual lutei e torci muito, é chegada a hora de me posicionar em relação ao novo governo:

APOIO CONDICIONAL

O que isso significa?

Significa que apoiarei todas as iniciativas e ações embasadas nos valores da Defesa dos Direitos Humanos, em especial às Minorias, Preservação do Meio Ambiente, Promoção da Redistribuição de Renda, Educação para Todos, Fortalecimento do SUS, Crescimento Econômico Sustentável e focado na Renda Familiar, Ênfase na Produção Familiar de Alimentos, Incentivo à Criação Cultural e assuntos correlatos.

Combaterei quaisquer desvios de propostas e condutas que perceber, tanto do Governo quanto da oposição bolsonarista e tramóias do Centrão pra permanecer no poder.

VIVA A FRENTE AMPLA PELA DEMOCRACIA!!!! ABAIXO O FASCISMO!!!!


quarta-feira, 19 de outubro de 2022

"Às pessoas que amo e optaram pelo capitão" - por Leo Moraes

 "Em várias ocasiões em que fui conversar com alguma pessoa próxima que vota nesse cara, as pessoas tentam levar a discussão para o lado de corrupção, ou de economia, ou da importância de tirar o PT, ou sei lá. O problema é que pra mim a opção passa por um lugar muito mais profundo, de humanidade, e moral básica. É simples: eu não voto em quem idolatra torturador. Eu não voto em quem fala que o erro da ditadura foi ter matado pouco. Eu não voto em quem diz que preferia ver o filho morto do que sendo gay. Eu não voto em quem diz abertamente que é contra a democracia. E mais uma lista de aberrações que esse cara disse, que são tantas que não dá nem pra listar.

Perto disso tudo, discussões sobre estado mínimo, direita e esquerda, reforma da previdência, educação, segurança, ou outras pautas, que tanto precisamos discutir como país, ficam insignificantes. É como se na eleição do condomínio um dos candidatos a síndico te desse um soco na cara, um chute no saco, matasse seu cachorro, e depois viesse querer discutir de que cor tem que pintar o portão, e pedir seu voto. Não dá.

O que ele fez foi roubar de nós a oportunidade de discutir que rumo queremos para o país. Não dá pra debater propostas, com um projeto como esse perigando ganhar. Então não se trata de um discussão meramente política, é uma questão de valores humanistas. Mesmo se eu achasse as propostas desse Jair sensacionais, eu ainda assim votaria contra ele. “Mas e o PT?” Foda-se! Qualquer um! Se fosse qualquer um dos candidatos, de todas as eleições desde 89, contra ele eu votaria. E olha que essa lista tem Maluf, Collor, etc.

Olha, eu também não gosto dessa polarização, externei minha opinião no primeiro turno, votei em outro candidato, acho que esse segundo turno prolongou por 4 anos essa inhaca que estamos passando. Tenho muitas críticas pesadas ao PT, quem me conhece sabe. Mas não há dúvida sobre qual o voto errado aqui.

O mundo está vendo, todos os jornais importantes, de direita e esquerda, de todos os países, estão alertando. Até Madonna e Roger Waters sabem. Tem focinho de fascismo, rabo de fascismo, orelha de fascismo. O que é?"

Assim, fica difícil amar vocês, viu?

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

O segundo turno das eleições vem aí, amigo...

 ... se você não votou no Lula no 1o turno, tudo bem... no segundo turno, no entanto, há razões sérias e relevantes para você votar nele:

Estamos passando por um período de polarização no mundo todo. 

De um lado, usos, costumes, valores se transformando em grande velocidade, sem nos dar muito tempo para assimilar, concordar ou rechaçar.

De outro lado, parte da sociedade tem se fechado, admitindo ideias que não são bem vistas pela sociedade há muito tempo já, na esperança de impedir que mudanças indesejadas se instalem, penetrem no próprio lar. 

Esse movimento de repulsa às mudanças sociais recentes reavivou conceitos latentes em parte da sociedade que cerrou barreira contra, optando por defender a ferro e fogo aquilo que vê como "normal", adequado, justo, até mesmo aceitando ideias às quais não apoiaria a pouco tempo atrás.

O sentimento de antipetismo, vindo de uma exacerbação da revolta contra a corrupção política, que sempre existiu, e resultado dos métodos duvidosos da Lava Jato, levou muitos a admitirem o que antes não admitiam com a justificativa de combate ao petismo, e propagar o que antes teriam vergonha de defender.

