segunda-feira, 30 de junho de 2008

Despedidas

Minha tia Diva, já perto dos 90 anos de idade, faleceu este fim de semana. Deixa saudades...
Estamos sempre nos despedindo das pessoas, não é?

Quando jovens, a gente se despede dos avós, bisavós, e tios-avós;
já adultos a gente se despede de tios e pais;
ficamos idosos e a gente se despede de irmãos e primos;
depois, a gente se despede...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Caráter e Desafios

Fim de tarde, em casa, curtindo a folga rara da esposa, meio ócio, meio preguiça, assistimos - de novo - ao filminho "Feitiço do Coração".
E não é que, de repente, um personagem-avô sai com essa pérola de conselho prá neta:

"Deus reserva os maiores desafios para aqueles com melhor caráter."

É mole?!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Foward

Hoje eu vos encaminho para o Volney e o profundo e assustador texto de Anselm Grum. Vá, leia e pense.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Essa é pra pensar...

"O passado nos afeta o tempo todo, mas sua influência sobre o presente é apenas maior quando ousamos ignorá-lo."
"Gandhi", personagem de Brabo na sua tão interessante quanto infindável história "A Cor do Encarnado".
Se você ainda não leu, não sabe o que está perdendo...

terça-feira, 24 de junho de 2008

119 - Motoqueiro - 3 (O Tempo Passa...)

Uma das características marcantes dos motoqueiros era – não sei se ainda o é – a solidariedade que havia entre eles. Talvez por serem minoria no trânsito, talvez por serem “mal vistos” pelos motoristas de autos, talvez porque nos sentíamos mesmo “diferentes”, um grupo à parte e nos identificávamos por isso.
Tive a oportunidade de experimentar essa solidariedade uma vez. Estava há pouco tempo com minha primeira moto – um pequena e leve Yamaha de 50 cilindradas – e a rua fazia uma curva à esquerda. Um pouco antes, obstáculos – do tipo “tartarugas” - obrigavam os motoristas a diminuírem a velocidade. Tentando não passar sobre o obstáculo, o que faria a moto dar um solavanco desconfortável, fiz pontaria para passar entre duas, pois havia espaço suficiente para o pneu da moto atravessar incólume. E fui bem sucedido! Passei sem sentir nenhum tranco, mas... preocupado com as “tartarugas” não percebi que a curva tinha um bocado de areia sobre o asfalto, justo na trajetória da moto.
Não deu outra. A roda traseira derrapou na areia ao fazer a curva, perdi o equilíbrio e fui ao chão. Não houve dano, a não ser no ego e no cotovelo um pouco ralado. Mas eu nem bem havia me levantado e já duas ou três motos paravam por perto, um motoqueiro vindo me ajudar, outro levantando a moto e outro ainda desviando os automóveis da minha direção.
Segui em frente, depois de verificar que estava inteiro e a moto também. Os “companheiros motoqueiros” fizeram questão de me dizer que isto era coisa normal, que todos já haviam passado por uma situação assim, que não havia do que me envergonhar. E realmente, em poucos minutos o constrangimento pelo tombo bobo foi substituído pelo orgulho de fazer parte desse grupo anônimo de gente solidária.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

A verdade e as estatísticas

Manchete do jornal "Folha de S. Paulo" de hoje, 23 de junho de 2008, noticia com ufanismo aos quatro ventos: "Salário de baixa renda sobe quatro vezes mais do que o de ricos".
"Bom!" Pode pensar você. "Muito bom! Estamos diminuindo a (imensa) distância entre ricos e pobres" - uma das mais vergonhosas realidades deste país - "até que enfim!"
Nada mais enganoso. Apesar de perfeitamente acurada em termos estatísticos, a afirmação está longe de ser verdade.
Senão, vejamos:
Segundo a Folha, aumento salarial dos pobres foi de R$ 37,16; no mesmo período os ricos aumentaram seus ganhos em R$ 227,29. Isto é 6 vezes mais do que o ganho dos pobres!!! Se antes a distância entre eles era de R$ 4.456,52, hoje ela é de R$ 4.646,65!!!
Na verdade, a distância entre ricos e pobres no país aumentou. Não há do que se orgulhar com a notícia.
E não me venham com churumelas...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Cadê a indignação?!?!?!?

