domingo, 8 de agosto de 2010

Poder, autoridade e influência

O conceito A.P.I.

Em qualquer organização, seja ela empresarial ou não, haverá nela 3 grupos de pessoas: as que tem Autoridade, as que tem Poder e as que detém Influência. O sucesso de uma organização depende da forma como esses tres grupos interagem.
O grupo que tem autoridade é composto por pessoas que tem a capacidade de mandar fazer. São, essencialmente, os chefes, presidentes, CEO, etc.
O grupo que tem influência é formado pelas pessoas que podem dizer como fazer. São os técnicos, os cientistas e o detentores do know-how.
O terceiro grupo é formado pelas pessoas que tem a capacidade de fazer ou não fazer. São os subordinados, os “peões”, os funcionários operacionais. Eles detém o poder.
Estranhamente, nos acostumamos a pensar que o poder é exercido pelos que detém a autoridade, e, algumas vezes, os que possuem o know-how. Mas, na verdade, em uma organização qualquer o poder está nas mãos dos subordinados, dos trabalhadores. A autoridade pode mandar, o técnico pode orientar, mas só os operários podem “fazer ou não fazer”. Isto é poder. Ele apenas não é exercido porque muitas vezes os operários não estão cientes do poder que detém.

Aprendi esta singela verdade em um curso sobre Gerenciamento, baseado nos conceitos difundidos por Ichak Adizes, há muitos anos. Continuam tão válidos hoje quanto há 30 anos atrás.
A mesma regra pode ser aplicada ao povo, aos políticos, aos detentores do capital, aos militares, aos experts. O povo tem o poder. Apenas, não está ciente disso, ou está, mas não o exerce. Infelizmente.
Os Paralamas disseram que se o povo exercesse o poder,
“Se essa palhaçada fosse na Cinelândia,
Ia juntar muita gente pra pegar na saída,
Pra fazer justiça uma vez na vida."
Mas, não. Cá estamos, novamente, às portas de outra eleição, com uma Copa do Mundo e uma Olimpíada à frente, e tudo que vemos é um “show de horror”, incompetência, abuso, corrupção, mesquinhez, injustiça. E o povo, sofre quieto, sem usar do poder que tem...

4 comentários:

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Oi Rubinho,

a teoria faz um pouco de sentido mas é falha em vários aspectos.

1. O mais óbvio é que o poder tá nas mãos da gerência, pois eles tem em mãos o Capital (grana, terra, máquinas). E existe uma reserva de trabalho para qualquer espertinho que quiser "não fazer", tem um fila de 500 lá fora querendo.

2. Da mesma forma a influência vem do poder de convencimento, não do Know-How, mas da grana, que ergue e destrói coisas belas.

É verdade que nem tudo se resume em dinheiro. Mas ele é o que falará mais alto numa relação de trabalho no mundo econômico.

Existem pessoas que tornam-se influentes, conquistam autoridade e passam a exercer poder, no processo de tomada de decisões. No modelo cristão essas pessoas não devem dominar, mas servir a seus colegas. Aliás é no serviço amoroso que se chega plenamente ao API.

O Tempo Passa disse...

Não, não e não!!! É impossível vc retirar o poder das mãos dos subalternos. Mesmo com todo dinheiro do mundo e filas quilométricas de gente querendo o teu lugar, cabe a você como "peão" e só a vc a capacidade de fazer ou não fazer! Que importa que o capitalista tem a grana??? Que importa que tem nêgo na fila querendo o meu lugar??? Ninguém me tira o poder de fazer ou não fazer!!!

Djalmir disse...

Ribinho,
vivemos entre dois mundos, o real e o convencional. O real é ilegal; é o mundo dos loucos, dos desalinhados, dos inimigos do rei. O convencional é o mundo legal; é o mundo daqueles que estão alinhados com o sistema, dentro da normalidade.

Seu raciocínio é verdadeiro.
O do Roger é convencional.

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Amigo Rubinho,

você está falando de PODER para FAZER. Eu estou falando do poder para DECIDIR.

Claro que a força de trabalho é um PODER fenomenal. E os trabalhadores não tem idéia disso. Na verdade muitos usam esse (não) PODER contra si mesmo, não fazendo nada, fazendo mal feito ou fazendo corpo mole no trabalho.

Agora o verdadeiro PODER é o de tomada de decisão. Por isso o ditado, "manda quem pode, obedece quem tem juízo".

Você pode (e deveria) fazer greve, para exigir "isso ou aquilo". E assim exerceria seu PODER para decidir "isso ou aquilo". Mas no final a organização precisa de pessoas chaves que tomem sobre si a RESPONSABILIDADE por certas decisões. AUTORIDADE e RESPONSABILIDADE andam juntas.

"Isso ou aquilo" significa via de regra aumento salarial e melhores condições de trabalho. "Certas decisões" significa, orçamento, custos, plano de vendas, investimento, recrutamento, desenvolvimento técnico, financiamento, direção da mão de obra, e uma série de coisas do gênero que, foge, infelizmente ao interesse, ao patamar e à capacidade de quem está envolvido com o PODER de "fazer ou não fazer" e decidindo sobre "isso ou aquilo".

Em outras palavras a Teoria desse Ichak Adizes é furada. Na realidade existem vários níveis de API. Sendo que a força maior ainda está no topo.

Reforço, e repito, o ensinamento cristão trás a inovação de que quem quiser ser o primeiro (no API) dever servir a todos. Ou seja, é no serviço humilde (cada um com seu potencial e em sua área) que se adiquiri real API.

O que se vê, infelizmente, tanto em empresas como em igrejas é que os caras só querem API para dominar e terem mais API, e ninguém tá nem aí para servir...

Abraços,

Roger