sábado, 28 de setembro de 2019

Saigon e a liberdade às avessas

Durante a Guerra do Vietnã, a capital do sul, Saigon, triplicou sua população, inchada com os refugiados da guerra e camponeses expulsos de suas terras, e alcançou 3 milhões de habitantes.
A corrupção grassava solta, os padrões morais decaíam, a pobreza extrema atingia meio milhão de miseráveis, havia constantes manifestações contra o governo, a falta de liberdade religiosa, os baixos salários, o desemprego, contra a corrupção, a má qualidade dos serviços públicos, a inflação (que em ano bom, atingia mais de 25%)...
Mas, consultado pelo jornalista, um vietnamita disse: Apesar de seus problemas, Saigon era "suja e livre"... 
Meu Deus!!! Que liberdade é essa? A liberdade para ser massacrado, miserável, abusado, morto? A liberdade para "se virar"? Sobreviver do jeito que der? Viver cada dia como sendo o último, por não haver possiblidade de visualizar o amanhã? 
Quem deseja essa liberdade? O neoliberalismo? Que mente doentia pode aceitar, desejar, defender um modo de vida desse?

(reflexões incoerentes sobre "A Guerra do Vietnã", da Netflix) 

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