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quinta-feira, 31 de julho de 2025

Por que será...?

 Acordo, quase todo dia, com uma música na cabeça. Não é sempre a mesma música, geralmente, cada dia é uma diferente. E fico com ela o dia todo, a não ser que ponha ela pra tocar e escute. Aí, ela se vai.

São músicas variadas, desde cantigas da infância, até algo mais complexo, como uma música clássica, ou o mais recente sucesso do artista da hora.

Gosto de acordar assim, nunca fiquei contrariado com a escolha do meu subconsciente, se é que é ele quem escolhe...

Já pensei sobre o possível significado psicológico para as músicas que me vem... não cheguei a conclusão nenhuma.

Tive uma ideia: vou anotar o nome da música, a cada manhã e daqui um tempo (1 mês?), publico aqui a lista... O que será que vem?

Aguardem...

domingo, 4 de maio de 2025

Seria este o ocaso?

Basta abrir qualquer mídia de notícias para se deparar com fatos estarrecedores: crimes, desastres naturais, acidentes trágicos, guerras e "rumores de guerras", e por aí vai.

Estaremos nós à beira do abismo, da aniquilação da espécie humana?

Não tenho como responder, mas posso dizer que não sou otimista quanto a isso. A humanidade tem me provado, vez após vez, ser insana, cega ou simplesmente burra.

O que não quer dizer que não veja saída. Talvez, no meu pessimismo, a saída que vejo seja inútil. E, de qualquer forma, está muito além do meu alcance.

Mas, seja como for, pelo menos expô-la, eu ainda posso.

Se a Humanidade tiver Vontade de sobreviver, e se achar que vale a pena lutar pela Vida, a primeira coisa a fazer é extirpar a ganância do seu vocabulário, do seu modus vivendi, dos seus planos, ações e valores (sim, porque não nos enganemos: a ganância está entre os principais valores cultivados pela civilização humana). Sem essa medida inicial, nenhuma outra permitirá a nossa sobrevivência na Terra.

E a ferramenta fundamental da ganância, a mais usada e a mais mortal é o Capitalismo (tanto é, que costumo grafá-lo com "e": capetalismo). O lucro, a acumulação, a vantagem, o sucesso financeiro como "valor" a ser buscado sempre e mais em todo o empreendimento humano precisam ser eliminados da vida. Ou não sobreviveremos. 

Simples assim.  

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Música... ah! A Música!!!

Vejo sempre referências sobre o que nos fundamenta, motiva e explica. 

Frequentemente, são referências religiosas, doutrinárias ("a Bíblia diz"; "a Lei do carma afirma"). 

Outras, são filosóficas ou científicas ("Ser ou não ser, eis a questão"; "são14 bilhões de anos de evolução"). 

E tem as sentimentais, intuitivas ("eu sinto que é assim"; "isso me motiva, me emociona").

Eu, cada vez mais me vejo adotando posturas, ideias, propostas... musicais (???)

É, musicais mesmo!!! Veja, por exemplo:

Em "Secret of Life", James Taylor propõe que "o segredo da Vida é apreciar a passagem do tempo."

Almir Sater e Renato Teixeira ensinam, em "Tocando em frente", que "cada um carrega em si o dom de ser capaz de ser feliz".

Nat King Cole explica, em "Nature Boy", que "a maior coisa que iremos aprender na vida é simplesmente amar e ser amado de volta".

O que The Beatles reafirmam, quando cantaram, em "The End", que "no fim, o amor que você recebe é igual ao amor que você dá".

E Chico César canta em "De uns Tempos pra Cá", que "coisas são só coisas... tem seu brilho no começo, mas se viro pelo avesso, são só fardo pra carregar".

Na canção "Todos os Caminhos", Lenine propõe que "o certo é que eu não sei o que virá", então, o melhor é "nunca se leve tão a sério, nunca se deixe levar, que a vida é parte do mistério".

