Acrescente-se a isso os comentários gentilmente formulados pelos meus caros leitores - não deixem de lê-los! - nas últimas postagens, as recém findas eleições municipais, e temos um ótimo pano de fundo para este emocionado e sincero clamor do Dr. Dioclécio.
Por favor, leiam com atenção. Vale a pena!
Até quando o triunfo do desatino belicista sobre o pensamento civilizado; o primado da força bruta sobre o entendimento cordial; a hierarquia do embuste sobre a têmpera da verdade; o signo do arbítrio sobre a sagração da liberdade; o domínio do dinheiro sobre a essência da vida; a ditadura dos indicadores econômicos sobre a paz social?
Até quando a fé na violência a pairar sobre a crença na justiça; o preconceito odiento a prevalecer sobre a ética da tolerância; a ânsia de destruição a imperar sobre a paciência construtiva; o orgulho guerreiro a imperar sobre a simplicidade fraterna; a pretensão de superioridade a preponderar sobre a utopia de uma só nação planetária?
Até quando a devastação da Terra-mãe; o esgotamento das nascentes; a poluição dos mares; a degradação da atmosfera; o desequilíbrio ecológico; a extinção de espécies da fauna e flora; a esquizofrenia delirante das cidades; as epidemias da miséria rondando lares e continentes; os vírus assassinos dizimando populações marginais da sociedade; o aquecimento irresponsável do planeta?
Até quando a humilhação do trabalho escravo; o escândalo da prostituição de crianças e adolescentes; a exploração da mão-de-obra infantil; o sofrimento infamante dos meninos mutilados nas carvoarias; a incapacidade física aviltante na manufatura do sisal; a sobrevivência patética dos catadores de lixo; a multidão de famintos habitando o perigo da noite, desafiando a morte emboscada nos becos tenebrosos das madrugadas urbanas?
Até quando a horda alucinada de dependentes químicos, fantasmas errantes no sem-futuro do cotidiano sinistro; o massacre das etnias primeiras nos confins ignotos das reservas mal delimitadas e bem desprotegidas; os casebres pendurados nas ribanceiras, os barracos insalubres amontoados nas encostas, os guetos de deserdados amanhecidos nos refúgios das marquises acolhedoras; a aflição indizível do desemprego, coveiro de sonhos a desestruturar famílias e corroer gerações?
Até quando a carreira corrompida dos representantes do povo; a manipulação despudorada da opinião pública; a conspurcação consentida dos tribunais; a mídia serviçal dos mistificadores; a hipocrisia dos legisladores de conveniência; as políticas públicas como instrumento da dominação de uma classe sobre a outra; o deslumbramento com o luxo; a capitulação de ideais ante a perspectiva de vida fácil; os financiamentos imorais de campanhas, a venalidade partidária, o serviço público como valhacouto de carreiristas?
Até quando os corpos ensangüentados de crianças atingidas por bombas genocidas; o olhar de espanto, o semblante desesperado dos órfãos das guerras; o grito de pavor das viúvas ensandecidas à vista dos maridos tragados pelo fogo de tropas agressoras; o reinado da indústria bélica, essa usina de terror, fábrica de catástrofes e tragédias premeditadas?
Ate quando o sacrifício de inocentes para gáudio arrogante de armadas profissionais; as ocupações de territórios, as mulheres violadas pelo caminho, os idosos de andar trôpego abatidos impiedosamente em seus domicílios; os campo de refugiados para socorrer vítimas desnorteadas das hecatombes; os fanatismos de direita e de esquerda, os fundamentalistas religiosos ou econômicos; a história da humanidade como antologia de holocaustos?
Até quando a sinfonia macabra dos canhões, a cadência medonha das metralhadoras de última geração; a esteira esmagadora dos tanques blindados. pisando sobre terra invadida e triturando cadáveres de resistentes esquálidos, batizados de rebeldes em sua própria pátria; os bombardeios cirúrgicos que erram o alvo e matam sem anestesia; os aviões que despejam toneladas de explosivos sobre populações indefesas?
Até quando a impunidade dos chefes de Estado que fazem a guerra; dos governantes que mentem aos governados; dos líderes que distorcem informações e fraudam documentos para subjugar outros países, a pretexto de libertá-los; dos porta-vozes da beligerância estúpida que gera extermínios para evitar ameaças jamais comprovadas?
Até quando os impérios, as superpotências, o monopólio de armas nucleares nas mãos dos países que exigem o desarmamento dos outros; a discriminação de povos inteiros; a falácia da democracia ocidental; os organismos internacionais reféns de projetos de hegemonia?
Até quando os pobres e os ricos; a opulência e a miséria?
Até quando a supremacia da morte e a banalização da vida?
Até quando?
Um comentário:
Até quando?
Enquanto houver impunidade...
Boa notícia: Os votos do Ex prefeito foram anulados...
Tenha uma linda semana.
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