Viam-me no meio da rua, freneticamente a acenar para que os carros se desviassem, enquanto – munido de um graveto seco – eu cutucava algo escuro no chão de asfalto. O que seria aquilo? O que pretendia aquele insano no meio da rua? Talvez, como um pouco mais de atenção, ao passar bem lento por mim, veriam que meus esforços se destinavam a garantir que uma aranha caranguejeira – já vista por vocês em postagem no Facebook– fizesse a travessia da rua incólume.
Eu - por coincidência, saía de casa no exato momento em que a aranha resolveu atravessar a rua em frente ao meu portão - levei um susto ao perceber um vulto escuro se movimentando vagarosamente pela rua. Parei o carro e fui ver. Reconheci imediatamente a bichona que já me visitara e, ao perceber que ela não desistiria de seu intento de cruzar a rua, decidi acompanha-la, cutucando-a, sem sucesso, com um graveto para que se apressasse e gesticulando para os carros que vinham sem atentar para o ser vivo no asfalto.
Fui bem sucedido, a aranha chegou sã e salva ao outro lado, mas minha imagem deve ter ficado seriamente abalada.
Foto tirada por ocasião de sua visita à minha casa...
4 comentários:
Eu diria que sua imagem saiu "aranhada"...
Que coisa mais linda! Valeu o esforço, sem dúvida.
Cara, você me fez lembrar do meu pai, pois na casa onde morávamos, de vez em quando, aparecia uma dessas, o velho, com a maior paciência colocava a mocinha em uma caixa e levava para o Butanta. Ele nunca matava ou maltratava as meninas. Consciência ecológica precoce, né? Agora meu, ajudar a bicha atravessar a rua... pirou?
O pior é que eu faria a mesma coisa, talvez de outra forma. Talvez usasse o método do pai do Lou.
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