O jornalista Clóvis Rossi escreveu ontem na Folha de S. Paulo que é justa a indignação pelo ato abominável que os soldados do exército cometeram no Rio de Janeiro, mas que ele gostaria de ver a mesma indignação pelo ato mais abominável ainda dos traficantes - matar os três rapazes - e indignação maior ainda pelo fato de parte do território nacional ser ocupado e controlado por traficantes, marginais e assassinos - como são as favelas do Rio e outros locais em todas as grandes capitais brasileiras.
Eu também pergunto: Cadê a indignação?!?!?

Cutucando com vara curta...

Hj a preguiça me faz encaminhá-los para a Bete, que os apresentará ao Marcelo Amaral - um iconoclasta de primeira.
Obrigado, Bete! Agradeça ao Marcelo por mim...

terça-feira, 17 de junho de 2008

118 - "NA BOLÉIA DE CAMINHÃO" (O Tempo Passa...)

Fim dos anos 60, meu primo e eu, escoteiros com 13, 14 anos, decidimos fazer uma excursão à "Fazenda Ipanema" - reserva florestal de grande valor ambiental e histórico. Lá, no início do séc XIX, foi instalada a primeira siderúrgica do Brasil, que utilizou o minério de ferro encontrado no Morro de Ipanema, local da reserva florestal de Mata Atlântica. Hoje, além das ruínas de construções históricas, há um núcleo ecológico governamental.

Fomos a pé. O caminho se mostrou mais longo do que imaginávamos e conseguimos uma carona de um caminhão, com carroceria de madeira, vazio. Bons tempos aqueles em que ainda era seguro pegar carona em estrada... Subimos na boléia e nos sentamos no chão da carroceria. A estrada era de terra e cheia de irregularidades. Ficamos pulando e chacoalhando naquele chão como "bolas de gude" jogadas num chão de azulejo!!! Rimos muito um do outro com a estranha dança sentada que fazíamos para lá e para cá, enquanto o caminhão andava. Quando terminou a pequena viagem, estávamos empoeirados, zonzos e um pouco enjoados... mas valeu a pena!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Se eu fosse rico...

Tem gente que sonha em comprar uma Ferrari, ou um Rolls Royce caso fique rico um dia.
Eu gostaria muito de ter dinheiro suficiente para comprar um Smart Fortwo Cdi. O veículo é minúsculo, assim como seu consumo e poder poluente: faz quase 30 km por litro de diesel e emite menos do que 100g de CO2 - segundo reportagem publicada pela MSN Notícias. Uma maravilha para quem se preocupa com nosso "dying" planeta!
Acontece que eu, por ser brasileiro, só posso aspirar a ter o carrinho se me tornar muito rico. Além de não se comercializado no país, a carga tributária torna proibitiva a idéia de importá-lo. Já na Europa, ele custa o mesmo que um carro 1.0 litro equipado custa no Brasil (em torno de R$ 35 mil).
Vá entender este mundo!!!

sábado, 14 de junho de 2008

Revisão

A Alice me deixou um "scrap" no Iogurt, digo Orkut com a antiga frase:

"Pessoas normais falam sobre coisas,
Pessoas inteligentes falam sobre idéias,
Pessoas mesquinhas falam sobre outras pessoas."

Eu pensei numa revisão:

"Pessoas humildes não gostam de falar bem de si;
Pessoas mesquinhas falam mal dos outros;
Pessoas pouco inteligentes falam..."

Ficou bom?