Resultado: propostas de cunho social foram tachadas de "esquerdistas" e substituídas pelos ideais ultra liberais e fascistas, denominadas "conservadores", "cristãos" e "normais". 

Absurdos como a intrusão da religião cristã pentecostal conservadora nas políticas governamentais, o agravamento da séria crise ambiental, o armamentismo da sociedade civil, a destruição dos direitos das minorias étnicas e sociais, a eliminação dos direitos trabalhistas conquistados a duras penas nos últimos 50, 80 anos, a subordinação da Ciência a opinião de leigos, o enfraquecimento da Educação, da Saúde Pública, da Cultura e a irresponsabilidade criminosa dos ministros deste governo causou tragédias sociais, econômicas, culturais e pessoais a milhões de brasileiros. 

Você, meu amigo, sabe tudo isso, presenciou tudo isso. Pode até não ter votado pela reeleição do atual presidente, mas não se sente bem em votar no Lula, e pensa "em quem votarei?" ou até "vou me abster ou votar nulo".

Não faça isso. Abster ou votar nulo neste momento é dizer "sim" a tudo de ruim, anti-ético, violento e retrógrado que o atual governo propõe ou faz sem propor.

Dê seu voto condicional. Vote, e vote exigindo que o Lula e o PT se comportem à altura da confiança que você, que não é "esquerdista", nem petista, estará depositando neles. E depois de votar, pressione para que o novo governo promova a paz, a solidariedade, o bem-estar social, e a construção de um futuro do qual todos os brasileiros possam se orgulhar.

Vote Lula 13 no 2o turno!!!

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Dois Brasis se consolidaram neste século XXI

"O Brasil precisará se nordestinizar ou sucumbirá à barbárie do fascismo.

Muitas análises já surgiram após o resultado do 1° turno, e não vi nenhuma que levasse a heterogeneidade a sério. 

O Brasil vem sendo homogeneizado a partir do Sudeste há muito tempo, quanto à produção de subjetividade. 

No século XXI o Brasil nordestino, que inclui o Norte, por afinidade cultural e pela marcante migração nordestina durante o ciclo da borracha, desenvolveu-se em sentido mais democrático, plural, embora ainda muito desigual, por herança colonial.

O Brasil do Sudeste/Sul, que inclui o Centro-oeste povoado por gaúchos e paulistas, desenvolveu-se no sentido elitista, preconceituoso em relação a pobres, negros, nordestinos.

Se a consideração da heterogeneidade impede generalizações homogeneizantes, nem por isso podemos subestimar a força de homogeneização fascista que cresce no Brasil do Sul (incluídos Sudeste/Sul/Centro-oeste), enquanto o Brasil do Norte (incluídos  Nordeste/Norte) se afirma mais afinado com tradições populares, derivadas das matrizes culturais indígenas e africanas.

Como pernambucano, filho e neto de dois negros, que completou 18 anos saindo de Recife no final da ditadura militar pra estudar no Sudeste, após conhecer (ao vivo) figuras como Paulo Freire, Ariano Suassuna, Dom Helder, Miguel Arraes, Gregorio Bezerra, Cacique Chicão Xucurú, e por leituras, outros autores como Manuel Bandeira, João Cabral,  Josué de Castro, eu me vi confrontado com o preconceito carioca e paulista, que me tratava como "paraíba" (RJ), "baiano" (SP), "arataca" (durante os anos de estudante no ITA).

Fui então despertando para uma auto-estima de nordestino, nascido inclusive no dia em que se comemora o "Dia do Nordestino", 8 de outubro, data que cresci vendo-a nas pichações de muros de Recife como "Movimento Revolucionário 8 de Outubro", nome do MR-8, um dos principais movimentos de luta contra a ditadura militar. 

Após muitos anos de formação política e intelectual, e 18 anos de docência em nível superior, vejo que aquela antiga diferença se acentuou, e o Brasil do sul vem se tornando hegemonicamente fascista (particularmente por suas lideranças políticas) enquanto o Brasil do norte vem se tornando predominantemente progressista (pelas forças populares).

Com isso, ainda que não deseje a divisão do Brasil, vejo que tal tendência vem se acentuando.

Então considero que um devir-nordestino é o que pode livrar o país de um rumo reacionário e do separatismo."