No fim, como Almir e Renato cantam em "Assim os Dias Passarão", eu espero que "na hora marcada, em algum lugar, uma estrela virá me acompanhar" (é só um desejo bobo, mas eu gosto de pensar que pode ser assim).

Essas são só algumas canções que levo no coração como luzeiros pra me indicar os caminhos. Há muitas outras, falando disso ou daquilo, que me fazem refletir, sentir e perceber como viver essa Vida. 

Gosto disso.

 



sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Revelia

A Vida acontece.

Não como a gente quer.

Não como a gente imaginou que seria.

Não como a gente gostaria que fosse.

Acontece. À revelia.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Pra quê estamos aqui?

 Há pessoas que gastam tempo, energia e até saúde à procura da resposta a essa pergunta, não é?

Alguns pensam que há uma resposta única para essa questão, resposta que serve pra todo mundo, em todo lugar e em todos os tempos. Geralmente, respostas desse tipo vem atreladas a preceitos e dogmas religiosos.

Outros propõem a inexistência de qualquer finalidade na vida. Negam qualquer transcedência na vida humana, e em qualquer outra.

Há uma terceira posição, nem pra lá, nem pra cá, que me atrai muito:

A vida tem o propósito, o significado que o indivíduo der. Pode ser ter uma família feliz, pode ser ter conhecimento sobre algo, pode ser conhecer o mundo, pode ser realizar algum feito notável... pode ser qualquer coisa. Alguns são difíceis, outros, bobos. Mas todos podem desempenhar o papel de finalidade existencial.

James Taylor, em sua canção "Secret of Life" faz uma proposta interessante: ele diz "The secret of life is enjoying the passage of time". Traduzindo, "O segredo da vida é apreciar a passagem do tempo"... E por que não?

Cada minuto, cada acontecimento na vida diária, pode ser apreciado em sua singularidade, complexidade, sua "espantosidade". Não é fácil, não é imediato, mas é um processo que pode ser aprendido, treinado e percebido. E a vida vai se tornando uma aventura espantosa, cheia de sabores, acontecimentos únicos, um evento rico e maravilhoso...

Não acha?


sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Atos tem valor

O que você fala, vale...
Até certo ponto.
O que você faz tem valor, ponto.
O problema é que o significado do que você faz é mais complicado de interpretar do que o que você diz.
Algumas vezes até você mesmo terá dificuldade para responder à pergunta: "E isso quer dizer o quê?"
O rabino Harold Kushner, em seu livro "9 Lições Essenciais para a Vida", afirma que apenas os atos contam. Tudo o que você pensa ou diz não vale nada, se não é corroborado com atos.
Então, talvez seja o melhor caminho prestar atenção no que se fala, e mais ainda no que faz, de tal forma que nossos atos reafirmem nossas palavras, e nossas palavras dêem significado inequívoco aos nossos atos.
Que na tua lápide esteja escrito: "Disse o que fez, e fez o que disse".

 

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

AC/DC no séc XXl

 Os tempos mudam. As siglas, também. Uma atualização da conhecida sigla AC/DC (antes de Cristo/depois de Cristo) pode muito bem ser:

Antes do Covid / Depois do Covid

Explico-me:

Cada dia mais me convenço que a epidemia de Covid foi um marco na história da Humanidade.

Primeiro, pelo número de vítimas;

Segundo, pelas mudanças de comportamento que provocou (isolamento, trabalho remoto, comunicação à distância em grupos - tipo Teams, Zoom, etc);

Terceiro, e o que me fez pensar, foi as sequelas que deixou - em grande número, em variados graus e que ainda estamos descobrindo: físicas, mentais, sociais e culturais.

Ainda estamos desvendando o mundo que o Covid nos deixou...

terça-feira, 9 de julho de 2024

Os Últimos serão os... Últimos.

Há uma característica do Capitalismo que passa desapercebida por muita gente.

