terça-feira, 16 de junho de 2009

Tudo o que temos

Assistia confortavelmente a um desses seriadinhos americanos "polícia versus bandido" - Life - que tem um detalhe sui generis: nosso herói é fã da filosofia Zen. Este fato o torna, no mínimo, um policial excêntrico. Ele gosta, inclusive, de ouvir fitas com textos da filosofia, que ele tenta despudoradamente aplicar à vida diária. Aliás, estes são os momentos cômicos que todo seriado policial americano que se preze tem - à exceção, talvez, de The Shield, que era só dark - e que Life não foge à regra.
Na semana passada a bela parceira do policial ouve uma dessas fitas enquanto decide se ajuda ou não o FBI a investigar seu parceiro. Depois de algumas frases clássicas sobre o "real" não existir, ser uma ilusão, e sobre a necessidade de não se deixar iludir pelo "real", a moça ouve a frase:

"Aquilo em que acreditamos é tudo o que temos".

Ela, então resolve não ajudar o FBI porque, afinal, ela acredita no parceiro.
O episódio termina, mas a frase zen continou martelando em minha cabeça: nossa fé é tudo o que temos. Não posso provar que algo seja real. Para ser bem sincero, não consigo provar nem que eu seja real. Minha existência só é real para mim porque creio nela... mas tudo pode não passar de um sonho.
Se realmente a fé é tudo o que temos, precisamos ter cuidado nossas crenças...

2 comentários:

Anônimo disse...

creio, logo existo.

blog de Pedro Desgualdo Pereira disse...

Pra falar a verdade eu nunca entendi o "Penso, logo existo"...

Não é possível pensar em um sonho? Ou talvez, se estou sonhando essa realidade, e nesse sonho eu estou pensando, deve portanto haver alguém (eu mesmo, mesmo em outra realidade!) que estou pensando para ser possível sonhar meus pensamentos? E portanto, logo existindo??
ainda prefiro "tudo sei que nada sei"!