sábado, 29 de agosto de 2009

Caim

José Saramago, o escritor em língua portuguesa mais aclamado da atualidade, ganhador de prêmio Nobel de literatura em 1988, dá uma pequena entrevista, como mostra o Yahoo Videos, em função do lançamento de seu mais recente romance, "Caim". Aos 86 anos, Saramago fala com franqueza da sua dificuldade em aceitar "Deus".
Lá pelas tantas ele diz que "tudo aquilo" (na Bíblia, especialmente no Pentateuco) "é absurdo e, em alguns casos, criminoso". Como exemplo ele cita o episódio em que "Deus manda Abrão matar seu filho Isaque para provar a sua fé. Só isto deveria apagar da nossa idéia, da nossa cabeça, a idéia de Deus." O episódio é relatado em Gênesis, capítulo 22.
Para encerrar a entrevista ele diz que a conclusão que se pode tirar, "a única coisa que se pode dizer é que não se pode confiar em Deus."
Eu sinceramente espero não estar fazendo a "leitura" dos livros de Saramago tão mal quanto ele faz dos livros bíblicos...
Reservo-me o direito de gostar de seus livros, de admirar a personalidade intrigante do autor, e de não confiar em Saramago.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Macacos me mordam!!!

Todo dia minha amiga Renata enche minha caixa de entrada com mensagens encaminhadas com .pps ou .wmv ou outro anexo qualquer que eu não abro. Não é somente ela. Há outros 5 ou 6 amigos que fazem o mesmo. O gozado é que nunca vem o mesmo anexo duas vezes... sei lá porque.
Bem, voltando à minha amiga, hoje me mandou apenas um link do YouTube e resolvi ver o que era. E não é que valeu a pena?!?! São apenas 4 minutos de reflexão sobre quem somos e o que fazemos. Nada muito sério, nem muito profundo. Mas dá o que pensar.
Tá curioso? Passa ... Depois me diga.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Contra o Vento"

Algumas letras de canções escritas por artistas jovens são melhor compreendidas quando nós já não somos (jovens). As experiências, tribulações, altos e baixos da vida nos permitem saborear melhor a profundidade, muitas vezes antes desapercebida, de certas músicas.

É o caso, por exemplo, da canção “Father & Son” - do então jovem Cat Stevens - que para um “filho” parece simplesmente retratar o “abismo de gerações”, a dificuldade de se fazer entendido pelos “velhos”, mas agora adquire para mim um significado todo especial, pois sou o “pai” que também já foi o “filho”.

Outro caso é o da música “Against the Wind” - Contra o Vento – de Bob Seger. O impacto da letra se faz muito mais forte 30 anos depois do que quando ele, um garoto rebelde de cabelos longos e barbudo, cantava pelos palcos americanos.

Vejam só um trecho da letra:

