quarta-feira, 19 de maio de 2010

Porque a Internet me faz bem

Criado em família protestante (presbiteriana), desde menininho frequentei igreja dominicalmente. Assistia aos "cultos" - a "missa" dos protestantes - e participava da "escola dominical" - o "catecismo" dos protestantes. Por isso é natural que as pessoas que me conhecem - ou à minha família - me perguntem quando me veem: "Que igreja você frequenta?" A minha resposta negativa é vista com um misto de incredulidade e espanto. "Como? O Rubinho não vai mais à igreja? Deixou de ser crente?"
De certa forma é verdade. Deixei de "crente" no sentido de membro de organização eclesiástica, com suas estruturas e políticas, e adepto de um corpo doutrinário fixo, rígido, coerente.
De outro modo, continuo tão "crente" quanto era e até mais - espero - pois minha fé tem sido destilada, pouco a pouco, e percebo, o que tem "sobrado", com o tempo, é néctar de fino trato.
Não estou só. Além de minha querida família, tenho minha comunidade de "irmãos" com quem compartilho anseios e frustrações, ideias e pensamentos, planos e historia. Eles me dão, como nunca recebi antes em minha vida, matéria de primeira qualidade para testar e forjar minha vida neste mundo. Não os encontro somente aos domingos, senão que a qualquer hora posso te-los por perto. Só necessito um computador e uma conexão.
Eles são meus companheiros de blogosfera, cúmplices e parceiros nesta viagem pela vida onde nada é fixo, nem mesmo o alvo. E a transitoriedade da vida nos obriga a abrigar e dar abrigo, como grutenses, unidos pela frágil chama da esperança. São amigos que pouco vejo, alguns que nunca vi, espalhados por este mundão de Deus - Alemanha, EUA, Portugal, Paraiba, Minas, Paraná, Acre, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, etc.
Partilho com eles a fome e sede de justiça, de caridade, de generosidade, de ansiedade por um mundo um pouco melhor, um pouco mais humano, mais divino. E alguns nem partilham das mesmas crenças, mas estamos unidos pelo respeito e pelo impulso de não desistir, apesar dos pesares.
Esta sensação de "fazer parte de", de "estar com", de "unidade na diversidade" - e que diversidade! - é um bem imenso que eu preciso reconhecer aqui e agora.
Obrigado, meus amigos e amigas, por darem-se generosamente, por darem-me liberalmente o que de melhor vocês tem: sentimentos e ideais. Sou grato a Deus por vocês.

10 comentários:

Raquel disse...

Irmão Rubinho!!!! Me fez chorar com este texto tão verdadeiro.
Esta é a nossa "Irmandade Cibernética"

Dona Sra. Urtigão disse...

Tem coisas que não dá para comentar, nada a dizer, a acrescentar. Tem coisas que só emocionam. Deu vontade de dizer : Parabens!

neli araujo disse...

Belo Post!

Gostei de saber que sou importante na sua vida, Rubinho! Você também é importante na minha!

Um abraço fraterno,

Neli

carmen disse...

Rubinho,

Obrigada pela parte que me toca!!!

Eu como também filha de pastor presbiteriano entendo bem o que você está dizendo, afinal, a fé está dentro de nós!

E como irmã idiotiva "legítima", peço a Deus que te abençoe e aumente mais e mais a sua fé nEle, o autor e consumador da nossa fé...

bjs à minha família idiotiva!!!

Rondinelly disse...

E isso tudo é culpa da sua inescapável generosidade. AosBraços.

lux.de.luxo@gmail.com disse...

Eu é quem devo lhe agradecer.

Fábio Adiron disse...

Amém

Lou H. Mello disse...

I'm in.

juberd2008 disse...

Rubinho,

Texto sincero e tocante. Me sinto também parte dessa irmandade cibernética.

Um abraço.

Andrea disse...

Posso me assentar também?
:]