quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

GÊMEOS !!! (O Tempo Passa...)

Meu primo Romeu-Sérgio é da minha idade - na realidade ele é 45 dias mais velho - e temos alguma semelhança (verifiquem na foto ao lado). Meu pai é irmão - três anos mais novo que meu tio, pai dele.
Quando adolescentes provavelmente éramos mais parecidos ainda, pois a história que vou contar é verídica - como todas as outras de "O Tempo Passa...".
Estávamos no ponto de ônibus próximo de minha casa, na Av. Rebouças, em São Paulo, esperando o que nos levaria à casa de nossa tia Jô. Conversávamos distraidamente e não demos maior atenção ao fato que uma senhora, já de idade, nos olhava atentamente. Depois de alguns minutos a mulher aparentemente não se conteve e nos interrompeu:
"Ahn, vocês por acaso são gêmeos?"
"Não senhora, não somos irmãos" - respondemos.
Ela não se deu conta da resposta e afirmou:
"Ah! vocês não são gêmeos!!!"
"Não, senhora" - corrigimos - "não somos irmãos!"
A pobre mulher abriu uma cara de espanto e descrença:
"Como? vocês, então, não são irmãos?" Perguntou como que duvidando.
"Não, somos primos. E aí vem nosso ônibus. Tchau!"
Subimos, dando risada, no ônibus e deixamos a mulher boquiaberta na calçada.
Não sei até hoje se ela acreditou... ela pode estar pensando que queríamos enganá-la, mas falávamos a verdade!!!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Descobri

"Mas se alguma coisa haviam aprendido juntos era que a sabedoria nos chega quando já não serve para nada."

Gabriel García Márquez, em "O Amor nos Tempos do Cólera".

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Felicidade

O Alyssom comentou no meu post "Mais Simples", que "Quem inventou isso, que deveríamos ser felizes, seguramente não era humano".
Lembrou-me de uma cena no filme "Deus é Brasileiro", onde Antonio Fagundes, na figura de Deus, diz a mesma coisa ao responder a um comentário sobre o direito à felicidade: "Ah, a felicidade anda muito supervalorizada".

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Ahn? o que? como?

Resposta de Tom Hanks, no programa da Oprah, ao ser perguntado se ele tinha um lema, uma frase que definisse sua filosofia de vida.

99- MARAVILHAS DO PRIMEIRO MUNDO (O Tempo Passa...)

Aos dezoito anos, visitar e morar nos Estados Unidos era algo raro. Ainda não estávamos na era da comunicação, e, portanto, as informações sobre a vida americana tinham ares de sonho e mistério.
Ao chegar lá, para um ano como intercambista, um mundo novo e fascinante se abria à minha frente. As casas, os carros, a comida, as meninas, os esportes, os costumes, os valores, o clima, a língua, a música, tudo era diferente. Até mesmo aquilo que pensávamos ser igual, era diferente.
Por exemplo, apesar de ouvirmos no Brasil muita música americana, também ouvíamos mpb e música européia. Lá, não. Era só rock e música americana. Do Brasil, só "Garota de Ipanema"!!!
Nos esportes, o baseball dividia as atenções com o basquete e o futebol americano. Nada de futebol "normal", que eles chamam de "soccer".
E por aí vai.
O desafio para adaptar-se a esse novo e diferente estilo de vida é muito grande. É a tal da "experiência transcultural", de valor inestimável para qualquer um que tenha tido a oportunidade de experimentá-la. Difícil, penoso às vezes, mas inestimável.
Em meio a tantas novidades, não foi nenhuma tecnologia de ponta ou avanço cultural que me surpreendeu de cara.
Foram duas coisas simples, quase banais. Mas causaram-me tanto impacto que escrevi à família descrevendo-as entusiasmado.
Primeiro, o papel higiênico, lá "nos States" cortava no picotado!!! Impressionante! Porque aqui, apesar de existirem, os picotes no papel, não tinham função prática. Nunca rasgava-se no picotado!!! Lá, sim!!!
A segunda coisa: a experiência sensual de tomar banho com sabonete Dove. Não havia Dove no Brasil, e a sensação de maciez na pele após o banho foi incrível. No primeiro banho, até enxaguei-me novamente porque pensei que o sabonete não havia saído da pele no primeiro enxágue...
Pois é, sabonete e papel higiênico: as primeiras grandes surpresas de minha experiência transcultural...

sábado, 15 de dezembro de 2007

Mais simples...

"É sobre-humano amar,
'Ce sabe muito bem.
É sobre-humano amar, sentir, doer, gozar,
Ser feliz..."


Na bela canção "Mais Simples", de José Miguel Wisnik (clique no título para ouvi-la).

La memme chose...

"O doutor Urbino não estava de acordo: um presidente liberal não lhe parecia nem mais nem menos que um presidente conservador, só que se vestia pior."

Gabriel García Márquez em "O Amor nos Tempos do Cólera", não se referindo, em absoluto, à política brasileira

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Insatisfação

Taí uma característica estranha do ser humano:
Há poucos meses comentei neste
blog sobre a falta de chuvas aqui em casa e como as plantinhas sofriam com isso.
Agora, chove diariamente há 10 dias e sinto um certo comichão pra reclamar da chuva excessiva.
Nunca estamos satisfeitos mesmo... Que coisa!!!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

98- CAINDO... (O Tempo Passa...)

Vila Velha é uma atração no estado do Paraná. Formada pela erosão dos ventos no arenito compactado, veios profundos e sinuosos deixaram o local com a aparência de uma cidade fantasma, ou fantástica.

Muitos turistas passam por lá e se divertem caminhando por entre as vielas formadas pelo vento ou com a vista quando se olha por cima.

