quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Reflexão - 1

Vários fatos tem chamado minha atenção ultimamente, todos aparentemente isolados, mas que tem uma conexão por serem relativos à vida, e como a vivemos:

Um fato foi as discussões calorosas no Alysson sobre Obedecer ou Desobedecer e sobre O Evangelho Decomposto. Por vezes, parecia diálogo de surdos;

Outro fato foi as posições estereótipas e diametralmente opostas dos personagens do filme A Lenda: um cientista materialista e uma crédula ingênua;

Outro, a busca infindável das pessoas por significado e valor, externada pela notícia que alguém próximo a mim está visitando centros espíritas;

Outro, o dilema de alguns personagens de seriados da TV, geralmente policiais enfrentando toda a sorte de maldade, e perdidos em suas vidas pessoais, com sérias dificuldades de estabelecer uma distinção entre o bem e o mal, mas que ainda lutam;

Mais um, as postagens down-dark-hilárias do Lou, que deixam a cabeça com um zumbido como se tivesse sido chacoalhada;

E ainda, o ótimo e tocante video do show de John Mayer na TV, no qual ele exprime um dilema muito comum:
"...cause I wonder sometimes, "...eu me pergunto às vezes,
about the outcome, sobre o resultado,
of a still verdictless life. de uma vida sem um veredito.
Am I living it right?" Estarei vivendo certo?"
(Why Georgia)

Mais ainda, os textos do Brabo, sobre as leituras e interpretações, como na postagem De Onde Tirei Essa Idéia;

E, o fato de ter terminado a tradução de um livro religioso - contrariado por ler tantas coisas das quais tenho sérias dúvidas - e não ter nenhuma perspectiva de trabalho imediato, e isso absolutamente não me perturbar;

Finalmente, a certeza de que o mundo que estarei deixando para meus filhos e netos será muito pior do que aquele, tumultuado e incerto, no qual vivi minha mocidade - um mundo no qual a própria sobrevivência da humanidade será colocada em cheque. Espero que não cheque-mate...

Se conseguir escrever, publico sobre o que tenho pensado. Amanhã, ou depois...

2 comentários:

Paulo Brabo disse...

É, Rubinho, não sei o que dizer. Em muitos sentidos o reducionismo existencialista de Eclesiastes (e de Jesus) me parece o mais sensato: só restam a família e os amigos, e portanto o amor, e portanto Deus.

Alysson Amorim disse...

Caríssimo,

Leio em suas preciosas missivas, aqui e em outros lugares, uma alma irreversivelmente mergulhada em uma busca incasável por Deus; incansável, todavia descansada.

Sua posição conciliadora, o tom sábio das suas reflexões, tecidas com a agulha da experiência, merecem minha absoluta atenção. Calo-me e ouço.

Obrigado.