quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O preço do futuro

"Foi precisamente essa perda de contato com o passado, nosso desenraizamento, que deu origem aos "descontentamentos" da civilização, a uma pressa e uma agitação tão grandes que vivemos mais no futuro com suas quiméricas promessas do que no presente, cujo passo acelerado nosso pano de fundo evolucionário não aprendeu ainda acompanhar. Precipitamo-nos impetuosamente novidade adentro, guiados por um senso cada vez mais acentuado de insuficiência, de insatisfação e de inquietação. Não vivemos mais daquilo que temos, vivemos de promessas; deixamos de viver à luz do presente e passamos a viver nas trevas de um futuro que, esperamos, trará o aguardado amanhecer. Recusamo-nos a reconhecer que toda coisa melhor é comprada ao preço de uma coisa pior." 
Carl Jung em Memories, Dreams and Reflections (1957)
(Retirado do excelente texto "As persistentes persuasões do desenvolvimento", de Paulo Brabo em sua Forja Universal. Vale a pena a visita!)

2 comentários:

Lou H. Mello disse...

É, os caras criam necessidades e essas tranqueiras todas do futuro tornam-se imprescindíveis, quando ainda outro dia, não faziam a menor falta.

Anônimo disse...

Atualíssimo!