Mark Fisher, em um livro chamado "Realismo Capitalista - há uma alternativa?" (Capitalist Realism, Zero Books, 2009) afirma que o capitalismo se tornou tão hegemônico, tão global e tão entranhado na psiquê humana que não conseguimos mais ver alternativa ao sistema neoliberal capitalista vigente. O capitalismo se tornou a realidade... você pode até não gostar dela, mas é o que temos, engula.

Se você não concorda que seja assim, você é mais um que adotou o "realismo capitalista"... sinto muito.

terça-feira, 25 de junho de 2024

"O Acaso Vai Me Proteger"...

Linda música, não? 

Um dos grandes sucessos  dos Titãs traz conselhos preciosos: ver mais pôr-do-sol, preocupar-se menos com problemas pequenos, aceitar as pessoas como elas são... e outros.

Aí, vem o refrão "o acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído"... Que bobagem!!!

O "acaso" não protege (nem prejudica) ninguém! É a-ca-so, um acontecimento casual, incerto e imprevisível. Não tem como "proteger" ninguém, simplesmente por "andar distraído"!

Alguma pessoas, pra fugir da pecha de "ateísta" com a palavra "acaso", dão à palavra o peso de "Deus", "Jeová", "Shiva", "Alá", "Olorum", etc, o que é igualmente insensato, pois não temos como saber se essa divindade, caso exista, protege os distraídos. Estes tem até mais probabilidade de sofrer acidentes, tragédias e infortúnios do que os precavidos.

Portanto, siga os bons conselhos dos Titãs, mas não pense que se distrair vai protegê-lo. A responsabilidade de ser precavido é sua, de mais ninguém.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Conhecer e desconhecer

"Parece que quanto mais a gente estuda, mais desconhece", disse uma amiga à minha esposa.

Comentei, "parece que quanto mais a gente vive, menos sabe da vida".

A Vida é complexa, mesmo se não levarmos em conta a "contribuição" humana. São bilhões de anos, bilhões de galáxias, bilhões de seres humanos... como não ser complexa?

Talvez, a solução seja a que li em alguma rede social: "o jeito é parar de tentar entender a vida, e procurar vivê-la, da melhor forma que conseguirmos."

Não é?

terça-feira, 11 de junho de 2024

Quando Setembro Vier...

 ...é o nome de um filme famoso, eu sei, mas não é sobre ele que eu quero falar (escrever). É sobre outra coisa, sobre o esperar, sobre o que vem, sobre o futuro (esse incógnito onipresente no nosso presente).

O que será de nós quando setembro (o futuro) chegar?

As coisas estarão melhores? Estaremos vivos? Com saúde? Com dinheiro? Com vida?

O que fazemos hoje determina nosso futuro? Ou não faz diferença? Sabemos o que queremos para o futuro, ou só tentamos imaginar o que gostaríamos que acontecesse, mas apenas como um vislumbre obscuro, sem certeza, sem paixão?

Os grandes assuntos da humanidade nos tocam (mudanças climáticas, expansão do fascismo no mundo, aumento da concentração de renda e consequente empobrecimento da população, avanço das tecnologias - IA, realidade virtual, redes sociais - na vida cotidiana, o crescimento do poder dos grandes conglomerados empresariais - Meta, Google, Amazon, Apple, Microsoft, Samsung, etc - e sua influência na vida cotidiana)? Ou são assuntos que não afetam o nosso dia-a-dia, não fazem parte das nossas preocupações comezinhas?

Pensar nisso é importante para você? Agir em função disso, é? Porque, caso não seja, "Quando Setembro Vier" sempre será apenas o nome de um filme antigo.

sábado, 13 de abril de 2024

Life Coach... Sim!!! Gratuíto e com apenas 1 lição. Leia com atenção:

Aos 72 anos, já vivi o suficiente pra perceber algumas coisas (e deixar passar outras). 

Viver não é fácil, isso todo mundo sabe (será?).

Resolvi, então, usar dos meus anos de vida para compartilhar graciosamente (que generoso que sou!!!!), o que aprendi sobre o que fazer para viver muito.

