quarta-feira, 25 de setembro de 2019

A barbárie, o horror... quando vamos aprender a ser humanos?

Tenho assistido à longa minissérie da Netflix sobre "A Guerra do Vietnã". São 10 capítulos de longa metragem que me deixaram com o coração dilacerado.
Algumas coisa me deixaram pasmo. Como foi possível homens bem educados, com carreiras brilhantes, agirem como agiram? Pensarem o que pensaram? Cegos guiando outros cegos?
Essa longa guerra - começou durante a ocupação francesa ainda no século XIX - mostrava suas lições claramente aos homens no poder... e eles simplesmente não enxergavam; ou enxergavam, mas tinham uma "agenda escondida", uma "segunda intenção" tão absurda, irracional, maléfica quanto a dos piores tiranos da História.
O envolvimento dos Estados Unidos durou 20 anos (1955 - 1975). Já nos primeiros 5 anos era possível saber que as premissas iniciais que justificavam o seu envolvimento militar no sudeste asiático eram falhos, falsos, equivocados:
- "A queda do Vietnã nas mãos dos comunistas provocará um efeito dominó e todos os países da região cairão também;
- É melhor um governo autoritário e corrupto no Vietnã do que arriscar cair nas mãos dos comunistas;
- Os Estados Unidos não são colonialistas como foi a França, estamos no Vietnã para ajudar a democracia;
- Assim que os norte-vietnamitas virem a nossa firme decisão de apoiar a democracia, vão decidir negociar a paz;
- Estamos aqui pela paz, não pela guerra"...
E assim, mais de 58 mil soldados americanos perderam a vida inutilmente, e mais de 1 milhão de vietnamitas (do norte e do sul) morreram. 
A quantidade de destruição causada pela guerra (principalmente pelos Estados Unidos) foi comparativamente maior do que a da Europa na 2a Guerra Mundial: mais de 7 milhões de toneladas de bombas sobre o Vietnã, em comparação com 3,4 milhões de toneladas lançadas sobre a Europa pelos Estados Unidos e Grã Bretanha!!! 
Sem contar os imensuráveis prejuízos causados ao Vietnã, Laos e Camboja pelas bombas. E, pior, pelos nefastos "agentes laranjas", despejados aos milhões de litros e pelas bombas napalm, ambas com a única intenção de acabar - acabaram - com as florestas da região. 

Parece-me, à exceção dos meios utilizados, que o Brasil poderia aprender com a experiência e, quem sabe, prevenir-se de muitos dissabores...

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