sexta-feira, 29 de abril de 2016

Fala Edgar Morin:

"Atualmente, a África importa um terço de suas necessidades [alimentares]. A explicação encontra-se na política dos países que favorecem as exportações agrícolas em detrimento de sua soberania alimentar, que permitiria alimentar sua população de maneira autônoma, principalmente em cereais. Em consequência, o trigo de baixo preço, originário de países que subvencionam sua produção cerealista (França, EUA), e que substitui o mileto, o sorgo, a mandioca, extingue as produções indígenas. No meio agrícola, essa política se traduz pela eliminação dos recursos dos pequenos agricultores que praticam uma agricultura de subsistência, em benefício dos agroinvestidores, os quais, por sua vez, preferem trabalhar prioritariamente para o mercado internacional, com apoio dos governos que buscam divisas estrangeiras... a industrialização agrícola desenfreada provoca a degradação acelerada da terra, da água e o rápido empobrecimento da biodiversidade. Pior ainda: a concorrência desigual na exploração dos recursos agrava o processo de empobrecimento e de exclusão de milhões de famílias de pequenos agricultores rurais..."
(Morin, Edgar "A Via para o futuro da humanidade" ed. Bertrand Brasil, p 273, 274)

quarta-feira, 27 de abril de 2016

terça-feira, 19 de abril de 2016

Por que o Congresso é essa M*???

Estamos todos - pelo "sim" e pelo "não" - horrorizados com o comportamento do Congresso na sessão que aceitou o processo de impeachment.
Muitos falam que esse Congresso é apenas o reflexo da sociedade que o elegeu.
Concordo e discordo.
Tendo sido eleito em eleições "diretas", esse Congresso pode sim, ser considerado um espelho do brasileiro. E devemos, sim, nos envergonhar dele.
Porém, as eleições não são tão "diretas" assim. Dois fatores mudam e muito, a composição do Congresso.
O primeiro fator é a eleição por legenda. Isto é, um partido que consiga muitos votos, por ter alguns candidatos fortes (famosos, conhecidos, celebridades, políticos de carreira notável) elege, pelo "coeficiente eleitoral", muitos outros candidatos com poucos votos. E por esses dois caminhos (votar em quem já é conhecido, mas nem sempre reconhecido; e ser eleito por conta dos votos na legenda, e não em si mesmos), muitas portas para a mediocridade e corrupção são abertas.
O segundo fator é que as candidaturas exigem investimento vultuoso. E os detentores do poder econômico estão sempre sedentos por "financiar" uma campanha de alguém que depois, irá defender e representar seus interesses. O resultado é que muitos candidatos são eleitos com uma corda (ou coleira!) no pescoço e não se pode esperar nada de bom deles, apenas a defesa dos interesses - alguns inconfessáveis - do poder econômico.
E não é só. Suponhamos que um bom sujeito - honesto, trabalhador, bem intencionado - ganhe uma cadeira no Parlamento. O que acontece com ele? Qual o efeito da presença dele nos rumos do Congresso?
NENHUM.
Deixe-me repetir: N-E-N-H-U-M.
E sabe por que? Porque se ele não "entrar na jogada", não participar das "manobras", não fizer o que os carreiristas e vendidos quiserem, ele, por melhor que seja, nunca aprovará medida alguma, nunca fará parte de comissão importante, nem terá seu nome pronunciado em plenário. E, claro, nunca subirá no palanque. Será jogado às traças, será um zero à esquerda. Há alguns por aí.
Qual a solução para esse problema?
Não é uma, são muitas soluções. Todas passam por uma profunda reforma política.
Não há impeachment que mude essa situação desastrosa. Apenas a mobilização de todos - os "sim e os "não" - por uma reforma política completa vai nos tirar o gosto amargo da boca e a sensação de sermos eleitores bocós.

sábado, 16 de abril de 2016

E Sonhos Não Envelhecem...

Tenho hoje, aos 64 anos, os mesmos sonhos que tinha há 50 anos.

Não os sonhos devaneios, os sonhos adolescentes, infantis, diáfanos, insubstanciados.
Mas os sonhos mesmo, aqueles desejos ardentes, profundos, de moldar a vida, moldar o mundo, os sonhos divinos...

Sabem por que? Porque Sonhos Não Envelhecem...

 

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Vivo por...

Alguém já disse que ninguém vive para si, nem morre para si...
Caso seja verdade, a questão se resume a: Viver (e morrer) por quem (ou por o quê).
Alguns vivem por uma pessoa, outros vivem por um ideal e estes podem ser mais ou menos merecedores dessa dedicação.
Se você sabe por o quê ou quem vive, e está seguro de que vale a pena viver e morrer por isso, esta música é para você ouvir e cantar.
Basta substituir "Lei" (ela, em italiano) pelo objeto da sua dedicação.
E que o fervor com que essa canção linda é maravilhosamente interpretada sirva também como oportunidade de analisar e avaliar se, realmente, vale a pena viver por...

quarta-feira, 6 de abril de 2016

O Centro do Mundo - Milton Campos

“O que nós estamos vivendo hoje, é que o homem deixou de ser o centro do mundo. O centro do mundo hoje é o dinheiro, mas o dinheiro no estado puro. O dinheiro em estado puro só é o centro do mundo por causa dessa geopolítica que se instalou, proposta pelos economistas e imposta pela mídia.”
("O Mundo Global Visto do Lado de Cá", documentário de Silvio Tendler, de 2002)

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Todos Esses Anos... / All Those Years Ago...

"Grito sempre sobre o amor
Enquanto te tratam feito cachorro
Quando foi você que deixou tudo bem claro
Todos esses anos...

Estou falando sobre como doar
Eles não agem com muita honestidade
Mas você apontou o caminho para a Verdade quando disse
'Tudo que você precisa é Amor'

Vivendo com o bem e o mal
Sempre te admirei e respeitei
Agora fomos deixados frios e tristes
Por alguém, o melhor amigo do diabo
Alguém que a todos ofendeu

Vivemos um sonho ruim
Esqueceram-se completamente da humanidade
E você foi quem eles deixaram contra a parede
Todos esses anos...

Na profundeza na noite mais escura
Eu mando uma oração pra você
Agora no mundo de luz
Onde o espírito se liberta das mentiras
E de tudo o mais que desprezamos

Esqueceram-se de Deus
Ele é a razão de existirmos
No entanto, você foi quem eles disseram que era o esquisito
Todos esse anos...

Você disse tudo apesar de poucos terem ouvido
Todos esses anos...

Você tinha o controle sobre nosso sorriso e lágrimas
Todos esses anos...

All those years ago..."

(Para John Lennon,
                               com carinho
                                                    de George Harrison)