quarta-feira, 20 de julho de 2016

Um pouco de Eduardo Marinho

"As falcatruas por trás das ações do estado e de empresas interessadas podem ser sentidas no ar, nos procedimentos, uma sociedade cujos poderes públicos são na prática privatizados e a hipocrisia é o lugar comum no trato com a população... ...como todo poder dito “público”, ávidos por “autorizações” e taxas, no vício de arrancar dinheiro da gente, sem contrapartida com o cumprimento nem da própria constituição. Um poder público que não merece nem o próprio nome, sempre aplicado ao atendimento dos interesses de poucos, os financiadores de campanhas eleitorais, e em enganar a população. Não pagaremos pra expor, nem ganhamos o suficiente pra isso, pois nos aplicamos em pagar as próprias contas, com dificuldade mas com persistência pra não se render aos valores e comportamentos vigorantes nesta sociedade criminosa, que abandona e sabota grande parte das pessoas – a miséria, a exploração, a ignorância, a desinformação são crimes sociais tão cotidianos que estão absurdamente naturalizados, quando ninguém devia se conformar com isso. Assim como ninguém deveria se conformar com uma vida sem sentido que gira em torno do consumo e da posse material, valorizando o desenvolvimento tecnológico, mas não o desenvolvimento moral pra tratar com ele, o que dá origem à escandalosa concentração de renda e propriedade e à consequente carência, criminalidade e violência. A violência do Estado é a mãe de todas as violências. E a vida imposta é a origem maior das frustrações existenciais. Essa é a base do meu trabalho. Escrito, desenhado e falado." - 

Eduardo Marinho em seu blogue "Observar e Absorver"