quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Quem?

"Quem é você?" - pergunta a moça, entre assustada e agressiva, depois de ver John Reese, de "Person of Interest" (às 4as feiras, 22 hs, no canal WB), derrubar com golpes precisos alguns malvados que a perseguiam.
"Esta é uma pergunta que eu me faço frequentemente." - responde John.

E eu, pensando que estava assistindo apenas a um seriado de TV, me vi diante de uma frase que me descreve perfeitamente.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Esporte emocionante

Tá bem, eu sei... vocês vão falar que é violento. E é mesmo, mas não é por isso que eu gosto. Vão dizer que é complicado. Realmente, é preciso algum tempo para se acostumar com o intrincado jogo de estratégias e nuances sutis em meio àquela brutalidade. Vão dizer que o jogo não tem nada a ver com a nossa cultura. Não tem mesmo, mas este é um mundo globalizado, ou não é?
Mas por que qualifico como emocionante? E que esporte é, afinal das contas?
Venham comigo. Assisti a dois jogos de futebol americano, semifinais dos dois campeonatos profissionais do país, o NFC e o AFC.
No primeiro jogo, ao fim do primeiro tempo, o favorito aplicava um placar era 20 X 0 (equivalente a 3 a 0 no nosso futebol tupiniquim) no adversário. No segundo tempo, o placar chegou a 27 X 7 (4 a 1) ao fim do terceiro quarto de jogo; o time azarão virou o jogo pra 28 X 27 faltando menos de 3 minutos para acabar a partida. Mas não ganhou, porque o favorito teve forças pra fazer 30 X 28 a menos de 30 segundos do final e ganhou. Emocionante, não, um jogo acabar 5 a 4 e ser decidido nos acréscimos?
Mas não foi só isso. O segundo jogo (no mesmo dia), começou com os dois times marcando e empatando. E assim foi o jogo todo. Terminou com um empate de 35 X 35 (5 a 5 em gols tupiniquins!) e foi para a prorrogação. Só na segunda prorrogação, o azarão ganhou com um chute de longe. Emocionante!
Fiquei pensando nos jogos dos nossos campeonatos brasileiros, onde 1 a 0 é considerado um "grande resultado". Pobre futebol, não sabe o que é emoção. Quem assistiu ao futebol americano, sabe.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia

Foi triste ver as notícias do terrível acidente em Santa Maria - RS.

Foi mais trágico ainda ler a enxurrada de comentários (principalmente no Facebook) imbecis, maldosos, estúpidos, arrogantes, descabidos, insultuosos, idiotas, insensíveis de "cristãos" e "ateus" burros, sem um pingo de sentimento de solidariedade e humanidade.

Aos "cristãos" - que pregam que o acontecido foi "castigo de Deus" por estarem os jovens "em pecado" - e aos "ateus' - que se aproveitam da dor de outrem para lançar calamidades do tipo "onde estava Deus quando o local pegou fogo?" ou "se Deus existe, porque permitiu tragédia assim?" deixo-lhes meu recado:

"VOCÊS SE MERECEM!!!"

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Onde sua vida está e para onde pode ir

Reflexão do tipo "cala a boca e pense", do Claudio Oliver, hoje, no Facebook:

"Pensamento da manhã: Todos os livros sagrados, entre eles a Bíblia, são livros cujo foco principal é fora deles mesmos. Textos sagrados não são um fim em si, eles não são "A" realidade, mas servem para nos inserir em novas e maiores realidades criando uma tensão entre onde estamos agora e o nível de consciência que está adiante de nós. O que segura a gente para passar por essa tensão é a fé. E aqui, fé nada tem a ver com no que você acredita, na sua doutrina ou ortodoxia, mas em quem você deposita confiança o suficiente para correr o risco de fazer a jornada até lá. Eu detesto ficar ouvindo pessoas que ficam citando seus por quês, citando passagens decoradas. Os textos religiosos e rituais não são um substituto para a experiência humana, da mesma forma que a experiência individual não abarca a experiência humana. A experiência humana, registrada na tradição, na troca e nos textos é algo do qual elas fazem parte e ela nos ajuda na jornada. Essa jornada se dá quando você para de simplesmente achar bonito e concordar com textos como aquele no qual Jesus diz "Ame seu inimigo e ore por quem te persegue" (Mateus 5:44). A jornada começa quando você pega um texto como esse ou qualquer outro e luta com ele, e se pergunta: POR QUÊ? COMO ISSO PODE SER VERDADE? SERÁ QUE EU CONCORDO COM ISSO? QUAL A DIFERENÇA? e por vezes fica com essas perguntas por anos, doídas, lutando, até que elas virem experiência interior. Os companheiros de jornada mais importantes acabam sendo o texto sagrado, a experiência acumulada e compartilhada e o risco. Ai o texto cumpriu seu papel. Quando um texto sagrado está ali para ser coisas que te fazem sentir bem, achar bonito e acima de tudo não mudar a sua vida de onde ela está hoje para onde ela pode ir... infelizmente é só blá blá blá religioso, romântico e que vai servir no máximo para você se achar ótimo, estando onde sempre esteve e sem mudar uma vírgula na direção de um ser humano mais integral que você poderia ser. Bom Dia." (negritos meus)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Bendita impossibilidade

