quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Porque defendo... (parte 2)

Afirmei de início que sou a favor do voto nulo ou da ausência nas eleições. Em seguida, confirmei que conheço pessoas excelentes, capazes e com quem tenho afinidade ideológica que estão concorrendo nestas eleições.
Por que então, não votar e até me envolver ativamente de forma a maximizar os bons resultados que estas pessoas boas podem produzir? Por que deixar espaço para os mal intencionados, os demagogos que conseguem enganar nosso povo para proveito próprio? Bem diz o ditado: “Para o mal vencer, basta aos bons não fazer nada”. Minha proposta não está favorecendo os maus?
Sinto dizer que não, pelo contrário. Continuar mantendo o status quo político é que favorece o avanço do mal. Isto por uma razão bem simples. O sistema político eleitoral – parte integrante do atual capetalismo globalizado – desenvolveu através do anos, formas e mecanismos para repelir ou absorver os esforços bem intencionados dos bons, de forma a os transformar, sem que percebam, em mantenedores desse sistema cruel, injusto e desumano.
Acontece assim: os bons são minoria; lutam contra o que percebem ser errado, e a favor do bem; são derrotados, na maior parte das vezes, pelo sistema democrático, no qual a maioria vence e assim convalidam o sistema perverso. Mesmo as pequenas vitórias obtidas são rapidamente anuladas por manobras nos bastidores. Parafraseando o ditado - “Cada solução cria dois novos problemas” - diria que cada boa proposta dá margem a duas más ações.
Não há solução à vista? Estou eu propondo o inativismo, o isolamento "quakeriano", a “retirada do mundo”, como propõe alguns setores radicais do cristianismo? Que efeito teria uma atitude dessas, caso uma grande parte da população aderisse?
É o que pretendo responder a seguir.
Aguarde...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Porque defendo o voto nulo e/ou a ausência nas eleições

Esta é uma época de ânimos exaltados.
Estamos em pleno período pré-eleitoral e todos se sentem no dever de influir no resultado das eleições como se fosse determinante para o destino do país.
Alguns são francamente favoráveis ao atual governo. Outros, que aparentam ser em maior número devido ao barulho que fazem, são ferrenhos opositores.
Alguns não defendem nem são contra o atual governo: querem apenas apoiar um candidato, talvez por sua proximidade com ele ou pela identidade com as ideias que defende.
Eu poderia estar em qualquer destas posições. Tenho muitas e sérias críticas aos atuais governantes; reconheço as muitas coisas positivas do atual governo; e também tenho afinidades - de ideias ou de amizade - com candidatos.
A classe política tem sérios opositores que pregam a não reeleição de qualquer ocupante de cargo eletivo. Querem com isso mostrar sua insatisfação com o desempenho destes e desejam dar chance a novos postulantes, na esperança de ver melhoras.
Há também quem pregue o voto nulo. Dizem estar "cansados de bancar  palhaços" e querem alijar os atuais políticos da cena política local e/ou nacional. Querem causar uma crise pelo elevado número de votos nulos que provoque uma reação positiva no sistema político, eliminando privilégios, aumentando o controle social sobre os eleitos e melhorando a qualidade do trabalho dos políticos eleitos.

Sinceramente?

Eu creio que o buraco é mais embaixo. Postarei sobre isso em breve. Aguardem!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Mais "Frank & Ernest"

"Achamos que o caminho mais curto para subir na vida só nos leva para a porta de saída mais rápido"

("Frank & Ernest", publicado pelo "Estadão")

Descobri que mesmo os caminhos "normais" e longos para subir na vida tem um custo alto demais. Viver, simplesmente, fazendo o melhor possível para amar o próximo e a si mesmo, é o máximo que devo almejar.
Um pastor de ovelhas, nos tempos bíblicos já havia expressado esse mesmo pensamento: "Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim. De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança." (Davi, no Salmo 131)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Conclusão ao chegar aos 60...

"Todo mundo diz que a Sabedoria chega junto com a idade. O meu problema é que a idade saiu correndo na frente da sabedoria." 

(Frank & Ernest, publicado pelo "Estadão")

No meu caso, essa seria a grande recompensa por atingir a maior idade: trocar os arroubos e ousadias pueris da juventude pela calma e tranquila sabedoria dos anciãos. E a experiência - e dessa eu tenho um bom volume - me traria em seu bojo a satisfação de enxergar as coisas com olhos sábios, falar das coisas com palavras sábias, entender o mundo e suas complexidades. Até poderia dar sábios conselhos...
Mas qual!
Continuo tão - ou mais - ignorante, idiota e pasmo do que quando tinha meus vinte e poucos anos. Lá, pelo menos, tinha a ilusão do conhecimento. Hoje, sei que nada sei, e nem sábio sou. Só permanece o desejo de aprender, a vontade de continuar em busca da Sabedoria. Não almejo Conhecimento. Quero o Amor.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Honra ou Amor?

"Eu não posso devolver a Honra dela, mas eu posso dar-lhe Amor."
(Felipe, personagem do filme francês "A Filha do Pai", apaixonado por Patricia, ao saber que ela está grávida de um homem que não vai casar-se com ela. A desonra está em que este fato se dá em 1914, no interior da França. Naquele tempo, era difícil imaginar desgraça maior numa família do que ter uma jovem grávida e sem marido.)

