quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

2 de janeiro de 2019

Leio, lentamente, "Um Ano Sísifo", de Edgar Morin. Extraio, para futuras reflexões, um trecho no qual ele expõe os pontos de uma palestra sobre "Ética e Liberdade":

"1- A erosão e, com frequência, a dissolução das ética tradicionais na civilização individualista: as éticas tradicionais eram éticas integradas (religião, família, nação), com imperativos de solidariedade, de hospitalidade, de honra. Desde então, houve dissolução da sacralidade da palavra, da promessa.
2- A ideia de uma ética sem outro fundamento senão ela mesma; essa autoética significa simultaneamente autonomia e dependência.
3- Não existe ética sem fé que a alimente e ilumine. A fé na liberdade não basta, é preciso, também, uma fé de comunidade e de amor.
4- Os problemas éticos resultam das contradições (imperativos antagônicos simultâneos); das incertezas (ecologia da ação); da necessidade do autoconhecimento e do autoexame crítico (a boa má-fé, a mentira a si mesmo).

Por isso, a ética deve incluir um fator de inteligência e complexidade, origem do sentido da frase de Pascal: 'Trabalhar para o bem pensar, é esse o princípio da moral'."

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