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Orgulho


Alguns de vocês sabem que mantenho um blogue para meu pai, o pastor presbiteriano aposentado Rubens Pires do Amaral Osório. Nele publico, semanalmente, às quintas-feiras - salvo exceções - alguns dos muitos estudos e escritos que ele juntou através de mais de 50 anos de trabalho para a igreja. Aos 81 anos de idade - completados dia 31 de maio -, ele ainda escreve e pretendo, se Deus quiser, publicar aos poucos, tudo o que produziu.
Na próxima semana completarei 100 estudos/escritos publicados no seu blogue, desde de março de 2006.
O mais interessante é que sem muita divulgação - a não ser entre amigos, família e nos periódicos "Brasil Presbiteriano" e "Revista Ultimato" - o blogue atingiu, esta semana, a respeitável marca de 250 visitas por semana! É três vezes o número de visitas que recebo!!!
Longe de invejá-lo, tenho orgulho de saber que mesmo aposentado e idoso, meu pai ainda ensina e incentiva à reflexão tantas pessoas.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sabedoria

"O cão só o melhor amigo do homem porque não sabe o que é dinheiro".
Adesivo na traseira de um automóvel.
Será...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

117- A CHÁCARA - 1 (O Tempo Passa...)

Durante muitos anos morei em uma chácara, fora dos limites urbanos da cidade de Sorocaba – SP. As pessoas se surpreendiam quando ficavam sabendo, e sempre perguntavam como e por que eu havia ido para lá.

Depois que Elaine e eu “fugimos” da “cidade grande” para o interior - primeiro para Ribeirão Preto e depois para Sorocaba - logo nos acostumamos à vida na cidadezinha e começamos a aspirar por coisa mais rústica, mais rural, mais próxima à natureza. Mas não queríamos deixar o contato vivência com a civilização e mais ainda, queríamos continuar perto dos familiares.

A oportunidade de realizar este desejo surgiu quando alguns amigos partilharam do mesmo sonho: morar no sítio, no campo. Percebemos que a aquisição e manutenção de uma propriedade rural tinham um custo muito alto para qualquer um de nós, individualmente, mas que juntos se tornava viável. Surgiu então a idéia de morar em “comunidade”, as quatro famílias juntas, num lugar gostoso e tranquilo, com plantas, animais e muito espaço para nossas crianças e para os amigos e parentes.

Começamos a procurar e um dia passamos pela propriedade que é a nossa “chácara” hoje e um amigo disse: Eis aí um bom lugar para nós... (clique aqui para ver). Era um terreno bonito, com um lago ao fundo e dois e meio hectares de terra em suave inclinação, a apenas oito quilômetros do centro da cidade, mas totalmente isolada e rural. A propriedade, no entanto, não estava à venda. O tempo passou, vários terrenos foram visitados, mas em nenhum coincidiu nosso desejo com nossa capacidade financeira. Até um dia, ao passar pela chácara, fomos surpreendidos com uma placa de “Vende-se”. Depois de várias tratativas finalmente chegamos a um acordo com o proprietário e compramos o terreno.

E foi assim. Vinte e cinco meses depois, três dos quatro proprietários iniciais já moravam na “Chácara”.

(continua)

domingo, 8 de junho de 2008

Tá virando moda...

Nunca fui muito ligado nessas coisas de moda, mas essa me surpreendeu:
A nova moda no Brasil é dirigir na contra mão em rodovias de alto tráfego. Começou há alguns meses quando um suicida dirigiu pela rodovia Castelo Branco na contra mão, por alguns quilômetros até ser abalroado - ou até espatifar-se - em uma carreta que não conseguiu desviar-se.
Depois disso, tivemos um caso ou outro, mas nesta última semana houve uma escalada nos episódios e só nos últimos três dias, quatro pessoas foram ou pegas - e presas - pela polícia rodoviária do estado de São Paulo dirigindo na contra mão de rodovias, ou sofreram acidentes graves ao fazê-lo.
O mais recente, há poucas horas, foi preso na rodovia dos Imigrantes, que liga a capital ao litoral, embriagado.
Sei que não será o último, mas espero que seja... Loucura!!!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Ficando velho...