Paulo Brabo, graças aos céus, tem mantido afiada sua perspicácia em coletar pensamentos drasticamente preciosos, deliciosamente perturbadores e absolutamente relevantes que ele encontra sabe lá Deus onde.

Visite sua "Bacia das Almas" e veja se concorda comigo: bendita impossibilidade!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

NÃO COMPRE NA KABUM!!! É EMPRESA DESONESTA!!!!!!!!!!

Vejam que absurdo!!!
A Kabum é desonesta!!!! Leia AQUI

Meu amigo Claudio Oliver escreveu no Facebook

"Pensamento da manhã: Cada dia mais assumo uma postura como ambientalista que chamo de Ambientalismo Participativo. Sou muito reticente aos dois extremos que nos apresentam: a atitude de sermos donos da natureza, senhores, que receberam carta branca para fazer o que quiserem (o tal mandato cultural que assanha a sanha louca do capitalismo) e a atitude que nos vê como pragas a serem mantidas longe do resto da criação (atitude típica do IBAMA, das florestas sem manejo, sem presença humana e que esquece que o ambiente natural é natural quando somos naturalmente parte dele e como nossa intervenção pode ser benéfica). Somos parte da criação, parte e não centro, nem reis, nem vassalos. Nosso distúrbio, assim como de outros animais, pode ser extremamente positivo, nossa ação, pode ser benéfica. Não precisa ser sempre má e negativa. Tudo depende de lembrarmos de nossas duas funções para as quais fomos colocados nesse jardim variado que é o planeta: em hebráico Avad e Shamar (observar e guardar). Nosso fazer, intervir e agir pode e deve partir do primeiro ato: observar e ter como finalidade o segundo: Guardar, que é mais que simplesmente preservar, conservar, é ser mordomo e partícipe do processo da vida e de sua comunidade nesse planeta. Bom dia."
Não há como não aplaudir essa sabedoria. Vamos colocá-la em prática?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cenas Inesquecíveis do Cinema e da TV - 2

O filme já acabou.
Foi muito divertido e nosso herói (ou anti-herói), um adolescente malandro, está no quarto depois de enganar os pais de que está doente. Na verdade, ele cabulou aula e fez mil estripulias com seus amigos. Foi o dia de folga de Ferris Bueller (e esse é o nome original do filme).
Na tela, os letreiros já acabaram. Da tela preta aparece o corredor que dá para o quarto de Ferris, palco da última cena do filme.
De repente, o rapaz aparece no corredor. Parece surpreso, avança uns passos e diz, olhando para a plateia:
"Ainda estão aí? Já acabou! Vão pra casa! Podem ir embora!"
Pega todo mundo - todo mundo não,  porque algumas pessoas, ao virem os letreiros já saíram do cinema; vão se arrepender depois - de surpresa. Surpresa essa que se torna uma gostosa e última risada, e que fica na memória o resto da vida.

(Quer ver a cena de Curtindo a Vida Adoidado? Clique aqui)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

"As Aventuras de Pi"... ou "Escolha a História"

O único sobrevivente de um terrível naufrágio conta a sua história... não, o rapaz - adolescente ainda - conta duas versões da sua história:

Uma é bem trágica e traumática. Salvo em um pequeno barco com mais 3 pessoas, ele se vê só, depois de um haver morrido;  outro - enlouquecido - matar a sua mãe, sendo, em seguida morto por ele. Assim, só, o rapaz é encontrado numa praia muitos dias depois.

Outra versão tem como personagens 4 animais - uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre que estavam no navio naufragado - e ele. Depois de muita luta e sofrimento restam apenas ele e o tigre que vivem momentos incríveis e sobrevivem até chegar à costa do México, onde o tigre desaparece e o rapaz é encontrado desacordado por habitantes da região.

