sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Incondicional

Ouvi muito sobre amor incondicional. E, parece, que o amor é mesmo incondicional. Acontece e pronto.
Alguns amigos mencionaram, em seus comentários sobre meus textos anteriores a respeito do conceito de deus (God by J. Lennon; Saramago e a ideia de deus; Liberdade e Morte; Caim), que eu estou falando de fé incondicional. Taí um termo que não é frequente, e, sinceramente, não sei se gosto. Pelo menos a minha fé não é incondicional.
A minha fé é testada a cada dia, a cada momento. O próprio ato de viver é um teste à minha fé e caso seja reprovada, não hesitarei em jogá-la no lixo. Não quero ter uma fé barata, dessas que não me exige nada, mas também não me oferece nada. Nem quero uma fé como que num pedestal, indestrutível, mas também intocável. A minha fé mistura-se ao meu sangue, ao meu alimento, às minhas fezes. Entra pelo nariz com o ar que respiro e sai pela boca com as palavras, movimenta-se com o meu agir, exprime-se com os meus pensamentos e sente-se com minhas emoções.
Minha fé pode ser fraca, superficial, inútil, esquisita, boba, equivocada, chata, ou até mesmo o contrário disso.
Mas incondicional ela não é!!!

10 comentários:

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Fé e obediência incondicional não combinam com o Deus que conhecemos.

Dona Sra. Urtigão disse...

Realmente não consigo entender. Porque algo assim, a fé, não é algo que se construa, pois a contrução depende da razão, não é o caminho. Então deve ser a tal da graça. Mas aí, porque um Deus justo não a concede a todos? Para alguns, é dado a Duvida Permanente.
Mas não vou mais falar do que não entendo.

Dona Sra. Urtigão disse...

Realmente não consigo entender. Porque algo assim, a fé, não é algo que se construa, pois a contrução depende da razão, não é o caminho. Então deve ser a tal da graça. Mas aí, porque um Deus justo não a concede a todos? Para alguns, é dado a Duvida Permanente.
Mas não vou mais falar do que não entendo.

Dona Sra. Urtigão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fábio Adiron disse...

A minha fé é incondicional, a demonstração dela é que, de tempos em tempos, pisa na bola

Rondinelly disse...

Minha fé me é ainda muito dúbia; ela é não-condicionada, porque é por ela que a contingência da minha existência se manifesta: minha fé é o sintoma de que estou vivo. Mas ela é também condicionada, porque é a justificativa menos plausível, mas a única com a qual posso dar valor à contingência de estar vivo: minha fé é a aposta de que, por um estranho motivo, é bom estar vivo.
Minha fé ainda é para mim aquele ponto não visto, por cujo vazio é que vejo qualquer coisa.

Lou H. Mello disse...

Estranho você escrever isso. Andava pensando em crescer na fé de fé em fé. Ela se retroalimenta e sem isso não há fé. Bom, acho que preciso de fé para entender a fé.

carmen disse...

Rubinho:

Creio que a fé deveria ser incondicional, mas isto é um aprendizado, e que aprendizado!!!

Vai por toda a nossa vida e, mesmo em meio a problemas que não conseguimos entender de forma alguma, a nossa fé deve, minimamente, continuar e deve ser exercitada, de fé em fé, de glória em glória...

Ela aumenta ou diminue de acordo com nossa vivência, nossas respostas às aflições...o nosso crescimento espiritual.

Mas não deve morrer nunca, pois não deveria depender das situações passageiras...

bjs

Chris Rodrigues disse...

Fé, acredito eu, é como se preparar para o objetivo da vitória em um esporte. Se pretendo correr a meia-maratona do Rio e concluí-la, preciso me preparar atleticamente, o que demanda disciplina, força de vontade, boa alimentação e ainda um treinador qualificado. Sem contar a determinação incondiocional.

Se eu tiver todas estes itens,é possível chegar ao meu objetivo, mas caso contrário, sem preparo, nada conseguirei...é certo!

Explicando melhor...ela pode não ser incondicional, mas pode ser algo exercitável, a ponto de se tornar incondicional, onde aquilo que se interessa é somento o objetivo.

mas acho que não falei nenhuma novidade, né? Só quis mesmo comentar o post...hehehehe...um pouco melhor hoje...

P.S. Eu e meu mardio estamos no período probatório em nossa igreja. Ore por nós. Pra isso, eu preciso ter uma fé incondicional...tem sido mais que se preparar para correr uma maratona inteira...hehehehe

Chris Rodrigues disse...

E sobre Saramago...li em algum que ele está sendo chamado de Seramargo.
O camarada é literato premiado e não teólogo. No campo da teologia, infelizmente, cai no lugar de pessoas comuns e pobres mortais blogueiros como eu, com única diferença de saber trabalhar um texto perfeitamente como um artesão talentoso. Nada mais. Bom para ganhar um outro Nobel de Literatura e mais dinheiro.