Vivemos a tensão de situações opostas e inconciliáveis. Vivemos o transitório, almejamos o permanente.
Muitas vezes forçamos a realidade na tentativa de tornar um em outro: queremos um emprego permanente, um amor permanente, um lugar permanente, uma vida permanente - o que é a rotina senão a tentativa de tornar estáveis, os dias? Até mesmo o calendário - que à primeira vista marca a mudança - na verdade pretende assegurar a continuidade do tempo: 2009, 2010, 2011...
Construímos com a aspiração à permanência - e nossa ânsia em "preservar" monumentos, construções históricas é marca dessa aspiração. A solidez de um edifício é sua principal e mais valorizada característica.
Mas, então, sopram os ventos, caem as chuvas e tudo o que temos por sólido desmancha-se no ar. E vemos, horrorizados, cenas como a da bi-centenária igreja matriz de São Luis do Paraitinga - SP ruir e desaparecer junto com 80 % da histórica e orgulhosa e bonita cidadezinha do interior.
Como diziam quando eu era moleque: "tudo é passageiro, exceto o motorista e cobrador". E até mesmo este último já está se extinguindo...
6 comentários:
Voce esta certíssimo.
Dificil, na nossa concepção chamada ocidental (quem dividiu o mundo e determinou um marco zero?)assimilarmos a impermanência. Nos tornamos posseiros, proprietários do mundo, e com isso nos pensamos poderosos.E nem quando tudo parece desaparecer, aceitamos tranquilamente as mudanças.
Feliz Ano Todo!
Cara, se não fosse a certeza de que tudo muda, passa e se renova, teria enlouquecido há tempos.
Quando eu crescer, vou escrever assim...hehehehehehehe...
Me esqueci, Feliz 2010!!!!!!!!
"É como eu disse!" - arrebatou Heráclito, sob olhares irônicos do balconista Parmênides.
Que a nossa vida terrena seja transitória; agora, nossa vida espiritual, eterna!!!
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