Foi feita justiça? Como? Temos certeza que o veredicto corresponde à realidade dos fatos? Quais são os fatos? E em sendo, a condenação dos réus foi justa? Mereceriam mais? Menos? Deveriam ser absolvidos? Com quem está a verdade? Com a acusação? Com os réus, que se dizem inocentes? A verdade "está lá fora"?
O blogue Notas de Aprendiz, que me veio pelas mãos do Rondinelly, explicita minha inquietação:
Acho que estão confundindo justiça com vingança. A vingança perpetua a lógica injusta de que sempre precisa haver um vencedor e um perdedor. O que ela faz é apenas inverter a ordem no melhor estilo “um dia é da caça, o outro é do caçador”. Justiça não é transformar o pobre em rico e o rico em pobre, nem é dar a arma pra vítima atirar na cabeça de quem a matou. Nada disso é justiça; é vingança.Além de todos os fatores bem conhecidos que impedem a efetividade da justiça - altos custos, morosidade, complexidade, corrupção, etc - a própria noção de justiça é confusa, irreal, enganosa.
O pior é que todos esses processos e condenações só nos dão uma falsa sensação de que existe a possibilidade de que a justiça seja feita, seja para quem for.
Serve-me de consolo o fato de não termos - ainda - chegado ao fundo do poço de estabelecer a pena de morte como fazem gregos e troianos (desculpe, americanos e chineses!). Mas, chegaremos lá, temo.