Os seriados policiais americanos, em sua maioria, mostram criminosos como indivíduos perturbados, ou maus, ou como pessoas que fizeram escolhas erradas. Raramente os filmes fazem alguma menção à responsabilidade da sociedade nos crimes cometidos por estes sujeitos.
O que é um erro comum.
Nós, aqui no Brasil, também temos o mesmo costume. Damos o peso total da culpa ao criminoso, não importa quem seja: um político rico e corrupto ou um adolescente iletrado da favela.
Mas, seria a culpa TODA dessas pessoas? Algumas vezes menciona-se traumas de infância, doenças mentais ou as más companhias como colaboradoras do criminoso. Sempre, porém, a culpa é, em última análise, de quem cometeu o crime. Pois sempre há alternativa. Sempre podemos escolher não fazer o mal.
Individualizamos o crime e o culpado. Mesmo quando grupos agem praticando o mal, são apenas aqueles do grupo os criminosos.
Será assim tão simples? Por que nós nunca estamos dispostos a olhar para nós próprios em busca do culpado? Por que a sociedade que criamos e sustentamos é continuamente inocentada de toda responsabilidade?
Minha postagem anterior reproduz um trecho de Claudio Oliver, escrito pouco depois de sua casa ser assaltada à noite, enquanto ele e sua família dormia. Longe de isentar os ladrões de culpa, meu amigo apenas amplia a sua visão do problema que lhe aconteceu e aponta o dedo na ferida que nos recusamos obstinadamente a olhar: SOMOS TODOS CULPADOS.
O dia que criarmos coragem, reconhecermos este fato e assumirmos nossa parcela de responsabilidade pelas agruras que "os criminosos" nos infligem, neste dia estaremos dando início à mudança necessária e possível rumo à Paz e Justiça.
E não se iluda... Nunca antes.
Um comentário:
legal... fosse me dá uma deferência para lá de imerecida. Seu coração é muito generoso.
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