Se você quer viver muito (é um opção tua, não é obrigatório, viu!) precisa de UMA só coisa, essencial e suficiente:

 NÃO MORRA!!!!

Fim da lição. Fim do curso. Obrigado.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Somos todos ateus... Ninguém é ateu...

De certa forma, somos todos ateus.

Somos ateus do deus do outro. Sim, porque cada um de nós tem um deus (pelo menos, um). Mesmo que afirmemos que ele é o deus de todos, extraído da mesma base e comungado na mesma comunidade religiosa, o "seu" deus é único, não porque não existam outros, mas porque ele é o deus da sua "criação". Formado, talvez, por miríades de concepções, experiências, influências e que tais durante os anos de formação e maturado por reflexões - ou pela falta dela - na idade adulta, o "seu deus" é só seu. 

E sendo só seu, somos ateus do deus dos outros, de todos os outros.

Os ateus também os tem. Não os adoram em templos, nem dão louvores a eles, mas não escapam de servir a esses deuses. Conscientemente escolhidos ou não, todos os ateus creem em seu deus particular, não-religioso.

Como avaliar a qualidade do seu deus? Ou somos apenas avaliados por ele e não temos o direito de avaliá-lo?


quarta-feira, 2 de novembro de 2022

"Deus, Pátria, Família e Liberdade"...?

O ex-presidente, ex-capitão, ex-deputado e futuro presidiário repetiu esta semana, novamente, o lema criado na década de 1930 pelos movimentos fascistas europeus, que estiveram presentes nos EUA, em países latinoamericanos e no Brasil com os integralistas.

Com uma alteração importante. Ele  acrescenta "Liberdade" ao lema e coloca os democratas em dúvida, "devemos ser contra a liberdade?".

Há um detalhe crucial neste acréscimo. A qual liberdade se refere o futuro presidiário?

Arrisco um palpite. Posso estar errado, mas minha opinião vem embasada nos acontecimentos dos últimos 6 anos: A liberdade a qual o lema se refere não é a Liberdade da Revolução Francesa, nem da Guerra de Independência Americana. Não é a Liberdade da Democracia, nem da Abolição, da Anarquia, do Socialismo.

É a liberdade do neoliberalismo. A liberdade do poder econômico de fazer o que bem entender, livre das amarras do Estado, da Sociedade Civil, do Bem Estar Social.

É a liberdade privatista, do lucro sem limite e, se possível, sem impostos... mas, e os pobres? Ora bolas, os pobres, como diria o personagem de Chico Anysio, "os pobres que se explodam!"

É bom o novo governo ficar alerta pra não cair na ladainha mentirosa de que os princípios e valores neoliberais são positivos, ao fim e ao cabo, para a sociedade em geral. Não!!!! Não são, nunca foram, jamais serão. O neoliberalismo se casa perfeitamente com o fascismo moderno. Nem por isso, deixam de ser perversos, egoístas, destruidores, eles sim, da Família, da Pátria e da Liberdade. 

E até de Deus.

domingo, 30 de outubro de 2022

"Hay Gobierno?!?! Soy Contra!!!

Passada a eleição de Lula, pela qual lutei e torci muito, é chegada a hora de me posicionar em relação ao novo governo:

APOIO CONDICIONAL

O que isso significa?

Significa que apoiarei todas as iniciativas e ações embasadas nos valores da Defesa dos Direitos Humanos, em especial às Minorias, Preservação do Meio Ambiente, Promoção da Redistribuição de Renda, Educação para Todos, Fortalecimento do SUS, Crescimento Econômico Sustentável e focado na Renda Familiar, Ênfase na Produção Familiar de Alimentos, Incentivo à Criação Cultural e assuntos correlatos.

Combaterei quaisquer desvios de propostas e condutas que perceber, tanto do Governo quanto da oposição bolsonarista e tramóias do Centrão pra permanecer no poder.