A primeira história é fria, quase cruel, lógica e, ao mesmo tempo, insana.
A segunda é sofrida, mágica, cheia de maravilhas e assombros. E difícil de crer.

Ao relatar suas histórias a um escritor que foi entrevistá-lo muitos anos depois, o sobrevivente pergunta: "Você tem o relato das duas histórias. Ambas sem comprovação alguma, apenas a minha palavra que foi assim que aconteceu. Qual das duas você escolhe?

O escritor é livre para escolher qual quiser, nada o prende, o obriga a escolher essa ou aquela, mesmo uma sendo "racional" e a outra "assombrosa".

Para o náufrago, crer em Deus é assim: uma escolha livre entre um mundo material frio, aterrador e um mundo onde a cada segundo, a cada passo nos assombramos com maravilhas incompreensíveis.

O escritor escolhe a segunda história.
Eu também.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O amor... vilão?

O jornal a Folha de São Paulo de terça-feira, 08/01/2013, publicou em seu caderno "Equilíbrio" um artigo de Juliana Cunha sobre o livro do filósofo inglês Simon May, "Amor - Uma História" no qual expõe a visão de pensadores como Spinoza, Ovídio e Rousseau sobre o assunto e conclui que "somos todos fanáticos. Exigimos que nosso sentimento seja eterno e incondicional e camuflamos sua natureza condicional e efêmera. É a mais nova tentativa humana de roubar um poder divino", disse em entrevista à Folha. É uma religião apregoada pela produção cultural, como nos filmes "em que um personagem não quer saber de namorar e só pensa na carreira. No final, descobre que sem uma paixão sua vida não será completa". A consequência é a frustração coletiva. "Nada humano é verdadeiramente incondicional, eterno e completamente bom. Essa é uma forma de amor que só Deus pode ter. Esse entendimento gera expectativas altas, que relacionamentos cotidianos não são capazes de suprir."
Já o autor de "Amor - Sentimento Desordenado", o alemão Richard David Precht afirma que "o papel de nos aceitar por inteiro, com todos os nossos defeitos e limitações, cabia a Deus. Hoje, buscamos alguém que possa cumprir essa função e ainda dormir conosco. É realmente, pedir demais."
A psicanalista e também autora ("O Livro do Amor") Regina Navarro Lins concorda que o amor romântico vigente é irreal: "Você conhece uma pessoa, atribui a ela características que ela não possui e passa a vida infernizando a criatura, querendo que ela seja  como você imaginou".
Simon May considera que ao enxergar o amor romântico como solução para todos os problemas, transforma esse tipo de amor em religião, pois "as pessoas subestimam o poder das questões sociais como componentes da felicidade. Viver em paz, com emprego e dignidade, provavelmente traz mais alegria duradoura do que o amor romântico".

E você? É membro da religião do amor romântico?

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Da inutilidadede das provas

"Para quem crê, nenhuma prova é necessária;
para quem não crê, nenhuma prova é suficiente."

Stuart Chase

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Para dar aos filhos

"As coisas mais importantes para dar aos filhos são: raízes e asas."
Li, não sei onde, e anotei num pedacinho de papel que ficou rolando pela minha mesa. Hoje dei com ele e pensei: não é que é mesmo!
Aos meus, já crescidos, eu pergunto: será que Elaine e eu lhes demos um pouco que seja de cada uma?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O preço do futuro

"Foi precisamente essa perda de contato com o passado, nosso desenraizamento, que deu origem aos "descontentamentos" da civilização, a uma pressa e uma agitação tão grandes que vivemos mais no futuro com suas quiméricas promessas do que no presente, cujo passo acelerado nosso pano de fundo evolucionário não aprendeu ainda acompanhar. Precipitamo-nos impetuosamente novidade adentro, guiados por um senso cada vez mais acentuado de insuficiência, de insatisfação e de inquietação. Não vivemos mais daquilo que temos, vivemos de promessas; deixamos de viver à luz do presente e passamos a viver nas trevas de um futuro que, esperamos, trará o aguardado amanhecer. Recusamo-nos a reconhecer que toda coisa melhor é comprada ao preço de uma coisa pior." 
Carl Jung em Memories, Dreams and Reflections (1957)
(Retirado do excelente texto "As persistentes persuasões do desenvolvimento", de Paulo Brabo em sua Forja Universal. Vale a pena a visita!)