Tostines, o dilema do mundo

Houve uma campanha publicitária famosa onde se perguntava qual era o segredo do biscoito "Tostines": vendia mais porque era fresquinho ou era fresquinho porque vendia mais?

Este o dilema do mundo. Nada que façamos vai ajudar a humanidade a sair da merda em que se encontra, se não decifrarmos nosso dilema "Tostines":

Ao defender os direitos e valores do indivíduo, eliminamos o coletivo, o bem comum e matamos a humanidade. Ao defender o bem comum e os valores coletivos, eliminamos a individualidade, a liberdade do ser e matamos a humanidade.

"Qual será o segredo de Tostines?"

O Destino do Mundo - Excertos de Morin 13

"Depois de a sorte do mundo estar entre as mãos de dois poderes dementes [URSS e EUA], ela não está hoje nas mãos de um mercado mundial cego [e demente]?"
...
"Por toda a parte, a bússola indica crescimento. E por toda a parte há crescimento do mal estar nessa civilização do crescimento. Daí resulta uma contradição ainda maior: o crescimento é vital para as nossas economias, mas a longo prazo é mortal para as sociedades e para o planeta."
...
"Aliás, André-Yves Portnoff mostra como o PIB, que adiciona riquezas e elementos de regressão, é enganador: ele leva em conta os ganhos e os impostos pagos por uma mãe desesperada, levada a prostituir-se para criar os filhos, mas não o caso de uma assistente social que consegue  evitar essa situação, deixando os filhos aos cuidados de uma vizinha bondosa."

(Edgar Morin, em "Um Ano Sísifo (1994)", ed SESC)

"Décima segunda poesia vertical" - excertos de Morin 12

"Sempre se chega
          Mas a outra parte

Tudo passa
          Mas ao inverso

Se alguém te interroga sobre o mundo

Responda simplesmente:

Alguém está morrendo

Eu me viro do seu lado
Na cama ou na vida
E percebo que és feita de impossível"

Roberto Juarroz, citado por Edgar Morin em "Um Ano Sísifo (1994)", ed. SESC

Lógica ilógica? (excertos de Morin - 11)

"Vivemos em um mundo essencialmente apócrifo [...] ordenado e construído inteiramente com base em pressupostos indemonstráveis, postulados de nossa razão designados como princípios da lógica que, se forem reduzidos ao princípio de identidade que os resume e se resume neles, constituem um único e magnífico pressuposto [...] O apócrifo de nosso mundo comprova-se pela existência da lógica, pela necessidade de colocar o pensamento de acordo com ele mesmo, de forçá-lo, de certo modo, a que ele enxergue somente o suposto ou o posto por ele, excluindo-se todo o resto. Diga-se de passagem, o fato de que nosso mundo é inteiramente cimentado sobre esse pressuposto e poderia ser falso é algo terrível, ou, então, de acordo com o ponto de vista, consolador." (Juan de Mairena, heterônimo de Antonio Machado, citado por Edgar Morin em "Um Ano Sísifo (1994)", ed. SESC.)

"O Capital, consequências e finalidades" - Guy Sorman (excertos de Morin - 10)

"Guy Sorman escreve que o capitalismo traz as virtudes  positivas do pacifismo e do materialismo. Das virtudes do pacifismo, não estou verdadeiramente persuadido. Quanto ao materialismo, ele provocará uma contracorrente: a satisfação material cria nova insatisfação, física e moral.
Não se deve esquecer, também, que o capitalismo se alimenta do imaginário e que ele próprio alimenta o imaginário, por meio do cinema, das mídias, da televisão. Ele se alimenta e alimenta a informação."

Edgar Morin em "Um Ano Sísifo" (1994), ed SESC

O ciclo infernal (excertos de Morin - 9)

"O ódio é inimigo dos hutus e dos tutsis. Da mesma forma que o ódio é o inimigo dos israelenses e dos palestinos. 

O ódio se inflama novamente...

E tudo contribui para reacender o ódio 

[o que um lado faz enfurece o outro lado; e vice-versa]... 

tudo intensifica o ciclo infernal do ódio."

Edgar Morin, em "Um Ano Sísifo" (1994), mas poderia ser um comentário sobre o Brasil de 2019.

Perguntas e Mentiras (excertos de Morin - 8)

"Ask me no questions and I'll tell you no lies."

Não me faça perguntas e não te direi mentiras 

Frase atribuída a Bing Crosby, citada por Edgar Morin em "Um Ano Sísifo", ed. SESC

Espelhos em Janelas (SESC)

"Para romper a bolha de aversão e transformar espelhos em janelas, precisamos promover a escuta e a conexão empática, principalmente de quem é diferente de nós, sobretudo dos grupos minoritários. É com essa intenção de contribuir com o bem-estar social, inspirados pelo ideais comuns sintetizados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, que o SESC traz para dentro de suas unidades a Diversidade." - trecho do Editorial do caderno de programação de julho de 2019, do SESC Sorocaba 

Não fosse pelas excelentes instalações, pela qualidade das atividades oferecidas e serviços prestados, e pela programação primorosa em suas unidades, só por essa declaração eu já defenderia a existência do SESC no país. Valeu, SESC Sorocaba!!!! Valeu, escritor inspirado deste editorial!!! 

Máquina de moer gente

"De que vale lutar para acolher e curar os que sofrem se por outro lado fazem tudo para conservar o sistema que adoece e impõe sofrimento?" 
- Ricardo Gondim

"O Mecanismo é uma máquina de moer gente. É um câncer. Ele está em todo lugar... É como um fractal, vai do macro ao micro e não tem como fugir, nem como lutar." 
- Ruffo, em "O Mecanismo", 1a temporada.

Os sete pecados sociais

“The Seven Social Sins are:
Wealth without work. (Riqueza sem trabalho)
Pleasure without conscience. (Prazer sem consciência)
Knowledge without character. (Conhecimento sem caráter)
Commerce without morality. (Negócios sem moralidade)
Science without humanity. (Ciência sem humanidade)
Worship without sacrifice. (Devoção sem sacrifício)
Politics without principle. (Política sem princípios)


Do sermão de Frederick Lewis Donaldson na Westminster Abbey, Londres, 20 de Março de 1925.”

― extraído do site goodreads.com.

Indignação e mentira (excertos de Morin - 7)

"Ninguém mente mais do que um homem indignado."

(frase de Nietzsche, colhida por Edgar Morin em "Um Ano Sísifo")

Agora, como Antes. (excertos de Morin - 6)

Repare: este texto é de 1994. Apesar de se referir ao Iraque e Bósnia, a "lógica" seguida pelas grandes potências continua sem mudanças. É a lógica ilógica, ou "repugnante", como escreve Morin.