VIVA A FRENTE AMPLA PELA DEMOCRACIA!!!! ABAIXO O FASCISMO!!!!


quarta-feira, 19 de outubro de 2022

"Às pessoas que amo e optaram pelo capitão" - por Leo Moraes

 "Em várias ocasiões em que fui conversar com alguma pessoa próxima que vota nesse cara, as pessoas tentam levar a discussão para o lado de corrupção, ou de economia, ou da importância de tirar o PT, ou sei lá. O problema é que pra mim a opção passa por um lugar muito mais profundo, de humanidade, e moral básica. É simples: eu não voto em quem idolatra torturador. Eu não voto em quem fala que o erro da ditadura foi ter matado pouco. Eu não voto em quem diz que preferia ver o filho morto do que sendo gay. Eu não voto em quem diz abertamente que é contra a democracia. E mais uma lista de aberrações que esse cara disse, que são tantas que não dá nem pra listar.

Perto disso tudo, discussões sobre estado mínimo, direita e esquerda, reforma da previdência, educação, segurança, ou outras pautas, que tanto precisamos discutir como país, ficam insignificantes. É como se na eleição do condomínio um dos candidatos a síndico te desse um soco na cara, um chute no saco, matasse seu cachorro, e depois viesse querer discutir de que cor tem que pintar o portão, e pedir seu voto. Não dá.

O que ele fez foi roubar de nós a oportunidade de discutir que rumo queremos para o país. Não dá pra debater propostas, com um projeto como esse perigando ganhar. Então não se trata de um discussão meramente política, é uma questão de valores humanistas. Mesmo se eu achasse as propostas desse Jair sensacionais, eu ainda assim votaria contra ele. “Mas e o PT?” Foda-se! Qualquer um! Se fosse qualquer um dos candidatos, de todas as eleições desde 89, contra ele eu votaria. E olha que essa lista tem Maluf, Collor, etc.

Olha, eu também não gosto dessa polarização, externei minha opinião no primeiro turno, votei em outro candidato, acho que esse segundo turno prolongou por 4 anos essa inhaca que estamos passando. Tenho muitas críticas pesadas ao PT, quem me conhece sabe. Mas não há dúvida sobre qual o voto errado aqui.

O mundo está vendo, todos os jornais importantes, de direita e esquerda, de todos os países, estão alertando. Até Madonna e Roger Waters sabem. Tem focinho de fascismo, rabo de fascismo, orelha de fascismo. O que é?"

Assim, fica difícil amar vocês, viu?

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

O segundo turno das eleições vem aí, amigo...

 ... se você não votou no Lula no 1o turno, tudo bem... no segundo turno, no entanto, há razões sérias e relevantes para você votar nele:

Estamos passando por um período de polarização no mundo todo. 

De um lado, usos, costumes, valores se transformando em grande velocidade, sem nos dar muito tempo para assimilar, concordar ou rechaçar.

De outro lado, parte da sociedade tem se fechado, admitindo ideias que não são bem vistas pela sociedade há muito tempo já, na esperança de impedir que mudanças indesejadas se instalem, penetrem no próprio lar. 

Esse movimento de repulsa às mudanças sociais recentes reavivou conceitos latentes em parte da sociedade que cerrou barreira contra, optando por defender a ferro e fogo aquilo que vê como "normal", adequado, justo, até mesmo aceitando ideias às quais não apoiaria a pouco tempo atrás.

O sentimento de antipetismo, vindo de uma exacerbação da revolta contra a corrupção política, que sempre existiu, e resultado dos métodos duvidosos da Lava Jato, levou muitos a admitirem o que antes não admitiam com a justificativa de combate ao petismo, e propagar o que antes teriam vergonha de defender.

Resultado: propostas de cunho social foram tachadas de "esquerdistas" e substituídas pelos ideais ultra liberais e fascistas, denominadas "conservadores", "cristãos" e "normais". 

