quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Reflexão - 3

Assisti ontem ao filme "O Gangster", com Denzel Washington e Russel Crowe.
Além do prazer de ver dois excelentes atores em ação em um filme bem feito, o filme colocou mais lenha na fogueira das minhas reflexões recentes.

Vê-se ali dois antípodas em confronto:

Um - Denzel - que tem a família em alto conceito, fala de honra e integridade, de ser homem de uma só palavra, de lealdade, de disciplina. É o homem que mata a sangue frio, que busca o lucro e o poder com uma ganância ilimitada. É o que provoca dor e sofrimento dos milhares em sua comunidade, mas mantém uma rígida moral individual. Leva a mãe à igreja dominicalmente;

O outro - Russel - está em meio a uma luta pela guarda do filho - depois do divórcio -, é mulherengo, impetuoso, indisciplinado, tem amigos entre os mafiosos, e reúne, à sua volta, uma equipe de párias sociais. É quem faz, com tenacidade, algo simplesmente por achar que é o certo, mesmo que isso não lhe traga benefício algum, pelo contrário, só aumente suas mazelas.

Ao final do confronto, ambos se unem com um objetivo comum:

Vão atrás de um terceiro grupo: dos que, parecendo pertencer ao grupo de Russel, na realidade, fazem parte do grupo de Denzel. Isto é, unem-se para ir atrás dos hipócritas, demagogos e fingidores.

Suspeito que Deus não concorde com o estilo de vida nem de um, nem do outro. Mas dê Seu apoio e bênção à união dos dois e a esse objetivo comum.

Parece-me, salvo engano, que se não for possível fazer parte do quarto (e inexistente) grupo - o dos "santos" - é preferível ser do grupo de Denzel ou de Russel, jamais do terceiro grupo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Reflexão - 2

...
Oh, everyone believes Oh, todo mundo crê
From emptiness to everything De nada a tudo
Oh, everyone believes Oh, todo mundo crê
And no one's going quietly E ninguém vai desistir

We're never gonna win the world Nós nunca iremos ganhar o mundo
We're never gonna stop the war Nunca iremos parar a guerra
We're never gonna beat this Nunca vamos acabar com isto
If belief is what we're fighting for Se por crença é que lutamos.
...

Belief de John Mayer

Reflexão - 1

Vários fatos tem chamado minha atenção ultimamente, todos aparentemente isolados, mas que tem uma conexão por serem relativos à vida, e como a vivemos:

Um fato foi as discussões calorosas no Alysson sobre Obedecer ou Desobedecer e sobre O Evangelho Decomposto. Por vezes, parecia diálogo de surdos;

Outro fato foi as posições estereótipas e diametralmente opostas dos personagens do filme A Lenda: um cientista materialista e uma crédula ingênua;

Outro, a busca infindável das pessoas por significado e valor, externada pela notícia que alguém próximo a mim está visitando centros espíritas;

Outro, o dilema de alguns personagens de seriados da TV, geralmente policiais enfrentando toda a sorte de maldade, e perdidos em suas vidas pessoais, com sérias dificuldades de estabelecer uma distinção entre o bem e o mal, mas que ainda lutam;

Mais um, as postagens down-dark-hilárias do Lou, que deixam a cabeça com um zumbido como se tivesse sido chacoalhada;

E ainda, o ótimo e tocante video do show de John Mayer na TV, no qual ele exprime um dilema muito comum:
"...cause I wonder sometimes, "...eu me pergunto às vezes,
about the outcome, sobre o resultado,
of a still verdictless life. de uma vida sem um veredito.
Am I living it right?" Estarei vivendo certo?"
(Why Georgia)

Mais ainda, os textos do Brabo, sobre as leituras e interpretações, como na postagem De Onde Tirei Essa Idéia;

E, o fato de ter terminado a tradução de um livro religioso - contrariado por ler tantas coisas das quais tenho sérias dúvidas - e não ter nenhuma perspectiva de trabalho imediato, e isso absolutamente não me perturbar;

Finalmente, a certeza de que o mundo que estarei deixando para meus filhos e netos será muito pior do que aquele, tumultuado e incerto, no qual vivi minha mocidade - um mundo no qual a própria sobrevivência da humanidade será colocada em cheque. Espero que não cheque-mate...

