sábado, 27 de setembro de 2008

O que aconteceu com ela?

Aproveitando um hotspot free que encontrei, segue abaixo um texto de uma semana atrás:

Amy Winehouse é uma artista de qualidade excepcional. Não a conhecia até o dia, algum tempo atrás, quando a Gabi, namorada do meu filho, me apontou um videoclipe e comentou: “Essa cantora é muito boa, mas é muito louca também”. Ouvi-a por alguns segundos, gostei e segui em frente.
Passados alguns meses, seu nome inunda o noticiário artístico por ela estar doente, ter que se internar, e o médico que a atendeu afirmar que caso ela não parasse com a mistura de bebidas e drogas, ela poderia morrer a qualquer momento. Li, não como uma novidade, mas sabendo que isso é tão comum nomeio artístico. Já o era no fim do século XIX...
Mas aconteceu do canal Multishow apresentar um show dela, legendado, e me assombrei: letras e músicas, voz e interpretação extraordinárias! Fiquei a imaginar como ela estaria hoje, visto que o show devia ser antigo...
No dia seguinte o portal do Yahoo mostrou duas fotos dela, não sei se retocadas ou não, na qual ela parece, em pele e osso, uma múmia viva. A legenda das fotos perguntava: “O que aconteceu a Amy Winehouse?” A diferença entre sua aparência no palco e nas fotos era imensa.
Pensei: “Ela está se matando”. De outra forma, mas tal como Kurt Cobain, Janis Joplin, Jimi Hendrix, e tantos outros artistas contemporâneos que se suicidaram, de um jeito ou de outro, no auge da fama. Por que?!?!
Parece-me comum os artistas serem pessoas atormentadas, em conflito consigo e com o mundo, revoltadas e corroídas por dilemas profundos. Mas são também pessoas necessárias, com uma função social importante, porta-vozes dos anseios e dores dos seres humanos comuns. Assim são os artistas, os realmente artistas.
Dá-me pena ver algo assim acontecendo, e não poder fazer nada. A vontade é chegar cara a cara com a Amy e dizer: “Escuta, sei que sua dor é imensa, e nem imagino como seja; sei que você está cheia de razões para agir como age, e talvez, eu fizesse o mesmo em seu lugar. Mas, por favor, fique um pouco mais e nos dê um pouco mais de sua arte. Quem sabe algo aconteça algo enquanto você está viva que faça valer a pena continuar... O mundo ficará mais pobre e mudo sem você...”

4 comentários:

Alex Liki disse...

Escute "Tears Dry On Their Own" e "Valerie".
Belas músicas. :)
("Valerie" não é dela, é de um grupo chamado "Zuttons", mas ela fez um ótima releitura da música)

Anônimo disse...

Olá! Acho que o que distingue verdadeiros artistas como Amy de nós outros não é que sejam especialmente atormentados, ou tenham conflitos, revoltas e dilemas, coisas que todos podemos encontrar dentro de nós mesmos.
Tenho a impressão que sua "arte" é o extraordinário modo que eles têm de tirar dessas coisas energia e matéria para fazer ou revelar essa beleza que nos encanta. Se essa beleza não fosse feita das mesmas coisas que trazemos no profundo de nosso coração, ela nada nos diria.
Quanto à pressa com que Amy parece encaminhar-se à destruição, penso que é resultado, entre outras coisas, da sua superexposição midiática. De como a arte, hoje tornada produto de consumo, consome quem a faz junto com o que faz. Porque a superexposição do artista em ato de realizar sua arte é a superexposição justamente do processo em que esse artista draga as profundezas de sua alma para retirar aquelas tormentas, conflitos, revoltas, dilemas. Tudo o que dói.
E mais uma coisa: nós, reles mortais, ao nos depararmos com o extraordinário em um semelhante, por alguma razão desejamos de modo irreprimível nos apropriarmos desse extraordinário, ainda que à custa da destruição daquele ou daquela sobre o qual o extraordinário recaiu.
Um abraço!

carmen disse...

Creio que é falta de uma razão real para viver...

Só por Jesus!!!

* O Cantinho da Lia * disse...

Ela realmente canta muito bem...
Fiquei impressionada há dias atrás, qdo recebi um e-mail com fotos da Amy quase esquelética, com nariz todo branco de farinha...Ela tem um sério distúrbio psíquico mesmo...
Assim como Whitney Houston teve, e tantos outros por aí...É a pergunta que não quer calar:Por quê???

Beijos