Ainda estou sob o forte impacto que me causou o filme “Tropa de Elite 2”. Já havia assistido o primeiro, sem me impressionar muito, mas este, realmente, me nocauteou!
Bem agora, em meio a uma acirrada e feia disputa presidencial, o filme me deixou mais convencido da necessidade de nos posicionarmos contra tudo o que está aí: sistema político, sistema econômico, sistema social, sistema religioso. Está tudo podre, tudo fede.
É necessário, sob pena de eliminarmos a sociedade humana da face da terra, após um longo e terrível sofrimento, criar um novo estilo de vida, uma nova forma de viver, que elimine o principal foco de tragédia: o poder.
O Tenente-coronel Nascimento não é um herói. Tem falhas de caráter e valores questionáveis. Mas é impossível não lhe ser simpático e até favorável quando ele percebe que o mal não está entre os traficantes que tanto combateu; nem com os policiais corruptos de quem tinha repugnância; nem dos políticos que se mostraram ainda piores que os anteriores. O mal está no sistema: impessoal e inexorável, que oprime e mata as pessoas sem distinção de sexo, raça, idade, nível cultural.
Saí do teatro com a sensação nítida de que a luta era interminável e invencível. Enquanto Nascimento continuasse a lutar contra o crime e a corrupção, estes continuariam a crescer e se solidificar, porque vivem do sistema vigente, e, pior, o sistema vive deles.
Portanto, renovou-se minha convicção de que somente a busca de um sistema não hierárquico, que elimine o poder de uns sobre outros terá a mínima chance de oferecer vida digna ao ser humano. Não é um objetivo a ser alcançado um dia, mas a ser trilhado durante a vida, com fé e amor.
Sou, como disse um amigo querido, um “anarcocristão”, e meu voto é um afirmativo “não!”. É um sim à vida, sim à liberdade, sim à dignidade do ser humano.
Voto nulo!