Vinha de carro pela rodovia Raposo Tavares, que corta a minha cidade, Sorocaba. O som do carro ligado em uma das duas estações de radio que vale a pena ouvir. Uma toca só “pop” e a outra inclue mpb também. Nada de mais.
Uma música começa. Diferente das outras que a radio toca, esta tem um “ar” de música erudita, quase ópera. A voz é de cantor lírico, o tom, majestoso. Bonito. De repente, a inconfundível voz de Sarah Brightman assume o segundo verso. A orquestra ao fundo é ao mesmo tempo suave e imponente. O clima vai num crescendo. Não é possível ouvir e dirigir. Não é possível ouvir e fazer qualquer outra coisa!
Paro o carro no acostamento, esqueço dos meus compromissos, de onde venho e para onde estou indo. Aumento o volume do radio. A música invade meus ouvidos, entra pelos poros. Sou tomado por uma sensação de leveza, grandiosidade, melancolia e felicidade sem razão. Fico ali, em êxtase até o fim da música... Qual música? Que música é essa? Quem é o cantor de ópera que consegue mexer tão profundamente com as emoções da gente? A porcaria da radio é daquelas – que o Caetano odeia – que não fazem menção do título, autor ou intérprete. Que droga! Como vou saber que música é essa?
Felizmente, a música e o cantor se tornam hits e fico sabendo que é Andrea Bocelli, cantor lírico cego, o par sublime de Sarah na música “Con te partiró”.
Ele faz sucesso também com outras músicas – como “Vivo per lei”, que gravou também em dueto com “nossa” Sandy - e se apresenta nos mais importantes eventos.
Mas aquela tarde, na Raposo, pelo radio foi uma experiência inesquecível!
4 comentários:
A música também causa esse efeito em mim!
E gosto muito de escutar Andrea Bocelli! :)
Belíssimo!
De arrepiar!
Ao ouvi-lo, só dá para gritar:-"Bis, Bis, Bis"
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