Por Ivan Maia, Prof. UFBA 

Como fingir que não, sem enganar ninguém

Algumas pessoas bem que tentam se enganar, dizem coisas com firmeza... mas no fundo, bem no fundo sabem que não passam de iludidos que não enganam ninguém.
A música abaixo retrata à perfeição esses pobres coitados, que fingem não ligar:

10cc "I'm not in love"

PS: a conotação política está implícita, mas está lá.

Sobre Domingo, 02 de outubro de 2022

"E o presente que eu queria não veio... Ainda. Mas, está a caminho.

Então o mundo, agora, toma conhecimento da mais nova vertente do nazifascismo, o bolsonarismo. É a versão tupiniquim dos movimentos italiano e alemão que aterrorizaram a Europa no início do século passado. O bolsonarismo tem, praticamente, todas as características das duas pestes europeias (mitificação do líder, milícias armadas, intimidação dos adversários, desprezo à democracia, à crítica e à oposição, supremacia racista, etc), acrescidas da aliança estratégica com o fundamentalismo religioso, especialmente o evangélico.

Na caminhada da sofrida democracia brasileira, pegamos um caminho errado e andamos para trás rumo ao pré-iluminismo, onde as igrejas davam apoio aos reinos e impérios, inclusive defendendo a coroação dos dinásticos como vontade divina para, assim, obter resignação popular e mitificar o líder. Em troca, os poderosos enchiam as burras da hierarquia religiosa com moedas e privilégios.

Aí está a “novidade” do nazifascismo à brasileira, o que nos faz lembrar a visão do eterno Millôr: “O Brasil tem um imenso passado pela frente”. Ou seja, na caminhada rumo ao futuro, avançamos pra trás.

O inominável força a barra para impor pautas ultraconservadoras de algumas falanges religiosas, como políticas públicas no MEC e nos tribunais superiores, desprezando o laicismo do Estado, estabelecido na CF.

Assim, de degrau em degrau, ele armou suas milícias (hoje existem mais CACs do que os contingentes somados das Forças Armadas de polícias militares somadas), cooptou os milicos a troco de benesses e privilégios, usou a micheque para conquistar público feminino prendado e do lar, além da imensidão conservadora religiosa. Com suas exibições populistas de jet-ski e moto, atraiu um exército de mínions bombados de academia e motoqueiros, ávidos da virilidade masculina de seu mito imbrochável.

Infelizmente, os resultados deste primeiro turno mostram que, aos 30% fixos que o inominável detém desde sempre, somaram-se contingente expressivo da direita tradicional (os PSDBs e MDBs da vida) e da centro-esquerda cirista que optou pelo voto útil no inominável.

É assustador perceber que 43% da população tenham preferido votar num carniceiro, fã de torturador e da tortura, misógino, que nunca trabalhou na vida, metido em esquemas nebulosos de aumento de patrimônio e otras cositas. A conclusão, infelizmente, é que o bolsonarismo veio pra ficar, não é uma coisa bizarra que vai passar logo. Não foi um acidente de percurso. Mesmo desaparecendo seu líder, ele criou raízes que podem rebentar mais adiante sob nova liderança. Vide o fascismo ressurgindo viçoso na Itália e flertando com vários países da Europa.

Para nossa vergonha a História, doravante, passará a tratar o bolsonarismo como uma vertente dos ideários políticos totalitários, ao lado do nazismo e do fascismo. E o inominável figurará no panteão dos personagens sinistros, ao lado de Hitler e Mussolini.

No caso brasileiro, o que nos cabe agora é impedir a reeleição do inominável, como medida saneadora de emergência. Depois, será preciso um trabalho de longo prazo pra ir cortando as raízes deitadas no Congresso e em várias instituições da sociedade civil. A tarefa será árdua, talvez o último embate da nossa geração, em prol de um Brasil que seja, de fato, uma mãe gentil para todos os seus filhos.

O jogo está jogado. Os números nos favorecem. Como aquele Barcelona da era Messi, a estratégia é não tomar gol e a tática é ter o controle da bola e atacar na hora certa. Nesse momento, a bola e o placar estão conosco. Penso que agora, o resultado dependerá menos do ataque adversário do que dos nossos erros.

Não sei se concordam comigo.

Grande abraço a todos. A luta continua!"

(Do meu amigo e colega de faculdade, Baianinho, grande sábio)