Wish I didn't know now what I didn't know then

Quisera não saber agora o que eu não sabia então

Against the wind

Contra o vento

We were running against the wind

Corríamos contra o vento

We were young and strong

Éramos jovens e fortes

We were running against the wind

E corríamos contra o vento

And the years rolled slowly past

E os anos passaram lentos

And I found myself alone

E estou sozinho

Surrounded by strangers I thought were my friends

Cercado por estranhos que pensei serem amigos

I found myself further and futher from my home

Encontro-me cada vez mais longe de casa

And I guess I lost my way

E acho que perdi o caminho

There were oh so many roads

Havia, oh, tantas estradas

I was living to run and running to live

Eu vivia para correr e corria para viver

Never worried about paying or ever how much I owed

Nunca me preocupando com pagamentos ou mesmo com dívidas

Moving eight miles a minute for months

Movendo-me a dez quilômetros por minuto, meses a fio

At a time

A cada vez

Breaking all of the rules that would bend

Quebrando todas as regras que podia torcer

I began to find myself searching

Comecei a me ver à procura

Searching for shelter again and again

Em busca de abrigo sempre

Against the wind

Contra o vento

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Uma "nuvem" computacional

Eis uma idéia interessante: a IBM implementou uma rede de computadores domésticos, a qual deu o nome de World Community Grid. Qualquer pessoa com acesso à Internet pode participar. É só fazer o registro, baixar o programa e manter o computador conectado mesmo quando ocioso. Ele será utilizado, em sua capacidade operacional, para ajudar a pesquisa científica em várias áreas: medicina, agricultura, meio ambiente, por exemplo. Atualmente essa "nuvem" computacional ajuda a pesquisa sobre dengue, câncer infantil, AIDS, gripes, distrofia muscular, arroz mais nutritivo, energia limpa, entre outras. 

Uma estranha satisfação percorre minha espinha quando olho para a janela do "Boinc" - esse é o nome do programa que gerencia meu computador quando não o estou usando. Sinto-me envolvido com coisas boas e humanitárias, como se estivesse fazendo algo bom, quando, na realidade, não estou fazendo - literalmente - nada!

A comunidade é formada por mais de 475 mil membros e mais de um milhão e trezentos mil computadores. "Cool", não?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Reflexões sobre a política

Meus ex-colegas de faculdade trocam e-mails e, vez em quando, o debate se instala, sempre bem-humorado, cáustico, e temperado com a antiga amizade. Alguém mencionou a situação política e o proposto "buzinaço" para o dia 7 de setembro como ação promotora de mudança.
Comentei assim:

"O Brasil ainda não se livrou do "coronelismo", o real sistema de governo vigente.
O "panelaço" pode apontar para um desejo de mudança, mas "mudança" mesmo eu duvido muito que aconteça, neste momento. Perdemos todos, e aí incluo o mundo inteiro, as únicas grandes chances de mudança que tivemos durante nossa vida (segunda metade do séc XX e primeira década do séc XXI):
1- a cultura "underground" dos anos 60 e;
2- a efervescência do fim dos 80, com a queda do muro. Perdemos estas chances e não vejo agora possiblidades reais de mudança. Talvez daqui uns dez anos, com o agravamento da crise ambiental e a ascenção ao mundo adulto da chamada "geração digital".
Veremos. Salvo engano,

r
(desculpem o ar "arrogante" do texto. Na verdade, eu não estou dando uma de "sociólogo", "intelectual", não. Pobre de mim. Saiu assim, mas é só um desabafo do coração...)"
...
Um colega afirmou que lamúrias não mudariam a cena, que é preciso se engajar ativamente e se os partidos atuais não satisfazem, que se crie um partido melhor. "O importante", afirmou, "é participar".
Respondi:

"Há meios e meios de ser "ativo"...
Um movimento muito forte hoje no mundo é o da "micro-revolução". Exige muito compromisso e envolvimento pessoal. Se é eficiente, não sei. Mas é interessante e prescinde do tipo de envolvimento político que estamos acostumados - e cansados - de ver.
Portanto, nem todo aquele que se mantém à margem da ação político-partidária, ou socialmente engajada é omisso."

Aí meu colega responde que agora é o momento de lutar por uma democracia participativa não só na hora do voto, mas na hora das decisões.
Respondi:

"No grande filme de Montaldo, "Giordano Bruno" de 1973 - lembra? éramos jovens e tínhamos esperança de mudar o mundo - o ator Gian Maria Volonté, como personagem central, ao ser levado para execução, afirma "que ingenuidade a minha: pedir ao poder para reformar o poder!". Assisti esse filme há mais de 35 anos e nunca me esqueci da frase. Continua válida hoje como no século XVI. Por essa razão estou à margem da ação política e social direta. Tento me reformar e levar as pessoas a refletirem sobre a necessidade de se reformarem. Partidos políticos, ONGs e religiões não são mais meu instrumento de trabalho. Foram, um dia. É na ação individual que me engajo. Se estou certo, não sei. Veremos."