Se conseguir escrever, publico sobre o que tenho pensado. Amanhã, ou depois...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

104 - Por-do-sol, nascer-da-lua (O Tempo Passa...)

Foi beleza.
Estávamos no velho ônibus da escola (de Geologia), viajando pelas Minas Gerais. Passamos pela Gruta de Maquiné, pelas minas de ferro de Belo Horizonte, descemos abaixo do nível do mar na mina de ouro de Morro Velho, visitamos a charmosa Diamantina com suas pedras preciosas. Muito estudo, muita farra, muita estrada.
Em certo ponto da viagem, estávamos numa estrada ao longo de uma serra que providencialmente ia de norte a sul. Dava para vislumbrar o horizonte, lá longe, tanto a oeste - do lado esquerdo do ônibus - quanto a leste - pelo lado direito. Fim de tarde, o sol tomou o formato de uma bola vermelha e tingiu o céu de mil cores. Enquanto assistíamos ao espetáculo, encarapitados nas janelas à esquerda, alguém deu o aviso: Olhem! À direita!
No instante que o sol desaparecia de um lado, uma lua cheia, enorme e amarela, surgia do outro lado. Estávamos em pleno equinócio - quando o sol se põe em sintonia com a lua surgindo - e não sabíamos.
Mas curtimos aquele espetáculo natural, divino e genial sabendo que poderia ser único em nossa vida. Até agora, foi.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

"A Lenda"

Além do orgulho bobo de ver uma brasileira contracenando com Will Smith (já viu bobagem maior?), o filme impressionou pelas imagens de Nova York desolada - muito parecidas com as do, esse sim, excelente "Os 12 macacos".
A história mexe com um temor justificável - a manipulação genética dando errado - e com o eterno script do herói solitário.
Mostra, de forma rude, homens e mulheres que deixaram de ser humanos. Tornam-se feras incontroláveis, que devem ser derrotadas seja de que forma for. Huummm, perigoso...
Há ainda, para os interessados por aspectos espirituais, a divergência de opinião quanto a existência de Deus e de um propósito em todo aquele sofrimento - eterno debate - que caricaturou ambos: o ateu parece um obsecado e bitolado cientista fanático, e a "crente" parece uma adolescente sonhadora e ingênua, que acredita em Papai Noel, e naquela voz interior que sempre te guia no rumo certo. Eu, hein!
No fim, sacrifícios à parte, os dois atingem seus objetivos: o ateu faz a ciência vencer, e a "crente" chega ao Paraíso, Nirvana, ou Shangri-lá. Sei lá.
Valeu, mas não é nenhuma obra-prima...

domingo, 27 de janeiro de 2008

Obedecer ou Desobedecer, eis a questão!!!

Depois da discussão "caliente" lá no Alysson sobre "obedecer ou desobedecer", sobre a qual falei dias atrás, lembrei-me do comportamento culinário de minha mãe. Pessoa culta, profissional respeitada, calvinista e conservadora, minha mãe tinha bons dotes culinários que me dão água na boca ao mencionar. Mas tinha uma característica peculiar: era incapaz de seguir uma receita ao pé da letra. Ela jamais cozinhou fosse o que fosse, seguindo a receita tintim por tintim.
Em tudo que fizesse na cozinha, seu comentário era: "Fiz como manda a receita, só mudei uma coisinha X ou Y". Invariavelmente.
Poderíamos classificá-la como transgressora incorrigível?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Frases Inesquecíveis...

"Em 10 anos, ninguém se lembrará mais deles."

De um gringo, professor de inglês na UCBEU de São Paulo, e trompetista da orquestra sinfônica da cidade, afirmando que os Beatles não eram importantes, que sua música era banal, da moda, e passageira.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Captain Sad

Gozado. Vez em quando "encasqueto" com uma música na cabeça, não há o que tire. Atualmente dou uma pesquisada na internet e tenho tido sorte de resgatar algumas pérolas do meu baú de jóias musicais.
Essa, infelizmente, só retomei as informações, mas ainda não pude ouvir novamente.
É a música "The Captain Sad and His Ship of Fools" de um conjunto vocal familiar chamado "The Cowsills", que chegou a fazer certo sucesso no passado, na época do programinha de TV "The Partridge Family", que foi inspirado neles, todos membros de uma mesma família.
Se alguém souber como ouvir essa música, me avise. Vai me fazer bem.

