quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O ontem explica o hoje

Terminei a leitura de "1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil" (Ed Planeta, SP).
Como faço já há alguns anos, leio devagar, um pouco por dia. Deixo que as frases, a escolha das palavras, as imagens, a musicalidade das sentenças ressoe em minha mente. E aprecio muito cada livro lido.
Este tem, além de algumas ilustrações belíssimas, uma farto material de pesquisa e grande quantidade de notas e comentários.
Muita coisa boa pode se dizer sobre o livro de Laurentino Gomes. O mínimo é que ele deixa o leitor com vontade de ler "1822", o segundo tomo de sua trilogia. Com certeza o lerei.
Em meio à campanha eleitoral, ao julgamento do mensalão e à guerra travada entre as polícias de SP e SC e o crime organizado, fiquei com uma certeza: o ontem explica o hoje.
Não gostamos do que somos. Gostaríamos de ser mais civilizados, organizados, menos corruptos, mais trabalhadores, mais cultos e até mais asseados. Não é possível, porém, imaginar outro país que não fosse esse pobre Brasil que temos hoje depois de ler "1808". Aquilo tudo - e fartamente documentado - deu nisso.
Outra coisa emerge nas entrelinhas do texto, comprovado com inúmeros casos da época e atuais: por pior que seja este país, torna-se quase impossível ao estrangeiro não amá-lo, depois que conhece seu povo, sua cultura e suas belezas naturais.
E olha que, com um pouquinho de boa vontade, o Brasil poderia ser muito, mas muito melhor...

2 comentários:

valter ferraz disse...

Rubinho,
lí este e tb o 1822 o qual recomendo. À época em que lí estava em vias de cursar História e essas leituras deixaram-me ainda mais entusiasmado. Travei algumas discussões com o autor que hoje está curtindo uma bolsa nos EUA e preparando o terceiro volume dessa fase.
Vou compartilhar.
Abração

Tuco disse...

Explica, mas não justifica. Duro é que quando se vê o histórico, dá um desânimo...