Perguntam-me sobre o discurso da presidente Dilma
na TV e o "panelaço" de protesto ocorrido na noite do
domingo, 8/3/2015.
Viajava com Elaine, minha esposa, à noite, pela
rodovia Castelo Branco, entre São Paulo e Sorocaba. Chovia a
cântaros. De repente, dois carros a algumas centenas de metros em
posição estranha. Freei com dificuldade e desviei para a direita,
passei a poucos centímetros dos carros abalroados em plena pista.
Parei mais adiante e desci para ver se alguém se machucara.
“Felizmente não há feridos”, me informou um dos acidentados,
todos já seguros no largo canteiro central que separa as duas
pistas. Mas os carros, espalhados por duas das três faixas de
tráfego da rodovia ofereciam um enorme risco de mais acidentes. Por
isso fomos avisar os carros e caminhões que vinham em velocidade,
apesar da chuva torrencial, para que diminuíssem a velocidade e
trafegassem pela faixa direita da pista. Mas mal nos pusemos, eu e um
motorista de caminhão que também parara para ajudar e trazia uma
valiosa lanterna, a acenar para os veículos diminuírem a
velocidade, e ouvimos o barulho estridente de uma derrapada e buuummm!!!, outro
carro chocou-se violentamente contra um dos carros parados. Corri
para acudir possíveis feridos, mas os quatro ocupantes do carro
saíram ilesos, apesar de abalados, e foram enxotados rapidamente
para o canteiro central, a salvo. Voltei a pensar em sinalizar para
os veículos e Elaine apareceu com um triângulo de segurança. Fui
bem distante à frente e posicionei o triângulo na faixa da
esquerda. Ao mesmo tempo, via o desespero com que alguns motoristas
eram surpreendidos pela visão de um acidente à frente e quase se
acidentavam também. Certifiquei-me que todos estavam bem, sem
ferimentos, e que a polícia rodoviária já havia sido acionada.
Voltei para o carro com Elaine. Ensopados, totalmente molhados, adrenalina a mil,
seguimos viagem.
Não. Eu não vi o discurso, nem ouvi panelaço
algum. Estava ocupado socorrendo pessoas em perigo.
Um comentário:
Que beleza, Rubinho. Que beleza.
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