A Verdade está lá fora...

Não tem jeito. Fui fã do seriado Arquivo X e volta e meia me lembro dele.
Como ontem. Quando fiquei mais de uma hora lendo o debate em torno do belo post do Alysson , em 13 de janeiro, sobre obedecer ou não obedecer.
A discussão ficou em torno de duas concepções básicas e fundamentais sobre a vida:
a verdade está lá fora - isto é, fora mim?
Ou a verdade está aqui dentro - tal como a vejo, percebo, sinto?
Curioso as pessoas se apegarem tanto às suas opções, defendendo bravamente, e até deselegantemente, às vezes.
Suspeito que ambos estão certos. E errados. Mas não tenho como provar.
Quem sabe, um dia - e esta é a minha grande esperança - veremos sem névoa, cara a cara, a Verdade...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

103- 1968 (O Tempo Passa...)

Aos dezesseis anos, fui espectador privilegiado e um pouco desavisado do rebelde ano de 1968, que muito se discute sobre ter ou não mudado o planeta.

Na época, morava em São Paulo, centro de grandes acontecimentos, cursava o primeiro ano colegial e estudava inglês na UCBEU, fundação que tinha o apoio discreto do governo americano.

Meu pai, pessoa interessada em política, apoiava a ditadura militar de então. Eu, leitor ávido de tudo que caía em minhas mãos e fã de cinema e música, não tinha certeza do que se passava no país e no mundo. Só fui clarear minhas posições sócio-política-artísticas na faculdade, já nos anos setenta.

Mas lembro-me da sensação de estar vivendo um momento ímpar na história, “a turning point”, como diria o inglês. Fiquei chocado com as mortes de Martin Luther King e Robert Kennedy; espantado com a rebelião dos jovens de Paris; curioso para saber mais sobre a tal liberação sexual; intimidado pelo ambiente politicamente polarizado e reprimido; atraído pelas novidades musicais e cinematográficas que surgiam; e amedrontado com a incerteza quanto ao futuro do país e do mundo, em plena guerra fria.

Pra ser bem sincero, sinto certa frustração, como se tivesse ficado no “olho do furação” e ele passasse sem que eu o percebesse.

Hoje penso que 1968 foi como um espasmo, que chacoalhou o planeta, mas não foi capaz de alterá-lo positivamente. E a frustração daquela geração deu margem ao individualismo mesquinho e sem ideais dos nossos dias. Debito boa parte das angústias dos jovens do séc XXI ao fracasso dos jovens do ano de 1968.

É triste, pelo que podia ter acontecido e não aconteceu; pelo que podia ter sido e acabou sendo...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Contradição

No mesmo caderno de jornal noticiam:
> A preocupação com a crise econômica americana - por colocar em xeque o crescimento mundial e nacional e;
> A constatação de que o aquecimento planetário - cuja causa principal é humana - já está provocando desastres naturais, com imensos prejuízos econômicos.

Como podem coexistir:
> O crescimento econômico - cuja base é principalmente a exploração dos recursos planetários - com altíssima produção de poluentes e;
> A tentativa - na minha opinião, fadada ao fracasso - de conter o processo de aquecimento que tantas tragédias nos causará?

Não seria mais sensato - e, por isso mesmo, inviável:
> Optarmos por um estilo de vida mais simples, melhorar a distribuição das riquezas existentes, e deixarmos de provocar a ira do planeta?
> Implicaria em abolir do vocabulário o termo "crescimento econômico" e trocá-lo por "desenvolvimento social"...

Mas isto está fora de questão. E quem sofrerá serão nossos filhos. E netos... se estes chegarem a existir.
Salvo engano... (e como eu gostaria de estar enganado!!!)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Completando frases...

O livro que traduzo tem uma frase boa e óbvia:
"O ser humano é muito variado"
Imediatamente, minha mente completou:
"E muito avariado".

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

102- PÁRA-QUEDAS (O Tempo Passa...)