Há alguma lógica no que disse, ou só falei bobagens???

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O quanto vale isso?

Meu filho conversava com um amigo, que animado com o curso que faz, comentou que os professores recebiam aproximadamente 250 dólares por hora/aula, isto é, 50 minutos. Ou, 300 dólares por hora. Ouvi atentamente. Disparei: ganhar, ganham, mas não vale; com certeza não vale.

Minha afirmação criou polêmica, pois se há mercado para um professor que exija este valor, é porque ele deve valer o que recebe.

Esta é a lógica de mercado: tudo vale tanto quanto estão dispostos a pagar. Uma Ferrari vale meio milhão de dólares? Se há quem pague, sim! Uma pintura de Van Gogh vale 80 milhões de dólares? Se há quem pague, vale! Um jogador de futebol vale milhões de dólares por ano? Se há time que pague, vale! Um executivo - CEO  -vale um salário milionário? Se há uma multinacional que pague, vale!

Pois eu sou do contra. NÃO VALE, NÃO!!!! É um absurdo, uma insanidade admitirmos que num mundo onde 900 milhões de pessoas passam fome regularmente, os valores acima sejam considerados normais e sequer existam!!! Aqueles que recebem esses valores deviam se envergonhar disso, ir à praça pública e gritar: eu não mereço tanto! E quem paga devia anunciar: metade do que tenho para comprar tal coisa será destinado a minimizar a fome no mundo!

Ingênuo? Sonhador? Idealista? Demente?

Que seja. Prefiro ser louco a aceitar a "sanidade" egocêntrica do mundo capitalista.

domingo, 23 de agosto de 2009

"Errar é Humano

"...disse o Buda. Quem resiste ao erro, resiste a ser humano. Perguntaram ao Buda: o Buda comete erros? O Buda respondeu: estou cometendo um erro neste exato momento..."

Este estranho texto faz parte de um cd de audio que o detetive Charlie Crews - no seriado policial "Life", do canal pago AXN - tenta ouvir no carro, em companhia de sua parceira Dani Reese, que tenta inutilmente trocar o som para uma música mais, digamos, agradável.

Meu antigo chefe, ao incentivar a iniciativa de sua equipe, dizia: "Quem tenta, pode até errar; quem não tenta, já errou". 

Essa talvez, seja a diferença entre alguém "do bem" e "do mal".

Quem é do mal sabe, de antemão, que faz o mal, portanto arrisca por não ter nada a perder.

Quem é do bem, teme errar por não desejar fazer o mal a si e a outros. E essa timidez provoca ausências e omissões extremamente prejudiciais. Todos perdem.

Portanto, faça o bem sempre, mesmo que algumas vezes você erre e acabe fazendo o mal sem intenção. Pior será pecar por omissão. E esta não é apenas uma lição do Buda...

sábado, 22 de agosto de 2009

Felicidade e desempenho

Na linha de largada, corpos atléticos com rostos tensos. Em instantes será dada a largada para a final dos 110 metros com barreira no Campeonato Mundial de Atletismo de Berlim. À medida que a câmera apresenta cada uma das corredoras, nota-se o semblante carregado, nervoso de todas.
Todas, não. Há uma atleta, por sinal não é a favorita, mas é a mais velha - 34 anos - do grupo, que ao perceber apontada para si, dá um largo sorriso e manda um beijo em direção à câmera. Saltita alegremente para manter o aquecimento muscular necessário para a prova.
Finalmente, depois de alguns instantes que devem parecer séculos para as competidoras, é dado o tiro de largada e elas disparam atacando cada barreira com rapidez e agilidade. Já no meio do percurso uma delas se destaca e cruza a linha de chegada pouco à frente das favoritas.
É a corredora feliz, que demora ainda para perceber que ganhou a prova, mas está contente. Contentamento que se transforma em convulsão de alegria com a confirmação de sua vitória inesperada inclusive para ela, Brigitte Foster-Hylton.
É a vitória da felicidade, da pura alegria de viver, sobre o peso da responsabilidade e seriedade no trato das coisas.
Fazer com alegria lhe permite fazer melhor. Pense nisso!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Por puro acaso

