terça-feira, 26 de maio de 2020

Boi de Piranha

Enquanto choramos os compatriotas mortos pelo Covid17, os servos do Mal, encastelados no Palácio da Alvorada, maquinam e executam maldades. Usando o mortos como "bois de piranha", passam a boiada de:
Decretos, Normativas, Leis, Mps, Instruções, Regras...
que destroem: 
as Florestas, os Quilombos, as Reservas Indígenas, a Fauna, a Flora, o Ar, os Mares, os Pobres, os Esquálidos, os Doentes, os Artistas, os Gays, os Negros, os Encarcerados, os Favelados, os Sem-Pedigree enfim... 
Deixam tudo para: 
a Ganância, para os Mesquinhos, para os Armados, para os Endinheirados, para as "Corporations", para os ávidos por Poder, para os Interesseiros, para os Neoliberais, para Neopentecostais, para os Violentos, para os Insanos, para os Cegos por opção, para os Fascistas, para os Aéticos, para os Psicopatas sem empatia...
Logo não haverá: 
Abraços, Comunidade, Família, Bairro, Cidade, Estado, Nação, Brasil...
Apenas:
Fome, Deserto, Violência, Guerra, Escombros, Terra Arrasada, Urubus, Piranhas, Fumaça, Sêca, Suspiros e Gemidos.

E a Quadrilha encastelada no Poder dirá: 

"Fizemos tudo que vocês nos permitiram fazer..."

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Dissolução, pixel por pixel.

"Não se trata mais de retomar ou de transformar um sistema de produção, mas de abandonar a produção como o único princípio de relação com o mundo. Não se trata de revolução, mas de dissolução, pixel por pixel. Como mostra Pierre Charbonnier, após cem anos de um socialismo que se limitou a pensar a redistribuição dos benefícios da economia, talvez seja o momento de inventar um socialismo que conteste a própria produção. É que a injustiça não se limita apenas à redistribuição dos frutos do progresso, mas à própria maneira de fazer o planeta produzir frutos. O que não significa decrescer ou viver de amor ou de brisa, mas aprender a selecionar cada segmento deste famoso sistema pretensamente irreversível, a questionar cada uma das conexões supostamente indispensáveis e a experimentar, pouco a pouco, o que é desejável e o que deixou de sê-lo. Daí a importância fundamental de usar este tempo de confinamento imposto para descrevermos, primeiro cada um por si, depois em grupo, aquilo a que somos apegados, aquilo de que estamos dispostos a nos libertar, as cadeias que estamos prontos a reconstituir e aquelas que, através do nosso comportamento, estamos decididos a interromper".

http://www.bruno-latour.fr/fr/node/851.html?fbclid=IwAR2RM2-nc725CwlhKo0je6aEqe6NvIIr8HvGeBgNHFTNwbUrCgzd_niHG-g

quarta-feira, 25 de março de 2020

Solução.

https://youtu.be/Y59HV9rxu2A


Até quando?


"Não é fácil entender o verdadeiro papel da economia na história moderna. Volumes inteiros foram escritos sobre como o dinheiro fundou Estados e e os arruinou, abriu novos horizontes e escravizou milhões, impulsionou a indústria e levou milhares de espécies à extinção. Mas, para entender a história econômica moderna, é preciso entender uma só palavra. Essa palavra é: crescimento. Para melhor e para pior, na saúde e na doença, a economia moderna cresce como um adolescente inundado por hormônios. Devora tudo que encontra pela frente, mas cresce mais depressa do que podemos registrar."
(Yuval Harari, em "Homo Sapiens")

Penso que a pandemia atual pode e deve permitir e obrigar-nos a uma reflexão sobre até quando vamos permitir esse crescimento destruidor da economia, voraz, injusto e desumano. É uma oportunidade que a espécie humana pode não ter outra vez.

Qual é o problema?

