Quem ainda não passou pela Bacia e parou pouco mais de 4 minutos para ser atingido em cheio pela crueza sincera, mensagem verdadeira e melodia emocionante de Marco Masini em "Gli Altri Siamo Noi", faça-o.
Frequentemente sou pego pelo sentimento de alívio por não ser "o outro", aqueles que aprovam lei de apedrejamento em pleno século XXI; quem mancha o mar de sangue, chacina indefesos golfinhos; quem sofre com incompreensíveis tornados na infeliz Guaraciaba; habita terras africanas devastadas por guerras e Aids, ou vive sob o manto da ameaça do terror político-religioso.
Sou feliz - na minha mesquinhez - por viver em país pacato, cidade pacata, uma vida pacata...
Então vem o Brabo e me lembra que "os outros somos nós". Posso estar longe da tragédia, mas nada me livra da responsabilidade...
6 comentários:
Jamis seremos completamente felizes,enquanto olharmos o espelho da vida e nele enxergarmos seres tristes,com fome,abandonados,torturados,sem recursos,injustiças,desperdícios,
preconceitos...
Maldito Dostoievski, que abriu os olhos do mundo para a culpa universal.
Bendito Dostoievski, que acenou diante do mundo a redenção de todos.
Abbraccio, disarmato fratello lontano!
Essa é a boa desculpa dos bons escritores...
Tournier também tem me aparecido às noites ou no trem para isso e também joga a culpa em outros: Camus, Sartre ou Simone Weil despertou–nos novamente a má consciência sem limites.
Tentando a fazer a ponte...o inferno são os outros, mas os outros somos nós, portanto...
Menino, ontem vi o filme Quem quer ser um milionário e senti tanto isso.
O fato de sermos outros para nós mesmos faz a diferença, a salutar.
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