Hoje, quando a Honra deixou de ser um bem supremo, e tornou-se apenas mais uma palavra vazia e sem sentido, o Amor não pode seguir a mesma trilha e cair em desuso. Torna-se imperioso tornar o Amor real por atos concretos de Solidariedade, Perdão e Amizade.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Insanidades Sonoras

É incrível que em pleno século XXI - isto mesmo, 21!!!! - ainda existam absurdos em cidades ditas modernas como Sorocaba.
Neste caso, o absurdo a que me refiro é a legislação municipal permitir o uso desses infernais "carros de som" - algumas vezes são motocicletas de som - que percorrem a cidade causando distúrbios auditivos na população indiscriminadamente.
Nesta época - de campanhas eleitorais - a situação piora muito.
Domingo, manhã de sol, um delicioso parque da cidade, uma apresentação musical belíssima patrocinada pelo poder público municipal. O que seria um verdadeiro colírio para os ouvidos quase transformou-se em martírio porque a banda teve que dividir seu belo som com vários desses capetas sonoros que passavam bem devagar pelo parque anunciando, com músicas de gosto pra lá de duvidoso, seus candidatos às eleições municipais.
Fiquei pensando nos bebês dormindo seu soninho angelical no berço; nos idosos que precisam do seu cochilo pós prandial na poltrona; nos doentes em recuperação de cirurgias, doenças graves, o descanso como parte importante da terapia, todos sendo acordados, perturbados, incomodados por aquele som horroroso, impossível de ser diminuído, abafado, interrompido. Uma verdadeira tortura do século vinte em pleno século 21!!!!!!!!!
Os meios de comunicação se multiplicaram, tornaram-se mais eficazes e amplos. Não há nada neste maravilhoso mundo de Deus que justifique a existência dos malditos "carros de som". Este meio de comunicação devia ser reservado a serviços de utilidade pública bem específicos.
Ô, governantes!!! Vamos mudar isso, vamos???

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O lado ruim do Facebook

Resisti a aderir ao Facebook. Afinal, já estava no Orkut e achava suficiente. Mas as pressões foram maiores que minhas forças e aderi. Minhas primeiras impressões foram boas: retomei contato com pessoas queridas que eu imaginava jamais voltar a ter contato! Foi bom demais.
Em seguida, comecei a curtir as novidades que as pessoas partilhavam: videos, músicas, notícias, fotos... tudo muito interessante.
Mas, então, com o crescimento da minha lista de amigos, cresceu o número de postagens interessantes e quanto mais eu interagia - curtindo, compartilhando ou comentando - mais coisas tinha para acompanhar.
Acontece que o tempo é limitado e quanto mais eu o gastava com o Facebook, menos tempo tinha para me dedicar a outras coisas da Internet, tipo, acompanhar os blogues dos meus amigos da blogosfera.
E esses são dois mundos distintos, apesar de ocuparem o mesmo cyberespaço: os blogues e o Facebook.
Blogues são ferramentas de manifestação artística, literária, filosófica, religiosa, política. Geralmente leva algum tempo para você ler uma postagem de um blogue (como este, se você chegou até aqui), e os comentários costumavam ser mais elaborados e longos do que os do Facebook, muitas vezes com debates intensos (que saudades de quando "A Bacia das Almas" aceitava comentários!!!). Pelo Google Reader, sigo cerca de 70 blogues de diversos tipos. Alguns tem até mais de uma postagem por dia, outros tem uma postagem por semana ou por mês.
No Facebook, as coisas são mais rápidas, amplas e superficiais. Alguns amigos chegam a fazer 30, 40 postagens num só dia!!! E eu tenho mais de quatrocentos amigos na lista!!!
Por conta do seu dinâmico e atraente funcionamento, o Facebook absorveu meu tempo de Internet a tal ponto que as postagens nos blogues foram deixadas de lado e hoje somam mais de cem postagens não lidas.
Fico entre a cruz e a fogueira. Por um lado, divirto-me no Facebook e gosto de saber sobre meus amigos... por outro lado, os blogues são verdadeira nutrição intelectual, espiritual e cultural para mim.
Como resolver esse dilema? Alguma sugestão?

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Cristalina

"A redenção, quando a vida desequilibra na corda bamba - e ela haverá de desequilibrar, disso não resta nenhuma dúvida - é revelada àquele que percebe que os detalhes mais banais, mais corriqueiros, mais inócuos, mais irrelevantes, mais triviais, mais ordinários, estão inundados de beleza, transpirando graça, revelando presença, embebidos no sagrado e suave sopro do amor e da providência. Como produto de sincera observação retrospectiva, brota gratidão imensa pelo que, tempos atrás, não fora nada nem tivera valor algum."
(verdade cristalina, exposta de forma tão simples e poética pelo meu amigo Tuco Egg, inspirado em Adélia Prado. Acredite, vale a visita!)

sábado, 4 de agosto de 2012

Mentiras

"Os homens mentiriam menos,
se as mulheres fizessem menos perguntas."
(segundo consta, frase de Nelson Rodrigues)