Tenho duas primas em segundo grau que são adoráveis. Filhas de dois irmãos, primos meus, vejo-as pouco, mas é sempre muito divertido e gostoso conversar com elas.
Um dia, me disseram que pretendiam saltar de pára-quedas. Achei a idéia incrível e como a cidade de onde elas saltariam não fica muito longe da minha, disse que gostaria de presenciar o salto. Elas se entusiamaram e disseram que eu poderia saltar com elas, se quisesse, pois não é um solo; é um salto feito “a canguru” de um perito.
Agradeci o convite, fiquei de pensar, e esqueci o assunto. As férias chegaram e Elaine e eu aproveitamos uma oportunidade de visitar Florianópolis, cidade encantadora, com praias lindíssimas e uma deliciosa variedade de pratos de camarão, que ambos adoramos.
Estava na praia com a Elaine quando o meu celular toca. Atendo e uma voz feminina, excitada de alegria grita: “Tio, vamos saltar!!! Cadê voce?” Eram elas, já na cidade de onde saltariam e querendo saber se eu poderia ir com elas. Agradeci, contando ser impossível porque estava a muitos quilômetros de lá e pedi que me contassem tudinho depois, quando eu voltasse. Desliguei com um misto de frustração, alívio, e temor.
Dias depois, nos encontramos e elas nos mostraram uma filmagem do salto delas, que foi perfeito e uma experiência extraordinária. Ficou a dúvida: caso estivesse lá, teria coragem de saltar também??? Sei lá...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Errata

Ninguém percebeu - nem eu!!! - mas o post "Gêmeos" foi o centésimo post da série "O Tempo Passa..."
Este abaixo inicia a segunda centena... até onde irei? Sei lá...

101- CIDADE MARAVILHOSA (O Tempo Passa...)

O Rio de Janeiro é uma cidade que tem fama de maravilhosa, mas só aparece no noticiário ultimamente devido à violência que grassa solta.

Ela já foi realmente maravilhosa, e deve ainda ser. Tive a chance de visitá-la várias vezes, uma delas foi essa:

Elaine e eu tiramos férias do trabalho em julho, antes das crianças terem nascido, e decidimos passar uns dias no Rio de Janeiro, aproveitando o fato de minha prima morar com o marido em pleno bairro de Ipanema.

Ficamos sós, porque ela havia viajado para São Paulo, e o marido saía cedo para o trabalho e dormia cedo também.

Nossa rotina naquela semana foi interessante. Acordávamos bem cedinho – seis, seis e meia da manhã – vestíamos roupas de banho e caminhávamos os dois ou três quarteirões que nos separavam da praia de Ipanema. Curtíamos o mar e a praia maravilhosos até próximo da nove da manhã, quando voltávamos para o apartamento, tomávamos café da manhã e saíamos para passear pela cidade.

A razão para esta rotina é muito simples. Apesar de ser inverno no Rio de Janeiro, o calor era tão forte na praia, que não conseguíamos ficar lá depois das nove horas da manhã!

Assim, aproveitamos os dias visitando o Pão de Açúcar, o Corcovado, o Jardim Botânico, a Lagoa Rodrigo de Freitas e outros pontos turísticos da cidade.

Praia mesmo, só bem cedinho. Que calorão!!!

sábado, 5 de janeiro de 2008

Cilada

"...mas nunca imaginara que a curiosidade fosse outra das tantas ciladas do amor."

Gabriel Garcia Marquez em "Amor no Tempo do Cólera"

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Praia...

Pra quem não lembra, pôr-do-sol e praia foram dois itens na minha lista de maravilhas do mundo.
E a foto do post anterior é a reunião dos dois. Lou, foi em Barequeçaba, pertinho de S. Sebastião, litoral norte do estado de S. Paulo.
Georgia, juro que na hora que postei, pensei em vc, na Vilma e outros europeus passando frio...
Mas não foi só o sol que deu as caras. A lua também se mostrou linda e brilhante...

Ah, Lou, insisto em afirmar: este não é um "blog cristão", é um blog de "um cristão".

Retomando...

Pois é...
Depois de curtas e imerecidas férias, cá estamos, prontos para um novo e incógnito ano - o de 2008. O que nos reservará!!!
Nestas férias, pouco aconteceu. A foto abaixo explica melhor o que fiz nestes últimos dias...