"De onde, meu Deus, surgiu essa ideia de que é tudo bem consumir o país inteiro em chaminés, de que é tudo bem apagar florestas em fábricas, riachos em estacionamentos, pantanais em pastos, cascatas em represas e pradarias em campos de soja – isso tudo num ritmo de tsunami, que as mais diligentes atualizações do Google Earth não conseguem acompanhar? Essa pergunta, infelizmente, é fácil de responder. Achamos tudo isso mais ou menos normal porque fomos devidamente programados pela doutrina do desenvolvimentismo – a conveniente ideia de que todos os países admiráveis são iguais: que são ricos, no sentido que gastam selvagemente todos os seus recursos no ralo da produtividade. Esse doutrinamento nos faz fechar os olhos a todos os custos pessoais, sociais e ambientais envolvidos na expansão industrial e agrícola, porque cremos que há virtude inerente em ver “o país crescer”. Essa resignação está mesmo gravada em palavra de ordem na nossa bandeira."
(Paulo Brabo, em "Nunca é cedo demais para lembrar o que o PT e o capitalismo tem em comum", que explica minha má vontade e recusa em votar neste ou naquele partido, neste ou naquele candidato)
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