terça-feira, 27 de setembro de 2011

Oh! E agora, quem poderá nos defender?!?!

"A tarefa mais imprópria para qualquer homem, até mesmo para os santos (que seriam, de qualquer forma, os menos dispostos a assumi-la) é mandar em outros homens. Nem mesmo um em um milhão está capacitado para ela, e os menos capacitados são os que buscam a oportunidade."

J. R. R. Tolkien, em "Carta a Christopher Tolkien", citado por P. Brabo em "A Bacia das Almas", S. Paulo, Mundo Cristão, 2009, p 285.


Para mim torna-se cada dia mais patente que, na falta do Chapolim Colorado, temos que reconhecer que o sistema político-econômico vigente é um redundante e completo fracasso. A nossa teimosia em persistir no erro só torna mais flagrante esse fiasco global. Seria cômico não fossem as milhares de vidas ceifadas diária e inutilmente pelo mundo afora, vítimas da insanhumanidade, das frias e inexoráveis garras do "sistema".
Solução? Eu não tenho uma... pra você. Tenho uma pra mim. Ache a sua também. Não é difícil, basta usar a cabeça e o coração.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tenho dó das mulheres...

Vejam só:
A mulher, que por décadas lutou para ter a liberdade de fazer tudo que o homem fazia, é hoje prisioneira da obrigação de fazê-lo. Deixou de ser oprimida pelo homem, para oprimir a si mesma. Quando conquistou merecidos direitos, quando libertou-se da imagem de inferior, lançou sobre si a carga de provar que pode ser superior. (Tuco Egg, em seu excelente blogue "A Trilha", inspirado, talvez, pelo Alysson).
Não é de dar dó? Eu, fosse mulher, tentaria tudo, menos ser igual ao homem... argh!
O capitalismo conseguiu destruir e estragar toda a beleza da emancipação feminina. Deixaram de ser o contraponto à insanidade masculina e tornaram-se "homens" com capacidade de procriar... tenho dó... de todos nós...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Eduardo Marinho pensa a educação


"Há mais de 14 milhões de analfabetos integrais no país, 9,7% da população a partir de 15 anos. Vergonha que aumenta muito com a inclusão do número de analfabetos funcionais, aqueles que assinam o nome e, com dificuldade, lêem e escrevem bilhetes e pequenas frases, sem condições de compreender ou escrever um texto, uma notícia, muito menos um livro. Aí o número pula pra em torno de 70%. Setenta por cento da população brasileira! Sete, a cada dez pessoas, são sabotadas em instrução - a Constituição, em tese, obriga o Estado a garantir educação de qualidade. E a elite torna o Estado criminoso, em benefício e garantia dos seus privilégios e excessos cuja origem perversa está na eliminação de direitos da maioria.
         Por que o problema não é resolvido? Falta de verba, de competência ou atenção é conversa pra boi dormir, só a ignorância e/ou o massacre da mídia, entre a desinformação e a publicidade, – ou a má fé – podem conceber tais absurdos. A narcose midiática encurrala grande parte da população entre os desejos de consumo e as relações com o sistema financeiro que domina o Estado, diminuindo ou eliminando a capacidade de reflexão independente, o desenvolvimento de uma visão de mundo mais próxima da realidade. Na verdade, é preciso conservar o povo ignorante e desinformado, para manter um sistema social tão desumano, desonesto, injusto, perverso e suicida. É esse o sistema que favorece a elite dominante, a concentração de poder e riquezas nas mãos de poucos, em prejuízo da maioria. A situação de destruição do ensino é intencional, deliberada, estratégica."

Eduardo Marinho em seu blogue "Observar e Absorver" - genial.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Meio cheio, meio vazio

"É sempre bom lembrar que um copo vazioestá cheio de ar."
(Gilberto Gil)

Minha postagem anterior, na qual citei texto do Paulo Brabo que li em sua "A Bacia das Almas" foi comentado por minha cara amiga Sra. D. Urtigão com a menção do "copo meio cheio, meio vazio". Afirma ela, mui acertadamente, que nem tudo é tão drasticamente falho em nossa vida. Temos momentos de misericórdia e compaixão, que - não são a regra - no dão a esperança e ânimo de continuar tentando.
Tens razão D. Urtigão! A esperança não é a última que morre. Ela nunca morre.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A maior revolução