Aniversário é uma coisa esquisita. O dia é um como outro qualquer para mais de 5 bilhões de pessoas, mas não para você.
Aliás, corrijo. Não é um dia comum para todos, não. Há milhões - um estatístico poderia dimensionar melhor - que também aniversariam neste dia. Há tantos outros que passam por momentos únicos: nascimentos, casamentos, perdas, mortes, etc.
Então, este é um dia especial como todos os outros.
Quando criança, aguardamos com ansiedade. Queremos os presentes, a festa, queremos "ficar velhos" para poder fazer tanta coisa que só adultos podem - para mim, prioritariamente, era poder dirigir um carro.
Agora, aos 56, este dia é alegre porque os amigos e a família insistem em faze-lo alegre. Foram muitos "parabéns" pelo Orkut, pelo telefone e pessoalmente. É uma alegria...
Por outro lado, depois de mais de cinquenta vezes assoprando as velinhas, deixa de ser especial, passa a ser "mais um", "um dia a mais", "nada de mais".
Torna-se um momento de reflexão: "O que diabos eu fiz da minha vida???"
Graças a Deus - e aqui eu quero dar ênfase: Graças a Deus! - tenho uma longa lista de alegrias, conquistas, de lembranças felizes, de pessoas importantes. Não por meu mérito, atingi esta fase na vida que a vaidade é só isso: vaidade. Sei que muito pouco tenho para oferecer, que meus defeitos em muito superam as virtudes, que as derrotas sobejam sobre as vitórias. É que a vida nos oferece estas coisas boas, mesmo quando não as merecemos. Só me resta aceitá-las e absorve-las, preservá-las e ser grato.
Sou grato a Deus pelo que já vivi, pelo que passei. Sou grato aos amigos e família pelo carinho que me dão.
Por isso "parabéns pra mim" pelo privilégio de ter tanto para agradecer a tantos. Obrigado!

Frases sábias

Tirei do blog da Vilma. Uma pérola de sapiência e humor:

"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão."

Do grande Eça de Queirós

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Dia do Meio Ambiente

Como dizia Millor: "Sou contra o meio ambiente. Sou a favor do ambiente inteiro!"
Há vários posts em inúmeros blogs, notícias nos jornais sobre este dia.
Por isso não vou escrever nada. Enquanto estiverem lendo outros textos, apreciem a música e, principalmente a letra de Roberto Carlos (tá bem, concordo, é brega, mas é bom, muito bom!):
"As Baleias" - é só clicar...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

116- PAREI (O Tempo Passa...)

Vinha de carro pela rodovia Raposo Tavares, que corta a minha cidade, Sorocaba. O som do carro ligado em uma das duas estações de radio que vale a pena ouvir. Uma toca só “pop” e a outra inclue mpb também. Nada de mais.

Uma música começa. Diferente das outras que a radio toca, esta tem um “ar” de música erudita, quase ópera. A voz é de cantor lírico, o tom, majestoso. Bonito. De repente, a inconfundível voz de Sarah Brightman assume o segundo verso. A orquestra ao fundo é ao mesmo tempo suave e imponente. O clima vai num crescendo. Não é possível ouvir e dirigir. Não é possível ouvir e fazer qualquer outra coisa!

Paro o carro no acostamento, esqueço dos meus compromissos, de onde venho e para onde estou indo. Aumento o volume do radio. A música invade meus ouvidos, entra pelos poros. Sou tomado por uma sensação de leveza, grandiosidade, melancolia e felicidade sem razão. Fico ali, em êxtase até o fim da música... Qual música? Que música é essa? Quem é o cantor de ópera que consegue mexer tão profundamente com as emoções da gente? A porcaria da radio é daquelas – que o Caetano odeia – que não fazem menção do título, autor ou intérprete. Que droga! Como vou saber que música é essa?

Felizmente, a música e o cantor se tornam hits e fico sabendo que é Andrea Bocelli, cantor lírico cego, o par sublime de Sarah na música Con te partiró.

Ele faz sucesso também com outras músicas – como Vivo per lei, que gravou também em dueto com “nossa” Sandy - e se apresenta nos mais importantes eventos.

Mas aquela tarde, na Raposo, pelo radio foi uma experiência inesquecível!