Por puro acaso a música "Foi Deus que fez você", composição genuinamente nordestina de Luiz Ramalho, cantada maravilhosamente por Amelinha vem imediatamente antes de "Mais Simples", do músico, poeta e intelectual paulistano J. Miguel Wisnik, delicadamente interpretada por Zizi Possi, na minha lista de músicas nacionais do meu MP3.
A última frase da música de Amelinha se encaixa como luva na primeira frase da música de Zizi.
Não há nada em comum entre as músicas. Melodia, ritmo, origens, autores e intérpretes são tão distintos quanto se é possível ser neste universo musical. A única coincidência, se é que se pode assim chamar, é o fato de ambas cantarem o amor e a vida. Mas este é tema principal da produção artística, não é?
Mas, para compreensível desgosto de Dawkins, as letras se entrelaçam e afirmam:

"...Foi, foi Deus"
"É sobre-humano amar..."

Enquanto houver um sopro de vida humana sobre a Terra, haverá quem diga que Deus existe porque o amor existe, e o amor existe porque Deus existe. Pobre Dawkins!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Como lidar com erros das empresas

Meu manual "Como Lidar com Erros das Empresas" não será publicado. O motivo é simples: não há como justificar a publicação de um livro com apenas uma página. Verdade. Meu manual só tem uma orientação, que serve para todos os tipos de problemas, empresas, situações e lugares.

Ao ter algum problema com uma empresa, assegure-se de procurá-la e documentar seu pedido amigável de correção do erro da empresa.

Ao receber um "não!", fique calmo, respire fundo e DÊ COM OS DOIS PÉS NO PEITO DA EMPRESA"!!! Isso mesmo, no popular: "bote a boca no trombone". Esperneie, faça escândalo, divulgue pro mundo o teu protesto, use a web, a mídia - jornais, revistas e TV -, as organizações de defesa do consumidor e qualquer outro instrumento para fazer estardalhaço.

Acredite, funciona.

Vejam o exemplo do artista canadense Dave Carroll. Dois dias depois de colocar este video no YouTube, após meses de tentativas frustradas de ser atendido, a United Airlines entrou em contato com ele para ressarcir-lhe os prejuízos. Isto porque seu bem-humorado video foi assistido por mais de 150 mil pessoas em dois dias e foi notícia na CNN. Em sua resposta, aqui, ele pede que a companhia doe o dinheiro à caridade e se esforce para atender melhor seus clientes porque, para ele, foi tarde demais.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Inferno

"Lo unico infierno es la soledad", explica a mãe, carinhosamente, à filha no filme "O crime da padre Amaro", insistentemente anunciado pela TV paga.

Será? Será que não há outros "infiernos" concomitantes e tão terríveis quanto a solidão? Não será possível cada pessoa possuir seu inferno particular - um ou vários - do qual nunca se está longe o suficiente para não pairar ameaçadoramente sobre a cabeça de cada um?

Qual é o teu inferno?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sonhos

..."Estava saturado. Já não suportava essa mentira que é o relatar dos sonhos. Porque nenhum sonho se pode contar. Seria preciso uma língua sonhada para que o devaneio fosse transmissível. Não há essa ponte. Um sonho só pode ser contado num outro sonho"...
..."- E você, Mwadia, você não sonha?
- Eu? Ora, compadre Lázaro, eu nunca me lembro o que sonho.
- Cuidado , minha filha, muita cautela: quem não vê os seus sonhos é porque está sonhando aquilo que está vendo."...


