domingo, 10 de outubro de 2010

Poema

Minha mãe, cuja memória recente foi severamente afetada pelo derrame sofrido há cinco anos, tem lampejos de lucidez extrema de coisas antigas, acontecidas na juventude, há mais de 50 anos.
Uma dessas lembranças, forte, nítida, é de um poema, um retalho de outras poesias, reunidas em forma de retalho. Nós sempre nos divertimos quando ela resolve declamá-lo. Eu até resolvi procurar no Google, para descobrir a origem de tal retalho. Mas não encontrei nada!
Então, publico aqui, na esperança que algum dos meus 6 leitores saiba algo a respeito que jogue luz sobre sua origem.
Aqui vai, estou certo que vocês vão gostar!

Às armas e os barões assinalados,
que da ocidental praia lusitana
vassourinha varre o chão
e o abano sempre abana.

Ó como é diferente o amor em Portugal
pálida lua hibernal
redonda como uma espada.
Vai-se a primeira lua despertada.

"Ó pátria amada, idolatrada.
Salve, salve."

Surge agora: fizeram minha cama curta
e eu dormi com os pés de fora
até o raiar da aurora.

Lembra-te, homem: és barro,
depois da chuva, atola o carro
como peixinho no mar.

No azul a sorrir
quer seja tapuia, condor ou tapir,
essas plagas brasileiras,
minhas terra tem palmeiras
onde canta o sabiá.

“Iaiá, fruta-do-conde, castanha do pará”.

3 comentários:

Vilma disse...

Osso faz parte dos Lusíadas de Luis de Camões!
Aqui podes encontrar o canto integral:

http://www.oslusiadas.com/content/view/18/41/

Abraço luso! :))

Fábio Adiron disse...

Parece algumas paródias que faz o meu pai...risos...seu pai era dado a esse tipo de brincadeira também?

fatimafaria disse...

Bom dia! Minha
mãe no auge dos seus 95 anos costuma nos presentear declamando justamente partes deste poema. Tive a ideia de procura-lo na net, já que sua memória agora esta um pouco falha. Vc descobriu mais alguma coisa sobre este retalho de poemas?