"Ao proteger a mulher apanhada em adultério de seus algozes masculinos, Jesus chegou a relativizar a própria letra da Lei, argumentando basicamente que a universalidade do pecado deveria produzir não uma demanda universal por uma justiça estrita que ninguém é capaz de honrar, mas uma postura universal de misericórdia – lição que aprendemos a esquecer tão logo foi pronunciada."
Somos todos a favor da Justiça. Clamamos por justiça contra os ladrões, estupradores, corruptos, assassinos, políticos, e todos os que violam as tantas leis que temos - e como temos leis neste país! No entanto, meu amigo Paulo Brabo provoca um reflexão subversiva em nosso culto à justiça quando propõe que o Homem de Nazaré advogava a misericórdia* - que palavra esquisita essa! - universal para lidar com os relacionamentos humanos, fossem eles individuais ou sociais, particulares ou institucionais. Em seguida, Paulo afirma insanamente que 
"Numa palavra, Jesus promulgou a supremacia do amor: apenas o amor deve e pode ser usado como bússola em todos os relacionamentos interpessoais. Todas as formas de dominação devem cair por terra diante desse regime de graça e aceitação".
Como colocar em prática nesse mundo tal conceito? Como fazer funcionar uma sociedade baseada em tal loucura? Como fazer a maior revolução da História? Confesso que não sei. Tenho fracassado consistentemente na tentativa de chegar perto de uma atitude misericordiosa em qualquer situação real nos últimos 50 anos. Antes disso, não me lembro...


[* "Misericórdia, s. f. Compaixão despertada pela miséria alheia; perdão; instituição de piedade e caridade; ...grito de quem pede compaixão"
Compaixão, s. f. Pesar que em nós desperta o mal de outrem; piedade, dó." - Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira.]

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O luxo como ofensa

"Não recomendo nem pretendo voltar à situação de miséria onde, na verdade, nunca me senti. Eu pesquisava, aprendia, observava e absorvia o máximo possível. Desenvolvi afeto e solidariedade com aquelas pessoas em situação injusta. Não posso gostar ou desejar luxos, excessos, ostentações e desperdícios. Na minha visão, são expressões de grosseria moral e espiritual, de insensibilidade, de egoísmo, indiferença, enfim, de desumanidade, disfarçada com requintes de sofisticação - ridículos a olhos mais solidários, de quem se sente parte do grande grupo humano ou além, da coletividade planetária. Não se trata de condenar ninguém, mas de perceber com olhos próprios e refletir sobre o que se vê. E o que se vive."
Do excelente "Observar e Absorver", de um cara corajoso e solidário, o Eduardo Marinho.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Encurtar distâncias


"Descobri que preciso estreitar o espaço entre meus pensamentos e meu coração."


Do meu amigo Francisco Chagas, em bonita reflexão sobre seu aniversário.

Minha Paixão

Numa reunião recente de antigos companheiros de jornada cristã nos tempos de faculdade, resolveram fazer uma roda de depoimentos onde todos poderiam dizer um pouco da sua história nos últimos 30 anos e dizer de uma paixão atual. Lógico que a maioria citou a família - especialmente, os netinhos - como sua paixão atual. Alguns citaram o trabalho que realizam.
Eu não citei nada. Isto porque os depoimentos começaram com a pessoa à minha esquerda e terminaram com a pessoa à minha direita. Não perceberam que eu me furtei a falar. Queria mais é conversar "tète-a-tète" com amigos queridoa que não via há tantos anos.
Mas, tenho uma paixão atualmente, e não tenho vergonha de declarar. Estou apaixonado pelas possibilidades e potencial da Internet. Vejam vocês: sem gastar um centavo a mais e apenas algumas poucas horas de trabalho, pudemos juntar cerca de 70 pessoas em torno de um grupo do Facebook e criamos uma rede de informações que permitiu marcar, organizar e realizar este encontro em São Paulo, no qual compareceram 40 pessoas vindas de Brasilía, Curitiba, São José dos Campos, Campinas, Santos e Sorocaba. Tinha até gente que mora na Alemanha e que pode estar porque marcamos a reunião previamente em data que se encaixava nos planos de viagem dela.
É lógico que isto poderia ser feito sem auxílio da Internet, mas a um custo muito maior e com um grande esforço dos envolvidos no planejamento da coisa - correio, telefone, viagens seriam forçosamente necessárias.
Muitos reclamam, e com razão, da Internet, e das "redes sociais". Compreendo e concordo. Mas não há como não se maravilhar com as possibilidades de conexão humana que essas ferramentas oferecem.
Foi uma tarde de sábado deliciosa, matando a saudade de gente que amo. Agradeço a Deus peça existência da Internet e das redes sociais que facilitaram a realização desse evento.