(Lázaro Vivo é o curandeiro de "O outro pé da sereia", ficção de Mia Couto, publicado pela Companhia de Letras, que eu ainda estou, vagarosamente, sorvendo)

O trecho me remete ao conceito de realidade. O que é o real? Como podemos assegurar que vivemos na realidade e não em mero sonho ou pesadelo, devaneio de um ser inconcebível? Desconfio que a resposta passe, para desprazer de Dawkins, pela palavra ""...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Todo mundo sabe

Mas eu não sabia que Leonard Cohen era um poeta e compositor canadense tão profícuo e talentoso.
Vejam aqui um clipe da música "Everybody Knows" e acompanhem abaixo um trecho da letra - traduzida para quem não lê inglês.
Digam-me: é ou não é a mais pura verdade?


Everybody knows

Leonard Cohen

Everybody knows that the dice are loaded

Todo mundo sabe que os dados são viciados

Everybody rolls with their fingers crossed

Todos jogam com seus dedos cruzados

Everybody knows that the war is over

Todo mundo sabe que a guerra acabou

Everybody knows the good guys lost

Todos sabem que os mocinhos perderam

Everybody knows the fight was fixed

Todo mundo sabe que a luta foi arranjada

The poor stay poor, the rich get rich

Os pobres continuam pobres, os ricos, mais ricos

That's how it goes

É assim que as coisas são

Everybody knows

Todo mundo sabe


Everybody knows that the boat is leaking

Todo mundo sabe que este barco está furado

Everybody knows that the captain lied

Todos sabem que o capitão mentia

Everybody got this broken feeling

Todo mundo tem este sentimento de perda

Like their father or their dog just died

Como se seu pai ou cão morresse


Everybody talking to their pockets

Todos olham para seus bolsos

Everybody wants a box of chocolates

Todos querem uma caixa de bombons

And a long stem rose

E uma rosa de cabo longo

Everybody knows...

Todo mundo sabe...

domingo, 16 de agosto de 2009

Vida marvada

Ê, vida marvada,
num dianta fazê nada.
Pruquê si isforçá,
si nu vaia a pena trabaiá?

Perguntem -me se estou com preguiça...
Pior que nem é aquela preguiça de Caymi, que Caetano invejava: só fazia o essencial; nada mais, nada menos. Caetano dizia que algumas de suas obras eram "supérfluas" enquanto todas as de Caymi eram essenciais. E se ele, Caetano fosse tão preguiçoso quanto, só teria feito música boa...
Por outro lado, eu, nem vontade de espreguiçar, tenho. Que dirá levantar a bunda da cadeira pra fazer alguma coisa pra melhorar esse mundo...

Di manhãzinha fui vê mia rocinha
Pra vê se já nasceu quarqué coisinha
Mas quar, nu nasceu nada, não!
Plantando nasce, mai nu planto não!

Se não plantamos o que é bom, o terreiro não fica vazio, não senhor! As ervas daninhas, que não servem pra nada, tomam conta do terreno. E, além disso, impedem que qualquer planta boa brote e floresça. É, por exemplo, o que acontece no Congresso Nacional. Os bons se ausentaram, os maus tomaram conta do poder. Quem sabe, tivesse eu me esforçado e me tornado presidente do Senado, o Sarney não estaria lá...
Mas é tarde, resta ter esperança de que os bons jovens de hoje não se acomodem, como a minha geração, sejam "preguiçosos" e façam, pelo menos, o essencial: tornar esse mundo melhor.

sábado, 15 de agosto de 2009

You're still the same

Quando vejo o triunfo dos maus, como escapam da justiça, impunes, como celebram suas "jogadas espertas", como apostam alto no "vence quem pode mais" e se saem bem, atropelando quem fica em seu caminho. Quando, contrariado, acompanho casos como o do Sarney - e antes disso, do Renan e do Severino; e antes o do Dantas e do Mansur; e antes o do Collor, do ACM e do Maluf; e antes o do... - me lembro da música do desconhecido Bob Seger, "Still the Same" - literalmente, "Ainda o Mesmo".
Fala do jogador inveterado, que faz apostas de alto risco, sem levar em conta nada e ninguém; que pensa que pode se "dar bem" só na base da grana e do charme. Fala de um apostador, mas parece falar dos políticos, dos empresários, sem respeito pela lei, pela moral, pelos outros, por si, por Deus...