Absurdos como a intrusão da religião cristã pentecostal conservadora nas políticas governamentais, o agravamento da séria crise ambiental, o armamentismo da sociedade civil, a destruição dos direitos das minorias étnicas e sociais, a eliminação dos direitos trabalhistas conquistados a duras penas nos últimos 50, 80 anos, a subordinação da Ciência a opinião de leigos, o enfraquecimento da Educação, da Saúde Pública, da Cultura e a irresponsabilidade criminosa dos ministros deste governo causou tragédias sociais, econômicas, culturais e pessoais a milhões de brasileiros. 

Você, meu amigo, sabe tudo isso, presenciou tudo isso. Pode até não ter votado pela reeleição do atual presidente, mas não se sente bem em votar no Lula, e pensa "em quem votarei?" ou até "vou me abster ou votar nulo".

Não faça isso. Abster ou votar nulo neste momento é dizer "sim" a tudo de ruim, anti-ético, violento e retrógrado que o atual governo propõe ou faz sem propor.

Dê seu voto condicional. Vote, e vote exigindo que o Lula e o PT se comportem à altura da confiança que você, que não é "esquerdista", nem petista, estará depositando neles. E depois de votar, pressione para que o novo governo promova a paz, a solidariedade, o bem-estar social, e a construção de um futuro do qual todos os brasileiros possam se orgulhar.

Vote Lula 13 no 2o turno!!!

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Dois Brasis se consolidaram neste século XXI

"O Brasil precisará se nordestinizar ou sucumbirá à barbárie do fascismo.

Muitas análises já surgiram após o resultado do 1° turno, e não vi nenhuma que levasse a heterogeneidade a sério. 

O Brasil vem sendo homogeneizado a partir do Sudeste há muito tempo, quanto à produção de subjetividade. 

No século XXI o Brasil nordestino, que inclui o Norte, por afinidade cultural e pela marcante migração nordestina durante o ciclo da borracha, desenvolveu-se em sentido mais democrático, plural, embora ainda muito desigual, por herança colonial.

O Brasil do Sudeste/Sul, que inclui o Centro-oeste povoado por gaúchos e paulistas, desenvolveu-se no sentido elitista, preconceituoso em relação a pobres, negros, nordestinos.

Se a consideração da heterogeneidade impede generalizações homogeneizantes, nem por isso podemos subestimar a força de homogeneização fascista que cresce no Brasil do Sul (incluídos Sudeste/Sul/Centro-oeste), enquanto o Brasil do Norte (incluídos  Nordeste/Norte) se afirma mais afinado com tradições populares, derivadas das matrizes culturais indígenas e africanas.

Como pernambucano, filho e neto de dois negros, que completou 18 anos saindo de Recife no final da ditadura militar pra estudar no Sudeste, após conhecer (ao vivo) figuras como Paulo Freire, Ariano Suassuna, Dom Helder, Miguel Arraes, Gregorio Bezerra, Cacique Chicão Xucurú, e por leituras, outros autores como Manuel Bandeira, João Cabral,  Josué de Castro, eu me vi confrontado com o preconceito carioca e paulista, que me tratava como "paraíba" (RJ), "baiano" (SP), "arataca" (durante os anos de estudante no ITA).

Fui então despertando para uma auto-estima de nordestino, nascido inclusive no dia em que se comemora o "Dia do Nordestino", 8 de outubro, data que cresci vendo-a nas pichações de muros de Recife como "Movimento Revolucionário 8 de Outubro", nome do MR-8, um dos principais movimentos de luta contra a ditadura militar. 

Após muitos anos de formação política e intelectual, e 18 anos de docência em nível superior, vejo que aquela antiga diferença se acentuou, e o Brasil do sul vem se tornando hegemonicamente fascista (particularmente por suas lideranças políticas) enquanto o Brasil do norte vem se tornando predominantemente progressista (pelas forças populares).

Com isso, ainda que não deseje a divisão do Brasil, vejo que tal tendência vem se acentuando.

Então considero que um devir-nordestino é o que pode livrar o país de um rumo reacionário e do separatismo."

