quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O amor... vilão?

O jornal a Folha de São Paulo de terça-feira, 08/01/2013, publicou em seu caderno "Equilíbrio" um artigo de Juliana Cunha sobre o livro do filósofo inglês Simon May, "Amor - Uma História" no qual expõe a visão de pensadores como Spinoza, Ovídio e Rousseau sobre o assunto e conclui que "somos todos fanáticos. Exigimos que nosso sentimento seja eterno e incondicional e camuflamos sua natureza condicional e efêmera. É a mais nova tentativa humana de roubar um poder divino", disse em entrevista à Folha. É uma religião apregoada pela produção cultural, como nos filmes "em que um personagem não quer saber de namorar e só pensa na carreira. No final, descobre que sem uma paixão sua vida não será completa". A consequência é a frustração coletiva. "Nada humano é verdadeiramente incondicional, eterno e completamente bom. Essa é uma forma de amor que só Deus pode ter. Esse entendimento gera expectativas altas, que relacionamentos cotidianos não são capazes de suprir."
Já o autor de "Amor - Sentimento Desordenado", o alemão Richard David Precht afirma que "o papel de nos aceitar por inteiro, com todos os nossos defeitos e limitações, cabia a Deus. Hoje, buscamos alguém que possa cumprir essa função e ainda dormir conosco. É realmente, pedir demais."
A psicanalista e também autora ("O Livro do Amor") Regina Navarro Lins concorda que o amor romântico vigente é irreal: "Você conhece uma pessoa, atribui a ela características que ela não possui e passa a vida infernizando a criatura, querendo que ela seja  como você imaginou".
Simon May considera que ao enxergar o amor romântico como solução para todos os problemas, transforma esse tipo de amor em religião, pois "as pessoas subestimam o poder das questões sociais como componentes da felicidade. Viver em paz, com emprego e dignidade, provavelmente traz mais alegria duradoura do que o amor romântico".

E você? É membro da religião do amor romântico?