And you're still the same E você ainda é o mesmo
I caught up with you yesterday Te encontrei ontem
Moving game to game Indo de jogada em jogada
No one standing in your way Sem deixar ninguém no seu caminho


Turning on the charm Usando seu charme
Long enough to get you by O suficiente para se dar bem
You're still the same Você ainda é o mesmo
You still aim high Ainda aposta alto

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ainda tem gente que pensa assim?

Vi num exemplar da famigerada "Veja", enquanto aguardava em alguma sala de espera, a entrevista da economista venezuelana Carlota Perez.
Em certo momento, ela tem a candura de soltar essa falácia como se fosse a verdade mais óbvia.
Pasmem!

"A legitimidade do capitalismo está em fazer da busca pelo enriquecimento individual um benefício para toda a sociedade."


Alguém pode me informar onde, quando e como isso aconteceu??? Porque a miséria, guerra, fome e violência causadas pelo capitalismo, isso eu posso apontar!!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ser amigo na blogosfera

Entre os amáveis comentários sobre a postagem "Nunca vi", achei especialmente pertinente o do meu amigo "porreta" Rondinelly, que tomo a liberdade de transcrever abaixo. Vejam que delícia:

"Eita, amigos de longe, cujos abraços são de letras, têm mexido comigo como se suas palavras fossem de carne. É como se eu pudesse conversar com o amigo personagem de livro, com a diferença de que há possibilidades de desvio da trama, de falta de coesão com a estória, de que a narrativa seja sempre e de novo desmistificada e recomeçada, e isso é muito bom!"

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Manifesto

Xô, Sarney!!!

(o ideal seria mandar todo mundo - no Senado - pra casa, mas esse pode ser o primeiro passo...)

Tem sempre alguma coisa errada.

"Kozmic Blues (álbum solo) quer dizer que não importa o que você faça, não vai ganhar a guerra. Quando eu era criança, as pessoas me diziam que eu era infeliz porque estava na adolescência, mas que um dia ia ficar tudo legal. E eu acreditava. Primeiro achava que quando o homem certo aparecesse, seria a hora, depois que se eu pudesse trepar em paz, depois se eu conseguisse algum dinheiro, etc. Até que um dia, sentada num bar, entendi de repente que nunca ia acontecer nada, que nunca ia ficar legal, que o tempo todo tem alguma coisa errada, sempre, só muda o problema. Não era um prazo de espera, era toda a minha vida..."

(Janis Joplin, em entrevista citada por Lai Cariri no delicioso "Soda Cáustica")

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Mais uma pra lista das 100 mais

Talvez alguns se lembrem da minha frustrada tentativa de listar as 100 músicas mais importantes da minha vida.
Quem quiser saber como foi, clique aqui, aqui e aqui.
Bem, hoje, ouvindo radio, veio-me mais uma música imprescindível na lista: "Good Stranger" da banda Supertramp. Para ouvi-la com a letra, clique aqui.

Deixo só um trecho que atraiu meu pensamento:

You can laugh at my behaviour Você pode rir do meu comportamento
That´ll never bother me Isso nunca vai me aborrecer
Say the devil is my savior Diga que o diabo é meu salvador
But I don´t pay no heed Mas não vou prestar atenção

Tem dias que dá mesmo vontade de dizer isso a quem só faz críticas...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Nunca vi