Por Ivan Maia, Prof. UFBA 

Sobre Domingo, 02 de outubro de 2022

"E o presente que eu queria não veio... Ainda. Mas, está a caminho.

Então o mundo, agora, toma conhecimento da mais nova vertente do nazifascismo, o bolsonarismo. É a versão tupiniquim dos movimentos italiano e alemão que aterrorizaram a Europa no início do século passado. O bolsonarismo tem, praticamente, todas as características das duas pestes europeias (mitificação do líder, milícias armadas, intimidação dos adversários, desprezo à democracia, à crítica e à oposição, supremacia racista, etc), acrescidas da aliança estratégica com o fundamentalismo religioso, especialmente o evangélico.

Na caminhada da sofrida democracia brasileira, pegamos um caminho errado e andamos para trás rumo ao pré-iluminismo, onde as igrejas davam apoio aos reinos e impérios, inclusive defendendo a coroação dos dinásticos como vontade divina para, assim, obter resignação popular e mitificar o líder. Em troca, os poderosos enchiam as burras da hierarquia religiosa com moedas e privilégios.

Aí está a “novidade” do nazifascismo à brasileira, o que nos faz lembrar a visão do eterno Millôr: “O Brasil tem um imenso passado pela frente”. Ou seja, na caminhada rumo ao futuro, avançamos pra trás.

O inominável força a barra para impor pautas ultraconservadoras de algumas falanges religiosas, como políticas públicas no MEC e nos tribunais superiores, desprezando o laicismo do Estado, estabelecido na CF.

Assim, de degrau em degrau, ele armou suas milícias (hoje existem mais CACs do que os contingentes somados das Forças Armadas de polícias militares somadas), cooptou os milicos a troco de benesses e privilégios, usou a micheque para conquistar público feminino prendado e do lar, além da imensidão conservadora religiosa. Com suas exibições populistas de jet-ski e moto, atraiu um exército de mínions bombados de academia e motoqueiros, ávidos da virilidade masculina de seu mito imbrochável.

Infelizmente, os resultados deste primeiro turno mostram que, aos 30% fixos que o inominável detém desde sempre, somaram-se contingente expressivo da direita tradicional (os PSDBs e MDBs da vida) e da centro-esquerda cirista que optou pelo voto útil no inominável.

É assustador perceber que 43% da população tenham preferido votar num carniceiro, fã de torturador e da tortura, misógino, que nunca trabalhou na vida, metido em esquemas nebulosos de aumento de patrimônio e otras cositas. A conclusão, infelizmente, é que o bolsonarismo veio pra ficar, não é uma coisa bizarra que vai passar logo. Não foi um acidente de percurso. Mesmo desaparecendo seu líder, ele criou raízes que podem rebentar mais adiante sob nova liderança. Vide o fascismo ressurgindo viçoso na Itália e flertando com vários países da Europa.

Para nossa vergonha a História, doravante, passará a tratar o bolsonarismo como uma vertente dos ideários políticos totalitários, ao lado do nazismo e do fascismo. E o inominável figurará no panteão dos personagens sinistros, ao lado de Hitler e Mussolini.

No caso brasileiro, o que nos cabe agora é impedir a reeleição do inominável, como medida saneadora de emergência. Depois, será preciso um trabalho de longo prazo pra ir cortando as raízes deitadas no Congresso e em várias instituições da sociedade civil. A tarefa será árdua, talvez o último embate da nossa geração, em prol de um Brasil que seja, de fato, uma mãe gentil para todos os seus filhos.

O jogo está jogado. Os números nos favorecem. Como aquele Barcelona da era Messi, a estratégia é não tomar gol e a tática é ter o controle da bola e atacar na hora certa. Nesse momento, a bola e o placar estão conosco. Penso que agora, o resultado dependerá menos do ataque adversário do que dos nossos erros.

Não sei se concordam comigo.

Grande abraço a todos. A luta continua!"

(Do meu amigo e colega de faculdade, Baianinho, grande sábio)