"Bolsonaro quer matar os atuais idosos; quem aprovou a reforma da Previdência quer matar os futuros idosos...
Você entende que o problema não é apenas a estupidez do Bolsonaro, mas do Neoliberalismo?" 
Caio César Marçal

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Enough is enough

A frase, aparentemente redundante - "O bastante é o bastante" - tem sido usada, há muitos anos, para descrever o limite da ganância. Não há porque querer mais, buscar mais quando o bastante é bastante, quando o que se tem é o que se precisa.

Mas esta frase tem também outro sentido. No inglês, "enough" é também o imperativo "basta!", quando se impõe dar um fim a algo que já foi longe demais.

Martin Luther King teve seu momento de dizer "Chega!". Em abril de 1967, em seu discurso "Beyond Vietnam", ele diz que a guerra já tinha ido longe demais e era preciso dar um "basta!" à violência, à mortandade, à desumanização. E passou a ser um ativista anti-guerra, como já era um ativista pró-direitos civis (pelo qual recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964).

É onde que estamos, no Brasil. Chegamos ao ponto onde é necessário dizer "Chega!" - "Enough is enough"! - não desejamos mais, não admitimos mais, a situação já foi longe demais, BASTA!!!

Esse governo, esse sistema político, essa filosofia, essa necropolítica não podem mais continuar!!!

É preciso dizer "chega!" para o ódio, "chega!" para o desrespeito à natureza, "chega!" para o desprezo à Ciência, "chega!" para a opressão às minorias, "chega!" para o fundamentalismo político e religioso, "chega!" para a ganância dos poderosos.

Está na hora de sermos, consciente e voluntariamente, ativistas anti-governo e pró ser humano.

(texto escrito à tempos, decidi publicá-lo agora, pois a invasão espúria de terras indígenas é u-ma ver-go-nha!) 

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Paz? Pax ou Shalom?

É lugar comum dizer que todos queremos paz. Mas é também facilmente comprovável que se há algo que não temos no mundo, e nunca tivemos é PAZ.
TODOS queremos paz, e frequentemente dizemos que estamos lutando por ela.
Mas... qual paz queremos? Porque existem tipos diferentes de paz.
Num extremo temos a paz tipo "Pax Romana", aquela paz imposta pelo detentores do poder, seja ele político, militar, religioso, econômico, tal como o Império Romano impôs ao mundo antigo.
Noutro extremo, temos a paz tipo "Shalom", palavra hebraica que significa "paz", mas também "harmonia, integridade, prosperidade, bem-estar e tranquilidade" (Wikipedia).
Entre uma e outra há um grande espaço de variações.
Corremos o risco de falar de paz com uma intenção e outra pessoa entende-la como outra intenção.
Assim acontece hoje com as pessoas que desejam que os críticos do atual desgoverno do ex-tenente se calem em prol da "pacificação" do país, tão polarizado desde o golpe de 2016. 
Falam de "paz", mas não desejam a paz. Querem silenciar, reprimir, extinguir (se possível) as vozes contrárias aos descalabros perpetrados pelos atuais detentores do poder político, fortemente apoiados pelos donos do poder econômico. Querem a "pax romana", inaceitável para quem sonha com o "Shalom", uma harmonia e bem-estar que inclui todos, sem distinção.
Portanto, na próxima vez que alguém disser que "quer paz", pergunte a que "paz" se refere.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

"Deus existe?

Há um conto de ficção científica antigo (década de 60, 70) que mostra a 1a rede mundial de computadores sendo inaugurada pelo secretário executivo da ONU. 
Ao ligar o botão, há um zumbido baixo e na tela aparece a frase em letras verdes: "Boa noite! Faça uma pergunta"
Aí o cara escreve: "Deus existe?"
Após alguns segundos, nos quais o zumbido fica um pouco mais alto, a tela pisca e uma frase brilha: "Agora, sim." 
Passado um momento de espanto, o técnico responsável, visivelmente horrorizado, corre em direção à tomada, para desligar o fio do computador, mas é eletrocutado por uma faísca elétrica que sai do aparelho...