"As falcatruas por trás das ações do estado e de empresas interessadas
podem ser sentidas no ar, nos procedimentos, uma sociedade cujos poderes
públicos são na prática privatizados e a hipocrisia é o lugar comum no
trato com a população... ...como todo
poder dito “público”, ávidos por “autorizações” e taxas, no vício de arrancar
dinheiro da gente, sem contrapartida com o cumprimento nem da própria
constituição. Um poder público que não merece nem o próprio nome, sempre
aplicado ao atendimento dos interesses de poucos, os financiadores de campanhas
eleitorais, e em enganar a população. Não pagaremos pra expor, nem ganhamos o
suficiente pra isso, pois nos aplicamos em pagar as próprias contas, com
dificuldade mas com persistência pra não se render aos valores e comportamentos
vigorantes nesta sociedade criminosa, que abandona e sabota grande parte das
pessoas – a miséria, a exploração, a ignorância, a desinformação são crimes
sociais tão cotidianos que estão absurdamente naturalizados, quando ninguém
devia se conformar com isso. Assim como ninguém deveria se conformar com uma
vida sem sentido que gira em torno do consumo e da posse material, valorizando
o desenvolvimento tecnológico, mas não o desenvolvimento moral pra tratar com
ele, o que dá origem à escandalosa concentração de renda e propriedade e à
consequente carência, criminalidade e violência. A violência do Estado é a mãe
de todas as violências. E a vida imposta é a origem maior das frustrações
existenciais. Essa é a base do meu trabalho. Escrito, desenhado e falado." -
Eduardo Marinho em seu blogue "Observar e Absorver"
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