sábado, 30 de maio de 2009

Meu pai, 82 anos!

Pensando nos 82 anos que meu pai completa amanhã, perguntei-me se eu também chegarei lá. É bem provável, pois descendo de longevos: meu avô paterno viveu até os 94. Além disso, a expectativa de vida do brasileiro classe média tem subido muito. Mas, que tipo de vida me aguarda? Será que terei algumas dessas doenças que atormentam a vida dos idosos, artrite, diabetes, Parkinson, Alzheimer, cegueira, surdez, etc? Pergunto porque meu "véio" tem seus problemas, a velhice não lhe tem sido fácil.
Pastor presbiteriano, exerceu sua atividade por mais de 50 anos. Agora, idoso e doente, cuida de minha mãe, presa a cadeira de rodas, e luta com as despesas do dia a dia, que não são cobertas pela minguada aposentadoria. Aliás, remuneração nunca foi seu forte. Ao contrário de muitos "pastores" atualmente, ele nunca pode amealhar patrimônio ou viver folgadamente. Minha mãe, sim, recebia um bom salário pelo seu trabalho e - digamos - sustentou o ministério de meu pai na igreja. E quando ela não ganhava bem, ele completava o orçamento dando aulas na rede pública de ensino. E o fez por muitos anos.
Mas não se pode afirmar, de modo algum, que sua velhice não tenha valor, nem seja improdutiva. Além de cuidar de minha mãezinha, ele atinge, através do blogue que mantenho para ele, a vida de mais de 200 pessoas que leem semanalmente seus estudos e textos, que eu publico às quintas-feiras. Já foram quase 150 postagens, em pouco mais de três anos. Pessoas das mais diversas origens, religiões, e lugares tem lhe escrito com perguntas, comentários, dúvidas e sugestão de temas. Sei que nem sempre concordam com suas afirmações, mas ele as ajuda a refletir sobre suas vidas, sobre Deus, sobre a sociedade, sobre a igreja.
Só posso olhar para meu pai, aos 82 anos, e dizer: "Eis aí uma vida que valeu a pena ser vivida; eis um homem de valor!!!"

3 comentários:

Alice disse...

Parabens ao pastor Rubens !!

Lou H. Mello disse...

Seu pai é um grande exemplo. Parabéns para ele e para vocês.

Fábio Adiron disse...

Rubinho

Seu pai não vai se lembrar de mim. Mas mande um abraço para ele de um antigo membro da IP Lapa, onde ele esteve várias vezes nos tempos do Presbitério Bandeirantes.