Amigos tenho de vários tipos.
Tenho aqueles que vejo sempre, a gente vive se encontrando, se esbarrando, se falando. Tenho aqueles que pouco vejo, mas sinto saudade e é uma alegria encontrar. E tem aqueles que a gente não vê mais, sumiram no tempo e no espaço, mas ainda considero amigos.
Agora tenho também aqueles que nunca vi, e assim mesmo considero amigos. Graças à blogosfera, arrumei uma porção destes.
Um grande abraço, amigos!!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

K, M, G, T e a medida das coisas

Quando comecei a me envolver com a informática, mediam-se as coisa usando a letra "K", de quilobyte (Kb), ou mil bytes, onde cada byte é um conjunto de oito bits. Entendeu? As máquinas tinham memórias de 8, 16, 32, 64 Kb e olhávamos assombrados para a progressão geométrica da capacidade de cálculo e de memória dos computadores. "Até onde irá isso?"
Meus filhos, quando se iniciaram no mundo da informática, falavam com a letra "
M", de megabyte (Mb), ou mil vezes mil bytes, onde byte é o conjunto de oito bits. Um espanto!!! E logo as máquinas passaram a ter 16, 32, 64, 128, 256, 512 Mb de puro poder. Já começamos a desconfiar que isso não estava perto do fim...
Hoje mexemos com a letra "
G" como se fosse coisa trivial: "G" de gigabyte, um milhão de mil bytes, cada byte com oito bits... E as primeiras máquinas de minhas sobrinhas já vem com 80, 160, 320, 500 Gb de memória sem espanto algum.
Afinal, qualquer um pode obter e usar, sem maiores problemas, a letra "
T", de terabyte (Tb), ou bilhões de mil bytes, cada um com oito bits...
Qual será a próxima letra? Estarei ainda aqui para usá-la ou já terei voltado ao
bit, digo, ao pó de onde vim?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Tudo culpa delas!!!

Espantei-me ao ouvir, durante um debate sobre a tal "gripe suína", a afirmação de que é bom as escolas adiarem o início das aulas porque "as crianças são o grande foco disseminador de epidemias". Pode até ser, mas que ouvir isso provoca um desconforto, provoca! Tadinhas!!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A raiva e o ódio

Alguns leitores comentam que tenho muito ódio no coração. Geralmente essa impressão acontece logo após eu "descer o pau" em alguma empresa "esperta", que fez algo em detrimento do consumidor.
Há um engano. Não nutro ódio pelas pessoas e o que manifesto não é ódio. É raiva contra empresas que se acham acima da moral, da ética e da função social que toda empresa deve ter.
E, raiva e ódio são diferentes
*.
Quando odeio algo/alguém, não importa o que façam, sempre desejarei o mal da pessoa ou daquilo que odeio.
Quando tenho raiva, tenho raiva de algo específico em alguém/algo, e essa raiva desaparece com uma mudança de atitude minha ou da pessoa/algo, eliminando assim, a causa da raiva.
Como exemplo, cito a
Microsoft e o capitalismo. Da primeira eu tenho raiva, por agir de forma tão soberba e mesquinha. Do segundo, nutro ódio, por razões óbvias.
Minha raiva tem-se dirigido às empresas porque penso que somente sendo duros e exigentes os consumidores serão - talvez - respeitados por elas. Não dá pra ser "bonzinho", "paciente", "deixa pra lá", "perdoador" com as empresas. Elas só respeitam quem chega com "um pé no peito". Se todos formos gentis e humildes com as empresas, seremos todos espezinhados por elas. Todas. Não se enganem.
Capisce???

*(pra quem imagina de onde tirei esse conceito. Em sua Carta aos Efésios, o apóstolo São Paulo afirma "Irai-vos, e não pequeis...")

sábado, 1 de agosto de 2009

A fuga e a mentira - 2

"A melhor maneira de mentir é ficar calado. Lição que o burriqueiro não aprendera com ninguém. O silêncio  não é a ausência da fala, é o dizer-se tudo sem nenhuma palavra."

Mia Couto em "O outro pé da sereia" da Companhia das Letras.