A caminho das Cataratas de Iguaçu, minha família parou para conhecer Vila Velha. Eu, moleque, percorria as vielas e subia nas “torres” de arenito como se fosse um desbravador nas ruínas de uma cidade pré-histórica.

Em uma dessas andanças, tentei descer uma encosta íngrime, com uns quatro metros de altura. Como o arenito fica friável na superfície, meus pés escorregaram nos grãos de areia solta e desci na vertical praticamente sem apoio ou amortecimento. Cheguei ao chão, em pé, e o baque fez minhas pernas bambearem. A velocidade da queda e a parada brusca, além do enorme susto de ter descido quase em queda livre, fizeram o sangue sumir da cabeça, e tudo escureceu. Meu pai, que de baixo assistiu tudo, chegou perto, viu que eu estava bem e me disse para ficar sentado, com a cabeça abaixada entre os joelhos, respirando fundo, de olhos fechados. Em alguns instantes eu estava bem novamente. Apenas assustado com o mergulho inesperado, e com uma história pra contar...


sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Sting

The Police se apresenta no Rio de Janeiro para faturar em cima da onda "revival" que rola já há algum tempo, talvez porque novos valores estão escassos, talvez simplesmente porque dá dinheiro.
Em função disto, o canal a cabo Multishow reapresentou o histórico show do Sting, gravado em 11 de setembro de 2001, horas depois do fatídico atentado.
O show ganhou o prêmio de melhor show do ano, e não é por nada. Logo no início, o Sting explica porque, em meio à consternação mundial, os músicos e a produção do show, além dele mesmo, terem decidido não cancelar a apresentação:
"Cancelar, seria reconhecer que eles venceram. Este show é uma homenagem às vítimas e uma mensagem aos terroristas: vocês não venceram."
Para vencer a guerra contra o terror, não é necessário invadir, matar, oprimir. Basta não ser vencido...
Uma das músicas apresentadas chama-se "If I Ever Lose My Faith". Além de linda, ela reflete alguns aspectos da minha própria jornada. Eis a letra:

You could say I lost my faith in science and progress
You could say I lost my belief in the holy church
You could say I lost my sense of direction
You could say all of this and worse but

If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do

Some would say I was a lost man in a lost world
You could say I lost my faith in the people on TV
You could say I lost my belief in our politicians
They all seemed like game show hosts to me

If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do

I could be lost inside their lies
Without a trace
But everytime I close my eyes
I see your face

Never saw no miracle of science
That didn't go from a blessing to a curse
Never saw no military solution
That didn't end up as something worse
but let me say this first

If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do

If I ever lose my faith... in you.

Em tempo: o "you", pra mim, traduz-se "Deus".

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O Passado, o Presente, o Futuro - 2

Harry Nilsson, compositor de talento e amigos dos Beatles, compôs uma belíssima canção - Remember - na qual diz que a vida é sonho e lembrança.
Sonhamos com um futuro e lembramos o passado. O presente é apenas o momento no qual nos envolvemos nestas duas realidades: o sonho e a lembrança.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O Passado, o Presente, o Futuro - 3

"...O amanhã se constrói hoje, a cada instante, a cada atitude..."

Frase na publicidade na televisão do BNDES (banco estatal de desenvolvimento).

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

97- XUXA (O Tempo Passa...)

Nos anos 80, trabalhei na ACM de Sorocaba -YMCA, no treinamento dos futuros “gerentes” para as ACMs da América Latina e países africanos de língua portuguesa. Um curso de 3 anos de duração que os alunos faziam concomitantemente ao curso superior de educação física mantido pela ACM.

Certa vez recebemos um aluno africano de fala inglesa, o John. Simpático, inteligente, atlético, alto, bem-humorado e simples, ele logo atraiu a amizade de todos, e o fato de ser um negro de pele muito, muito escura, não foi obstáculo maior do que a barreira da língua. Geralmente me procurava para tirar dúvidas.

Um dia, surgiu no escritório chateado. Disse que as pessoas estavam “calling him names”, xingando-o. Perguntei o que falavam, e ele, meio contrariado, meio constrangido, disse que começaram a chamá-lo de “Xuxa”, e ele não sabia o que era aquilo. Não pude evitar o riso, o que o fez relaxar um pouco. Depois, expliquei: “Cara, aqui no Brasil, todo mundo recebe apelido, poucos são chamados pelo primeiro nome. E os brasileiros são muito gozadores, gostam de fazer piada de tudo. A Xuxa é uma famosa personalidade da televisão”. Ele fez muxoxo e reagiu: “Estão me chamando de mulher?!” Respondi: “Não, não é de mulher, se voce fosse gordo, te chamariam de Jô, um apresentador de TV que é muito gordo; se fosse feio, seria Costinha, o humorista; é Xuxa porque ela é alta e loira, muito loira”.

Ele hesitou um instante e abriu um sorriso largo, iluminando o rosto negro com seus dentes muito brancos: “Ah, I get it! That's funny! Those guys...” (Ah, entendi! É engraçado! Aqueles caras...). E saiu da sala sorrindo.

Xuxa fez muito sucesso e amigos durante o tempo em que esteve conosco, e deixou saudades. Ao ser apresentado a alguém, dizia: “Prazer, John, mas pode me chamar de Xuxa!!!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O Passado, o Presente, o Futuro

À guisa de contribuição, acrescento alguns pensamentos aos do Brabo, em Estagnados, post da semana passada:
O que existe, de verdade?
O passado já foi, o amanhã ainda não chegou, o presente é onipresente?!
Ou o presente é que não existe: cada minuto, ou já passou ou está por vir, isto é, estamos sempre olhando pra trás - o passado - ou para frente - o futuro - porque o presente é um instante tão infinitesimal que... não existe!?
Pense nisso...