sexta-feira, 26 de julho de 2013

Amor e Liberdade

"No no love without freedom
No freedom without love..."

Não há amor sem liberdade
Não há liberdade sem amor

Dido: ouça em http://youtu.be/0nO45A7tTMs

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Segurança e o Isolamento

As pessoas procuram, necessitam sentir-se seguras. E para isso buscam diversos meios.
Essa sensação de segurança é falsa, pois segurança não existe.
A todo e qualquer momento, em todo e qualquer lugar estamos sujeitos a tragédias desde de as mais irrelevantes - pisar num chiclete na calçada - às mais drásticas - morrer.
Mas, sabe-se lá porque, elas raramente acontecem. E não porque tenhamos tomado as devidas providências. Se você andar olhando para o chão o tempo todo para não pisar num chiclete, pode dar de cabeça num poste; se vc toma todas as precauções para não morrer de doença ou crime, pode ser vítima de um acidente.
Um dos maiores males resultantes da nossa preocupação excessiva com a segurança pessoal é o isolamento. Construímos muros e grades em torno das residências; andamos em veículos de vidros fumê, janelas fechadas; não falamos com estranhos; não passamos por locais desconhecidos, não frequentamos outros; trancamo-nos em casa, no escritório; escondemos nossos celulares, jóias, relógios. Tudo para aumentar a segurança... em vão.
Só aumentamos o nosso isolamento uns dos outros, apenas criamos uma falsa sensação de segurança, mas a situação de incomunicabilidade social é real.
As manifestações recentes tem também esse elemento "novo": a quebra do isolamento, o abrir mão da segurança para se viver em comunhão - por algumas horas - com o outro, que não conhecemos, mas que está ao nosso lado e se faz de nosso cúmplice no manifesto.
Se derrubássemos os muros que nos separam, deixássemos de lado a obsessão pela segurança, olhássemos as pessoas de frente, desarmados e vivêssemos em "comunidade" (oposto de isolamento), sabe o que aconteceria com a criminalidade? Despencaria, porque todos estariam comungando um espaço de todos e a violência contra um seria sentida e rechaçada por todos.
Mas, não. Preferimos nosso espaço (casa, trabalho, carro, igreja) bem fechado, protegido.
Como se isso não fosse apenas uma ilusão...

terça-feira, 16 de julho de 2013

O Fundamentalista e o Herege

"Para o fundamentalista todo que crê no diverso ou descrê do comum é herege."
(Marcelo Ferreira, lá da Zona da Reforma)

E a frase não se aplica apenas ao fundamentalista religioso, não! Tem muito fundamentalista político, científico, social, filosófico e cultural por aí...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Alegrias e Preocupações

Alegram-me as manifestações por provar que muitas pessoas estão preocupadas e dispostas a demonstrar suas insatisfações com os problemas do país e a exigir providências para melhorar a vida da população;

Preocupam-me as manifestações porque em meio a tantas demandas, protestos e exigências - das mais simples às mais absurdas - vejo raro, e localizados nos mesmos grupos tidos por "radicais", o protesto contra "o sistema" - esse conjunto de normas, procedimentos, valores, leis e tradições econômicas, políticas, sociais, culturais e até religiosas - imposto pelos detentores do poder com o único e específico objetivo de mantê-lo e, se possível, aumentar o controle e influência sobre as pessoas e que tem sido, em suma, fonte inesgotável de injustiças, sofrimento e dominação de muitos por uns poucos (e os mesmo) há muito e muito tempo (demais).

Aos que por ventura perguntarem: "O que colocar em lugar desse sistema capitalista perverso?", respondo: "Não sei, mas isso que está aí eu definitivamente não quero!".

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Mais política, partidos e poder

Escrevi no Facebook:

"Alguém pode se perguntar o que é que eu tenho contra os partidos políticos. Contra os partidos, nada. O problema é que TODO partido aspira ao poder. E pra chegar "lá" e lá manter-se, TODOS vendem a alma pro diabo. Enfim, o problema é o danado do "pudê" e da grande verdade que o poder corrompe... sempre."
 
Um amigo comentou que sim, "mas um mal necessário em uma democracia representativa...não é perfeita, mas não inventaram nada melhor...na verdade todo HOMEM aspira algum tipo de poder...não são os partidos, somos nós..."

O que me fez responder que "é necessário imprimir na organização social uma regra pétrea de alta rotatividade de poder, de diluição do poder, de aproximação do poder com a população - que é de onde emana o poder político, certo? Os partidos, por serem permanentes, aspiram o poder para perpetuarem-se nele. É instinto de preservação mesmo. O que acontece com toda organização humana - até, e inclusive, as igrejas. Se faz necessário solapar esse poder, castrar essas ânsia, esvaziar esse objetivo, enfraquecer o instinto. E isso só se faz com constantes e profundas mudanças no poder." 

O que, em resumo, é minha grande diferença com as instituições, em geral. Todas caem na busca pela auto-preservação e manutenção do poder que adquirem ao ter sucesso junto à comunidade. Pois o poder tem o grande benefício de dar - aparente - solidez e segurança. E aí o objetivo, a missão da organização foi pro beleléu e a instituição começa a trabalhar para viver (e manter o poder é parte disso) e não para servir.   

A pergunta, então é: Será desejável um sistema político sem partidos? Desejável, talvez; possível, duvido. 

Proponho que seja restrito ao mínimo o poder dos partidos:
- seja através dos métodos eleitorais, seja através da distribuição de representatividade, forma de funcionamento das assembleias de eleitos (pra quê Senado?), da remuneração deles, etc 
- e descentralizado ao máximo o alcance do poder - via municipalização, por exemplo 
- e promovida a constante rotatividade dos representantes do povo - com o fim da re-eleição, adoção do voto distrital, etc.

Tá bom assim, pra começar. Só pra começar...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Ingenuidade

"Que ingenuidade a minha, pedir ao poder que reforme o poder!"
(Giordano Bruno, séc XVI, pouco antes de morrer pelas mãos da Inquisição)

Esta advertência ecoa na minha cabeça desde que as manifestações começaram, e se tornou um grito interminável agora que se discute tão acaloradamente "plebiscito" versus "referendo" e se defende "nenhum dos dois". Espero, sinceramente, estar errado.